A Organização do Ambiente Educativo – Espaço e Tempo
Por: Diana89 • 9/9/2021 • Trabalho acadêmico • 1.187 Palavras (5 Páginas) • 1.079 Visualizações
Organização do Ambiente Educativo – Espaço e Tempo
O ambiente educativo num Jardim de Infância é “mais do que o espaço físico, inclui o modo como o tempo é estruturado e os papeis que devemos exercer, condicionando o modo como nos sentimos, pensamos e nos comportamos” (Greenman, 1988 in Edwards, 1999:156).
A organização dos ambientes educativos tem sido atualmente mais valorizada pelos pedagogos, sendo que o espaço pode representar um segundo educador de infância. Desta forma, pode-se considerar o ambiente educativo como um” suporte do trabalho curricular do educador” (OCEPE, 1997:31). Como tal, é visto como facilitador do desenvolvimento das crianças, a nível motor e cognitivo. Deve ser “seguro e capaz de estimular e ajudar a criança no seu desenvolvimento integral.” (Borrás, 2002:166), além disso é uma forma de preparar a longo prazo, cidadãos críticos e respeitadores, do meio em que se inserem. É importante que seja incluído num espaço físico bem organizado e enriquecedor, que permita às crianças a autonomia e vivência de várias experiências.
O ambiente educativo pode ser visto como a constituição de todas as atividades pedagógicas implementadas num determinado espaço físico. Este é “o lugar do desenvolvimento de múltiplas habilidades e sensações e, a partir da sua riqueza e diversidade, ele desafia permanentemente aqueles que o ocupam.” (Barbosa, 2006:120). É construído pelo educador, o que exige que este esteja atento às características do grupo, tendo em conta as suas necessidades, interesses e interações entre os pares e os adultos.
É necessário que o educador reflita sobre a funcionalidade dos espaços, bem como as intencionalidades que pretende perante as crianças. Esta reflexão possibilita que a organização espacial sofra alterações ao longo do ano, tendo sempre em conta as necessidades do grupo, que à medida que vai evoluindo e se desenvolvendo, as necessidades se vão alterando. Assim sendo, a organização do ambiente educativo tem que ser flexível, dinâmica e sujeito a múltiplas transformações.
Para que as crianças se sintam bem, felizes e familiarizadas com a sala do Jardim de Infância, durante o processo de organização do ambiente educativo, é importante que o educador possibilite a participação de todo o grupo, dando os seus contributos e preferências, fazendo com que “todos possam sentir-se num ambiente cómodo, com os estímulos necessários para fomentar uma aprendizagem variada.” (Borrás, 2002:163).
Segundo David e Weinstein (1987) cit. em Oliveira (2001), os ambientes educativos devem:
• Promover identidade pessoal. A identidade pessoal de cada individuo está interligada com as suas vivências, desta forma, todos os lugares em que se inserem influenciam o desenvolvimento de cada pessoa. Assim sendo, os ambientes educativos devem oferecer uma “oportunidade para as crianças desenvolverem a sua individualidade, permitindo-lhes ter seus próprios objectos” (Oliveira, 2001:109), tendo sempre a possibilidade de participarem na organização dos mesmos.
• Promover o desenvolvimento de competência. A organização do ambiente educativo deve ser propício para o desenvolvimento da autonomia das crianças, tornando-as competentes para “desenvolverem domínio e controle sobre o seu habitat” (Oliveira, 2001:110), podendo realizar as suas necessidades básicas, sem o apoio constante do adulto.
• Promover oportunidade para crescimento. Os ambientes devem proporcionar às crianças variadas oportunidades de desenvolvimento cognitivo, social e motor.
• Promover sensação de segurança e confiança. Os espaços devem estar organizados de forma que as crianças se sintam seguras, para tal, devem ser confortáveis, seguros e interessantes. Devem também oferecer às crianças oportunidades de terem sensações táteis, pois ”à medida que características físicas do ambiente convidam ao toque, aumenta a sensação de segurança, permitindo à criança explorar o espaço mais prontamente.” (Oliveira, 2001:112).
• Promover oportunidade para contato social e privacidade. O ambiente deve ter várias áreas, que permitam atividades em Pequenos e Grandes Grupos, mas também de isolamento, de forma que as crianças possam ter momentos de privacidade.
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