O HUMANISMO

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No século XVIII, com a chegada do Iluminismo, o Humanismo teve uma nova etapa. O Iluminismo aprofundou uma grande parte das ideias da Renascença, mas também surgiram ideias novas e importantes para o Humanismo. Nessa época, o objetivo era estabelecer uma base moral, política e religiosa que acompanhasse a razão do homem. Assim, colocou na educação, objetivando a criação de uma raça iluminista.

O Humanismo também aparece na história do positivismo, teve inicio no século XIX e defendia a ideia de que o conhecimento científico é o único conhecimento válido, não consideravam as crenças, superstições ou qualquer outra forma que não possa ser comprovada cientificamente. Para eles, a humanidade depende dos avanços científicos.

O movimento humanista apareceu em uma grande parte da história do mundo, sendo uma base dos movimentos relacionados ao homem e a ciência.

TEATRO

O gênero dramático manifestou-se com Gil Vicente, o pai do teatro português, que é marcado como o maior teatrólogo da Língua portuguesa.

O teatro vicentino é voltado para um público popular. Nele há o bifrontismo, ou seja, possui características tanto da Idade Média, quanto do Renascimento. Contém traços que ainda são uma influência medieval: assuntos religiosos, tons moralizantes, o lado da catequese, o místico e o sagrado - a visão teocêntrica ainda se manifesta no teatro vicentino. Da mesma forma também aparece o lado de características mais humanistas - voltada para o antropocentrismo - : o lado pagão, critico, satírico, o cotidiano do humano e o lado profano, sai de dentro da religião e se volta para o lado cotidiano, um mundo humanista.

A obra vicentina se divide em dois pilares (duas formas de encenações):

- Encenações litúrgicas (religiosas), há três tipos:

Mistérios: vida de Cristo – passagens bíblicas; Milagres: situações da vida dos santos, em que havia intervenção milagrosa; e moralidades: representações alegóricas (virtudes, vicio), Ex.: Autos (trilogia).

- Encenações profanas (humanas): há três tipos:

Farsas: popular – falam do cotidiano –, irônico e cômico; Momos: representações mascaradas – uso da mímica (ridicularizar costumes); e Sotties: personagens loucos que tinham liberdade de expressar verdades.

POESIA

Na poesia humanista cria-se um "Cancioneiro Geral" de Garcia Resende, 1516, composto por mais de 1000 poemas de mais 300 autores diferentes. Não exatamente na época do Humanismo, um pouco após, mas reuni todo o texto produzido. A poesia palaciana - nome dado para as poesias que eram produzidas em palácios pelos nobres, e destinada também ao público nobre - mostra que a música se dissocia da palavra, geralmente usados em redondilhas maiores, por isso é uma produção riquíssima, como no trecho abaixo:

Não Receeis Fazer Bem

"Senhoras não hajais medo não receeis fazer bem tende o coração mui quedo e vossas mercês verão cedo quão grandes bens do bem vem. Não torvem vosso sentido as cousas qu'haveis ouvido porqu'é lei de deos d'amor bem, vertude nem primor nunca jamais ser perdido. Por verdes o galardão que do amor recebeu porque por ele morreu nestas trovas saberão o que ganhou ou perdeu. Não perdeu senão a vida que pudera ser perdida sem na ninguém conhecer e ganhou por bem querer ser sua morte tão sentida. Ganhou mais que sendo dantes nom mais que fermosa dama serem seus filhos ifantes seus amores abastantes de deixarem tanta fama. Outra mor honra direi: como o príncepe foi rei sem tardar mas mui asinha a fez alçar por rainha sendo morta o fez por lei. " [...]

Garcia de Resende, 'Cancioneiro Geral de Garcia de Resende'

CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS LITERÁRIAS

- Gênero dramático: Teatro de Gil Vicente

Era voltado para pessoas populares e feitos pelas mesmas;

O teatro vicentino segue uma divisão bem clássica do teatro: ação, tempo e espaço;

Critica todas as classes sociais, desde o camponês até o rei;

Possui um tom moralizante;

Utiliza o humor, a ironia, para criticar a sociedade corrigindo os costumes.

Gênero lírico: Poesia palaciana

Sai as cantigas, ou seja, sai a música e surge o texto lírico poético;

Geralmente utilizavam redondilhas maiores (verso com sete sílabas);

O amor aparece com mais intimidade, não há uma paixão platônica, mas sim um amor realista (os poetas são mais detalhistas);

Usavam uma linguagem elaborada.

Gênero narrativo: Prosa historiográfica (tipo de crônica histórica que teve início na Idade Média) de Fernão Lopes

Narrações históricas e artísticas;

Descrições detalhadas dos palácios e das aldeias;

Apresenta as festas populares;

Informa o papel do povo nas guerras e rebeliões;

Verossimilhança. Deixam de lado as histórias de grandes reinos e heróis, e começam a narrar as histórias dos próprios reis da época (Ex.: Crônica Del Rei D. Pedro).

PRINCIPAIS AUTORES

- Gil Vicente:

Dramaturgo e poeta português, Gil Vicente escreveu 44 obras, e tem uma imensa bagagem na qual se refere às características do ser humano. Suas principais obras foram: Auto Pastoril Castelhano, Auto dos Reis Magos, Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória. Mesmo sendo religioso ele satirizou algumas pessoas que administravam a igreja católica do frade até o papa referindo-se ao modo de como cada um agia, a venda de indulgências e os amores proibidos que chegavam a enlouquecer.

- Garcia de Resende:

Nasceu no ano de 1470 e morreu em 1536. Filho