CARACTERISTICA DA EDUCAÇÃO ANTIGA O MUNDO ANTIGO NA PESQUISA HISTÓRICA COMTEMPORANÊA
Por: Carolina234 • 27/6/2018 • 3.862 Palavras (16 Páginas) • 485 Visualizações
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5 AS ORIGENS E A DIFERENÇA
“Para o estudo da pedagogia e da educação antiga vale também o reconhecimento que deve ser feito para a pesquisa histórica relativa a todo o mundo clássico: ela nos leva para as origens do Ocidente, permitindo-nos reafirmar as raízes estruturas de uma longa tradição de ação e de pensamento, de uma civilização no seu conjunto. O mundo clássico é a terra de origem de uma cultura, a nossa, a ocidental, e mergulhar nele é ir à descoberta (ou à recuperação, se preferirmos) dos pré-requisitos, das estruturas profundas de toda a nossa cultura (cognitiva, ética, politica, social) que lá teve origem e que se impregnou daquela civilização já a partir da linguagem e da lógica do discurso (a primeira está saturada de termos gregos, a segunda é estruturada conforme o modelo gramatical articulado sobre o discurso greco-acidental –sujeito + predicado – e regulada pelos princípios da metafisica: univocacional, abstração, a historicidade, invariância etc.)”. (pág. 54)
CAPITULO II
O ORIENTE E O MEDITERRÂNEO: MODELOS EDUCATIVOS
1 A REVOLUÇAO DO NEOLITICO E A EDUCAÇÃO
“A pré-história humana (mesmo que ainda confundida com a história da natureza, com a geologia, a biologia, e a antropologia física) indica-se, como salientou Leroi Gourhan, com a aquisição da posição ereta por parte do hominídeo (o primata mais evoluído).
Esta posição faz o hominídeo descer à terra, torna-o capaz de controlar o território com o olhar e, sobretudo, libera as mãos, que se tornam independentes da deambulação e se transformam no instrumento fundamental de múltiplo uso para o homem, modificando radicalmente a sua relação com a natureza e preparando o processo da cultura (mesmo que ainda grosseiro e elementar).” (pág.57 )
“A revolução neolítica é também uma revolução educativa: fica uma divisão educativa paralela à divisão do trabalho (entre homem e mulher, entre especialistas do sagrado e da defesa e grupos de produtores); fixa o papel-chave da família na reprodução das infra-estruturas culturais: papel sexual, papeis sociais, competências elementares, introjeção da autoridade; produz o incremento dos locais de aprendizagem e de adestramento específicos ( nas diversas oficinas artesanais ou algo semelhante; nos campos; no adestramentos; nos rituais; na arte) que, embora ocorram sempre por imitação e segundo processos de participação ativa no exercício de uma atividade, tendem depois a especializar-se dando vida a momentos ou locais cada vez mais específicos para a aprendizagem.” (pág.59)
2 SOCIEDADES HIDRAULICAS E NOVOS PROBLEMAS EDUCATIVOS
“São sociedades organizadas por tribos, com forte espirito étnico, que se formam em ambientes menos hospitaleiros e em grupos mais rarefeitos (como os desertos, as estepes ou as ilhas), governadas segundo modelos patriarcais, dedicadas à agricultura não extensivo-intensiva\intensiva ou ao pastoreio, abertas ao comercio. E que se transformam em sociedades comerciais organizadas em torno do intercambio de mercadorias tão logo o terreno em que vivem se torna favorável a esta forma de economia (como acontece no Mediterrâneo com os fenícios e os gregos, mas também com os hebreus).
As grandes sociedades hidráulicas nascem no Extremo Oriente com a China e a Índia, as quais, sulcadas por grandes rios, acolhem populações numerosas e diversas e organizam sua vida de modo unitário por meio da religião e do papel do Estado. São sociedades ligadas à “cultura dos vegetais” (Braudel): o milho, a cevada, a ervilha, o sorgo,; onde a carne escasseia. São sociedades agrícolas ligadas ao problema da irrigação. Aspectos centrais também nas sociedades hidráulicas mais ocidentais: da Mesopotâmia e do Egito, que se modelam segundo a mesma estrutura das asiáticas e manifestam as mesmas características tanto sociais como técnicas e um forte desenvolvimento destes dois aspectos.” (pág.61).
3 O EXTREMO E O MÉDIO ORIENTES
“O Extremo Oriente é aquela terra dos rios e dos vegetais de que já falamos, mais é também um terreno polifônico do sagrado e um conjunto de terras submetidas à agressão da barbárie (seja dos turcos, dos mongóis ou dos quirguizes) contra a qual é preciso defender-se –assim como das intempéries: as grandes chuvas monçônicas- organizando-se de modo compacto, militar e social sob o governo de um soberano que, geralmente, é deus e rei. As sociedades do Extremo Oriente são sociedades complexas, mas imóveis, e por varias razões. Por um influxo central exercido pelas religiões, construídas como organismos perenes e sentidas como tais; pela indistinção entre humano e divino que as caracteriza e, portanto, pela perenização do humano (visto como invariante). São características comuns tanto à China e à Índia, como o Japão e à Indochina\Indonésia.’’ (pág. 63).
4 EGITO E MESOPOTÂMIA
“Os povos que dão vida à historia e à civilização mesopotâmica são essencialmente dois: os suméricos e os semitas” (Moscati). “Os primeiros- os suméricos- são um povo de origem incerta, talvez das montanhas; os segundos- os semitas- vêm do deserto e se infiltram na terra “entre os dois rios”, mesclando-se com o outro povo.” (pág.64).
5 FENICIOS E HEBREUS
“Entre a Síria e a Palestina, em tempos bem antigos, efetuou-se um assentamento de povos semíticos que, por concepções religiosas e por organizações politicas e econômicas, se contrapunham radicalmente. Desde a Antiguidade, a própria Bíblia informava sobre essas populações, entretanto, conhecimentos mais objetivos e menos “parciais” foram possíveis apenas com as descobertas da modernidade arqueológica, que nos permitiu recuperar de modo mais integral e verdadeiro os diferentes modelos daquelas civilizações.” (pág.68).
6 O “MILAGRE GRECO”
”No âmbito das civilizações do mundo médio-oriental e mediterrâneo, a Grécia ocupa o papel e tem uma identidade politica e cultural de nítida originalidade e de altíssimo relevo. O “milagre grego” foi possível por pelo menos duas condições: a pólis grega e o dinamismo da psicologia do homem grego, ligado por sua vez ás condições da vida (pobreza do ambiente originário, expansão comercial, abertura ao conhecimento\assimilação das outras culturas, colonização.)” (pág. 73).
CAPITULO
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