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Acne: Um estudo de caso

Por:   •  20/12/2017  •  2.519 Palavras (11 Páginas)  •  500 Visualizações

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A acne pode ser classificada genericamente em "acne primária" (vulgar) de adolescentes e adultos jovens em que a predisposição genética, estimulada pelo início da produção hormonal, favorece o desenvolvimento das lesões clínicas ou "secundária" (hormonal, cosmética, escoriada, solar) ocorre um processo mais específico, em que determinado elemento, como um corticosteróide ou sol, pode ser o fator causal.

Segundo Kede et al. (2005, p. 28-29), os principais causadores da acne são as obstruções dos poros, o excesso de oleosidade, a presença intensa de microrganismos, a exposição excessiva ao sol, o desequilíbrio hormonal, o estresse e o uso inadequado de cosméticos. O fato de haver uma obstrução dos poros ou folículos pilosos devido ao excesso de queratina, essas células queratinizadas se soltam em placas, causando o fechamento dos poros, dificultando a liberação do sebo, e gerando assim a lesão inicial da acne, comedão. Na adolescência, o excesso de oleosidade está ligado ao aumento dos hormônios sexuais, principalmente o masculino (testosterona, presentes nos dois sexos), que tornam as glândulas sebáceas estimuladas e hiperativas. A presença de microrganismos é mais um agravamento, o poro pode ser contaminado por fungos ou bactérias que promovem reações inflamatórias. O organismo tenta combater a infecção, causando inflamação, inchaço e pus. A tensão emocional e o estresse também podem aumentar os níveis de testosterona circulante e favorecer a acne. A ansiedade, que faz com que a pessoa esfregue o rosto várias vezes com as mãos, também agrava as lesões. Assim como, o sol pode ser outro inimigo. Se a exposição moderada é antisséptica, a exposição excessiva agride a pele, estimulando a produção sebácea e a hiperqueratinização.

Com base nos conceitos apresentados pode-se considerar que os princípios do tratamento da acne devem objetivar: (i) correção do defeito na queratinização folicular; (ii) diminuição da atividade das glândulas sebáceas; (iii) diminuição da população de P. acnes no folículo e consequente liberação de mediadores inflamatórios; e (iv) diminuição do processo inflamatório (HASSUN, 2000).

O diagnóstico da acne definido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) acontece através de exame clínico feito pelo dermatologista, que irá analisar as lesões e avaliar qual o grau da infecção. O quadro clínico pode ser dividido em quatro estágios:

Acne Grau I: apenas cravos, sem lesões inflamatórias, espinhas ou cistos.

Acne Grau II: cravos e espinhas pequenas – pequenas lesões inflamadas e pontos amarelos de pus, também chamados de pústulas.

Acne Grau III: cravos, espinhas pequenas e cistos – lesões mais profundas e dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas.

Acne Grau IV: cravos, espinhas pequenas e cistos, que se comunicam causando inflamação mais grave e aspecto desfigurante. Este tipo de acne também é conhecido como acne conglobata.

Acne Grau V: surgimento súbito da acne com lesões graves, como cistos dolorosos que ulceram deixando grandes cicatrizes, acompanhado de sintomas gerais, como febre, mal estar e dor no corpo. É uma forma rara e mais comum no sexo masculino.

Considerando o quadro apresentado por M.S.V., de vinte anos com problema de acne facial, após fazer a anamnese como ponto inicial para o diagnóstico da patologia em consulta a um centro estético. Seu relato de consumo de alimentos industrializados e frituras em excesso, além de baixo consumo de frutas, verduras e água, bem como os fatores genéticos que influenciaram no aparecimento de poucas lesões na adolescência, mas que evoluíram e se agravaram com o passar dos anos. Foi constatado que a fisiopatologia da acne apresentava Grau II – Acne Pápula-Pustulosa com presença de comedões, pápulas eritematosas (avermelhadas) e pústulas, presença de processo inflamatório. Classificou-se como Inflamatória, pois seu quadro de intensidade apresenta numerosas lesões com intensa inflamação e pontos amarelos de pus (pústula).

A profissional de estética, neste caso, deve orientar a limpeza e higienização diária, com produtos corretos para remover a oleosidade excessiva e impurezas, assim como usar agentes tensoativos eficientes, com um pH mais próximo ao da pele. Um cuidado que deve ser sempre tomado pelo indivíduo, segundo Ribeiro (2012, p. 71) é não lavar demasiadamente a face ao longo do dia, apenas 3 vezes ao dia com um sabonete específico para a pele oleosa/seborreica e acneica. A hidratação deve ser a base de gel, gel creme, loções aquosas, todas livres de álcool. A foto proteção deve sempre ser oil-free.

Conforme Kede et al. (2005, p. 29), os tratamentos da acne visam à redução não só da secreção sebácea, mas também do crescimento da bactéria, sabonetes ou loções específicas ajudam a trata-la, podendo, entretanto, deixar a pele sensível, ásperas e com descamações. Por esta razão o controle do especialista é fundamental para o bom resultado do tratamento. O apoio imediato dos pais pode impedir a evolução do quadro da doença, evitando danos maiores à pele e à estruturação psíquica que se dá na adolescência e se consolida pelo resto da vida adulta.

A dieta alimentar pode ter influencia no curso da acne em algumas pessoas, apesar de não ter estudos científicos que comprovem que alimentos como chocolate, gorduras animais, frituras ou amendoim e o leite e seus derivados, em pacientes que apresentem acne e percebam agravação dos sintomas após sua ingestão. Indivíduos reagem de maneira diferente a alimentos e medicamentos. Entretanto, a ingestão de alimentos saudáveis é sempre recomendável, assim como a ingestão de pelo menos três litros de água por dia.

Desta forma, o quadro de acne apresentado por ser uma lesão elementar com grau inflamatório e com presença de bactérias no local, justifica ser orientado por um dermatologista e ser tratado conforme seu grau de acometimento. É importante ressaltar que estes procedimentos devem ser realizados apenas por médicos dermatologistas treinados, pois sempre existem riscos de efeitos adversos, mesmo quando realizados adequadamente. O tratamento de acne pode ser tópico, dependendo do acometimento da pele e da tolerância pode-se optar por tratamento com medicações de uso local, visando a desobstrução dos folículos e o controle da proliferação de bactérias e da oleosidade. Além de medicamentos via oral, geralmente antibióticos para controlar a infecção. É fundamental o conhecimento dos fatores que causam a acne, pois, dessa maneira,

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