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A IMPORTANCIA DOS JOGOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA

Por:   •  27/3/2018  •  3.802 Palavras (16 Páginas)  •  376 Visualizações

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em relação a definição de jogo e sua aplicabilidade no campo educacional.

Além de ser um objeto sociocultural em que a Matemática está presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos; supõe um “fazer sem obrigação externa e imposta”, embora demande exigências, normas e controle.

Segundo Huizinga (2007)

Jogo “é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana” (HUIZINGA, 2007, p. 33)

O trabalho com o jogo em si traz toda essa complexidade, pois além de promover a participação livre do indivíduo, leva-o a obedecer às regras contidas no jogo tornando-se capaz de alcançar os objetivos propostos pelo profissional que sugeriu o uso desse recurso tão valioso no ambiente escolar.

No jogo, mediante a articulação entre o conhecimento e o imaginado, desenvolve-se o autoconhecimento - até onde se pode chegar – e o conhecimento dos outros – o que se pode esperar e em que circunstâncias. PCN (1997, p 48)

Para que o aluno possa desenvolver esse senso crítico e auto avaliativo é necessário conhecer bem qual é seu potencial e suas limitações, a partir daí ele será capaz de interagir com segurança e cooperação num momento de participar de uma atividade em dupla ou grupo, respeitando e aceitando as diferenças nas opiniões e atitudes dos demais membros envolvidos.

Kishimoto (2001) afirma que, se praticado em duplas ou grupos, propicia a reciprocidade, além de estimular o entendimento e a consideração de diferentes pontos de vista.

Essa é um das sensações provocadas pela ação de jogar, além de proporcionar ao indivíduo um momento de distração e desafio, ele poderá também direcioná-lo ao conhecimento de suas capacidades e limitações.

De acordo com Moura (1991, p. 24),

Jogo é uma palavra, uma maneira de expressar o mundo e, portanto de interpretá-lo. Precisamos reconhecer que estamos tratando de uma concepção complexa na medida em que em torno de um nó de significações, giram valores bem diferentes: a noção aberta a interpretações e, sobretudo, a novas possibilidades de análise. Pode-se descobrir um paradigma dominante em torno da oposição ao trabalho, mas também potencialidades diversas conforme se favoreça essa ou aquela direção de seu desenvolvimento.

Quando o professor decide trabalhar com um jogo para introduzir um conteúdo ou aprofundá-lo, e necessário que este faça uma análise minuciosa antes da sua aplicação, a fim de certificar-se da escolha do jogo e sua conexão com o assunto que será tratado na aula, para que não haja uma discrepância entre aquilo que se propõe e aquilo que se quer alcançar.

Para Piaget (1998), a Matemática é um modo de pensar e por isso deve ser estimulada nas pessoas o quanto antes, tornando dessa maneira mais relevante o processo de ensino-aprendizagem de matemática e, os jogos podem ser um bom recurso para despertar esse modo de pensar e de raciocinar.

Seguindo a linha de pensamento na concepção de Piaget, o jogo é de fato um recurso muito rico no campo de trabalho com o raciocínio lógico, uma vez que este gera a necessidade de pensar, criar estratégias, levantar hipóteses, buscar soluções para chegar ao resultado esperado.

Esse processo de construção do conhecimento levará o indivíduo a mudar sua postura diante do grupo adotando uma conduta de respeito mútuo, transformando o ambiente num espaço de aprendizagem e troca de experiências.

Ao utilizar um jogo deve-se buscar unir prazer, alegria e naturalidade. Nunca torná-lo obrigatório, pois tudo aquilo que é imposto deixa de ser descontraído e prazeroso. Piaget traz uma importante contribuição a respeito do papel dos jogos na infância que reflete na formação do adulto.

Segundo Piaget (1987) “o jogo constitui o polo extremo da assimilação da realidade no ego, tendo relação com a imaginação criativa que será fonte de todo o pensamento e raciocínio posterior”.

Segundo BORIN (1996, p. 9).

“Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem”.

É lamentável que os professores na maioria das vezes, tendem a dissociar o trabalho do jogo no ambiente escolar, perdendo a oportunidade de fazer uso de uma ferramenta tão favorável no processo de aprendizagem, fazendo uso do mesmo apenas como momento de recreação e ludicidade.

A participação em jogos de grupo também representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico.

Essa é mais uma contribuição presente no trabalho com jogo, nesse contexto as crianças aprendem a lidar com situações bem mais complexas nas quais exigirá o uso de seu potencial tanto físico quanto psicológico.

Um espaço relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver. PCN (1997, P. 49)

A escolha de um jogo permitirá que os alunos comecem a pensar sobre um novo assunto, ou para que eles tenham um tempo maior para desenvolver a compreensão sobre um conceito, para que eles desenvolvam estratégias de resolução de problemas ou para que conquistem determinadas habilidades que naquele momento vê-se como importante para o processo de ensino-aprendizagem. Feita a escolha do jogo através de um desses critérios, o professor deve ter clareza se fez uma boa opção. Por isso, antes de levar o jogo para os alunos, é necessário que o professor conheça-o jogando.

Leia as regras e simule jogadas verificando se o jogo apresenta situações desafiadoras aos alunos, se envolve conceitos adequados àquilo que se deseja que eles aprendam, levando ao desenvolvimento do raciocínio e da cooperação entre os alunos. Muitas

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