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CLASSE ESCOLAR ERGONÔMICA

Por:   •  29/3/2018  •  5.050 Palavras (21 Páginas)  •  351 Visualizações

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Por meio da constituição de 1934 determinou-se que, além da gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário, a educação é direito de todos, entretanto, com o fim do regime militar em 1985, o Congresso Nacional deu início ao processo de elaboração da nova Constituição Federal. A Constituição Federal de 1988 (CF/88), chamada por Ulysses Guimarães de “Constituição Cidadã”, reconheceu vários direitos sociais, com consequentes ganhos para o campo da educação. Após duas alterações sofridas, a LDB/96, no artigo 32, definiu o ensino fundamental como obrigatório, gratuito (nas escolas públicas), com duração de nove anos. A intenção é fazer com que aos seis anos de idade a criança esteja no primeiro ano do ensino fundamental e termine esta etapa de escolarização aos catorze anos.

Com base nas informações coletadas foi possível definir a idade do público-alvo do novo produto e, também, compreender as atividades que são realizadas no ambiente de ensino. Sendo assim, a classe escolar foi desenvolvida para crianças entre os seis e catorze anos de idade nas medidas antropométricas do referido público-alvo.

MOBILIÁRIO ESCOLAR

O homem promove a evolução do seu conhecimento na relação de aprendizagem estabelecida entre aqueles que possuem e transmitem informação e aqueles que procuram aprendê-la. Essa relação, que ocorre até os dias de hoje, configurou um espaço próprio de aprendizagem que desenvolve características peculiares, mas, de maneira geral, sempre se estabelece de forma semelhante no que diz respeito à acomodação e posição corporal dos alunos. Sendo assim, a sala de aula e a classe escolar em específico, constituem acomodações que se desenvolveram no ambiente de estudo para favorecer a posição sentada e auxiliar na atividade de aprendizagem.

Segundo Pinho apud Paccola (2015) foi na escola medieval cristã que se iniciou o uso de um mobiliário específico para aprendizagem, este era composto de uma bancada com assento para ocupação coletiva (Figura 1), e foi utilizado em escolas públicas e particulares até o princípio do século XX.

Figura 1: exemplo de bancada coletiva para estudo.

[pic 1]

Fonte: Scielo, 2015

Paschoarelli apud Paccola (2015) aponta que o surgimento da Bauhaus em 1919 despertou novos conceitos sobre concepção de desenhos. As propostas desta escola refletiram no interesse pela adequação da carteira ao uso do aluno.

Figura 2: anúncio de mobiliário escolar após o surgimento da Bauhaus.

[pic 2]

Fonte: Scielo, 2015.

Nas décadas seguintes, ocorreu um processo de desenvolvimento e amadurecimento de conceitos para o mobiliário escolar. Esse processo deu-se no âmbito do design, com atenção voltada não só à ergonomia, mas também para a utilização de materiais, funcionalidade, cor e viabilidade de produção.

Diversos fatores foram levados em consideração durante o projeto do conjunto escolar adaptável, incluindo as novas tarefas que são realizadas por intermédio de produtos eletrônicos, visto que os mesmos poderão influenciar a maneira no qual o usuário estará disposto durante o período letivo. Sendo assim, foram estudadas relações antropométricas para que se adequasse o novo produto a todas as atividades realizadas.

ERGONOMIA

Ergonomia é o conjunto de disciplinas que estuda a organização do trabalho no qual existem interações entre o ser humano e máquinas, visando sempre a segurança e a otimização do bem-estar e, consequentemente, o aumento da produtividade.

No presente trabalho, os aspectos antropométricos foram de suma importância para que os resultados fossem satisfatórios. Vale ressaltar então, que a antropometria, segundo Tilley (2005), é o estudo da forma e do tamanho do corpo humano.

Foi necessário obter algumas medidas antropométricas específicas para que as mesmas fossem aplicadas no projeto da classe escolar, para que fosse possível definir as dimensões do novo produto. O conjunto escolar foi projetado para os usuários extremos, para os menores e maiores, visto que, a classe escolar será regulável. Sendo assim, as dimensões mínimas estudadas são referentes às medidas das crianças de seis anos e as dimensões máximas referentes às medidas das crianças de catorze anos. Deste modo, a classe escolar poderá comportar todos os usuários entre as referidas idades.

Foram analisadas as medidas antropométricas (TILLEY, 2005) das crianças entre a faixa etária indicada e, para que seja possível um melhor entendimento sobre as mesmas, as figuras 3 e 4 exemplificam a localização de cada uma.

- Altura do sulco poplíteo: determina a altura da superfície do assento;

- Comprimento da nádega – Sulco Poplíteo: define a profundidade do assento;

- Altura do cotovelo: determina a altura da superfície da mesa;

- Espaço livre para as coxas: determina a folga necessária entre o assento e a parte inferior da mesa;

- Altura do ombro: determina a altura do encosto;

- Largura do cotovelo a cotovelo: define o espaço mínimo para a largura da mesa.

- Largura do quadril: determina a largura do assento;

Figura 3: localização das medidas antropométricas.

[pic 3]

Fonte: FNDE, 1999, grifo da autora.

Para melhor visualização foi necessário exemplificar com outra imagem a localização da largura do cotovelo a cotovelo e a largura dos quadris, conforme a figura 4.

Figura 4: localização das medidas antropométrica.

[pic 4]

Fonte: FNDE, 1999, grifo da autora.

Para o presente projeto, todas as informações coletadas por meio das referências bibliográficas foram de suma importância, assim como todos os conceitos que envolvem questões ergonômicas, pois assim foram definidas as alturas e medidas adequadas, estatísticas, manejos, entre outras características que possuíam o intuito de aprimorar o produto, a fim de melhorar a sua usabilidade. A partir de todos os

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