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A Perspectiva dos jovens rurais: campo versus cidade

Por:   •  2/10/2018  •  1.354 Palavras (6 Páginas)  •  422 Visualizações

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A renda das famílias da região advém da comercialização dos produtos das atividades agrícolas por eles realizadas, 77% dos jovens afirmam comercializar a produção, porém muito deles disseram que essa comercialização só acontece quando há excedente na produção sem que haja um planejamento produtivo nesse sentido e esse excedente é esporádico.

Em grande parte, a renda da produção rural é complementada com auxílios do governo, aposentadorias ou benefícios do INSS, trabalho em outras propriedades e temporários. Dos 335 jovens entrevistados, 239 afirmaram receber auxílio do governo como o “bolsa família”, 69 disseram ter alguém na família beneficiário do INSS, 103 disseram trabalhar também em outras propriedades e 24 realizam algum tipo de trabalho temporário como pedreiro, diarista, entre outros.

Outro fator importante é a carência de assistência técnica na região, onde 92% dos alunos afirmaram não recebê-la. Os alunos abordaram o fato do ensino ser voltado para o meio urbano, desestimulando-os, pois não oferece soluções para os problemas enfrentados. Isso mostra a necessidade de um ensino técnico agrícola, para fornecer uma formação profissional sem a necessidade de migrar.

Dos 335 alunos entrevistados 190 são do sexo masculino e 145 do sexo feminino, ou seja, 57% dos alunos são homens o que mostra que já há uma tendência a masculinização do meio rural, pois quando perguntados se pretendem continuar cuidando do sítio 60,5% dos garotos responderam que sim, que pretendem continuar cuidando do sítio, já as garotas o interesse de permanecer foi de 50,3%, esse dado revela que a tendência em alguns anos é que o campo esteja com o número de homens bem superior que o número de mulheres.

A maioria dos jovens entrevistados afirmou gostar de morar na zona rural, 71% (240 jovens) deles, onde alegavam ser um lugar sossegado, que permitia eles tirarem o próprio sustento, onde eles têm liberdade, porém quando perguntados se pretendiam permanecer “cuidando” da propriedade 22,5% (54 jovens) deles afirmaram não querer continuar, alegando motivos diversos como a necessidade da formação profissional, a violência aumentando na zona rural, entre outros. Dos 5% (16 jovens) que afirmaram não gostar de morar na zona rural alegando “não ter nada pra fazer”, o trabalho ser pesado demais, entre outros motivos, dos quais quatorze jovens responderam também não pretender permanecer na propriedade e apenas dois disseram pretender ficar, pois mesmo com alguns pontos negativos a vida é mais fácil no campo do que na cidade. E 24% (79 jovens) dos entrevistados não afirmaram gostar ou não de morar na zona rural e também da pretensão de ficar cuidando da propriedade.

Muitos dos jovens não sabem qual profissão seguir, até mesmo pela falta de informação fornecida; sobre como ingressar na faculdade e onde cursar. 55% dos alunos querem estar trabalhando no futuro.

Um fator que é determinante no êxodo rural nessa região é a violência, alunos relataram que muitas famílias deixaram de viver na propriedade por causa de roubos.

Muitos alunos têm vontade de permanecer no campo, e pretendem dar continuidade ao trabalho na propriedade. Essa preferência se deve ao fato do campo permitir a eles realizar atividades para o seu desenvolvimento pessoal, profissional e econômico, bem como garantir moradia e alimentação. Apesar de receber pouca capacitação para produzir, difícil acesso ao crédito e novas tecnologias, saúde de boa qualidade, e o aumento de violência na região há ainda uma parte que deseja viver no campo.

Com a melhoria desses fatores, há uma chance na melhoria da vida no campo, diminuição do êxodo rural e um aumento na perspectiva do jovem no campo.

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