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UM ESTUDO DE CASO SOBRE A POBREZA ABSOLUTA ENFRENTADA PELOS MORADORES DA OCUPAÇÃO DO RIACHO FUNDO II – DF

Por:   •  5/6/2018  •  3.995 Palavras (16 Páginas)  •  502 Visualizações

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Proteção Social Básica: seu objetivo consiste em prevenir situações de risco que possam conduzir ao rompimento de vínculos por meio de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.

O local de referência para intervenção nesses casos é diferenciado de acordo com o tipo e complexidade do serviço a ser prestado. Desta forma, o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) operacionaliza o serviço de proteção básica, e o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) operacionaliza a proteção especial de média complexidade e alta complexidade. Cabe ressaltar que conforme artigo 6º da LOAS as duas formas de proteção também podem ser realizadas em casas-lares operacionalizados pelas entidades sem fins lucrativos.

A assistência social compõe, portanto, parte da política nacional estabelecida pelo MDS em conjunto com outras duas frentes de atuação, sendo estas, defesa do direito à renda, e à segurança alimentar. Dessa forma percebemos uma tomada de responsabilidade por parte do Estado, constituindo-se como uma proposta efetiva de atuação intersetorial.

Tendo como base tais referenciais teóricos, escolhemos aprofundar a realidade da pobreza no Brasil através de uma entrevista com moradores de uma ocupação no Riacho Fundo II, às margens da EPNB – Estrada Parque Núcleo Bandeirante. Escolhemos este local devido analisarmos a importância de entrevistar pessoas que se encontram em vulnerabilidade e saber por meios de perguntas quais foram os fatores que os levaram a ir residir neste local.

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Metodologia

O método utilizado para análise do estudo foi o método dialético marxista, que se dá por meio da análise crítica, com base na historicidade e não em análise individualizada, fazendo assim, uma apreciação de totalidade. A escolha do método se dá por propiciar aproximações sucessivas com a realidade, onde devemos abandonar as aparências e buscar apreender a essência dos fenômenos.

Durante a primeira etapa deste estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca da categoria pobreza, visando uma melhor compreensão do tema através dos estudos de pesquisadores e especialistas na área, buscando várias visões diferenciadas do tema.

Como métodos de pesquisa, para além da revisão bibliográfica pertinente ao tema, foi pensada também a realização de entrevistas semiestruturadas com famílias que encararam a realidade da pobreza no Brasil hoje, mais especificamente famílias do DF.

A realização da entrevista parcialmente estruturada é vista como a melhor maneira de se formalizar a entrevista, pois se trata de um método onde as perguntas a serem feitas já estão pré-definidas e preparadas, mas que permite ao entrevistador acrescentar perguntas improvisadas e/ou retirar outras questões. Assim como dizem Laville e Dionne:

“Aqui, deve-se tomar consciência de que se acaba de mudar o registro: fazendo assim evoluir para uma maior flexibilidade as modalidades da entrevista, ficou-se afastado do mundo dos instrumentos adaptados aos estudos que envolvem um grande número de participantes ou que supõem o estabelecimento de comparações: o instrumento que emerge convém menos às pesquisas com dados criados e à sua busca de relações de causa e efeito. Em compensação, sua flexibilidade possibilita um contato mais íntimo entre o entrevistador e o entrevistado, favorecendo assim a exploração com profundidade de seus saberes, bem como de suas representações, de suas crenças e valores... em suma, tudo o que reconhecemos, desde o início, como o objeto das investigações baseadas no testemunho. Não há, pois, traição ao objeto de pesquisa, mas apenas evolução na intenção do pesquisador na perseguição deste objeto”. (p. 188-189)

É importante ressaltar que a família teve liberdade de abandonar a entrevista a qualquer momento, independentemente da razão, além de que a família autorizou a divulgação de seus dados pessoais fornecidos na entrevista, assim como o direito de som e imagem, desde que utilizados para fins didáticos e durante a realização do curso.

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A realidade da família da sra. Viviane Regina de Jesus

A família se encontra em uma situação precária, sem infraestruta e em situação de risco para todos, principalmente para as crianças. O local fica à beira de uma rodovia, não existindo rede de esgoto e água e luz vindo a ser “doada” por empresas que existem no local, o local não tem pavimento e assim dificultando o acesso.

É uma família constituída por uma mãe e 10 filhos contando com o bebê que ela gesta, a família sobrevive através da quantia repassada pelo benefício da assistência social, o Bolsa Família. Viviane alegou que trabalhava como catadora, que era a outra fonte de renda da família, mas teve que interromper a atividade de reciclagem pois veio a ocorrer a morte do cavalo e o roubo do carrinho de coleta.

Apesar de todas as dificuldades encontradas pela a mantedora da família, as crianças têm acesso a saúde através do posto de saúde e a educação que são localizados na cidade vizinha (Núcleo Bandeirante). A mãe nos relatou a dificuldade de conseguir o material escolar das crianças, uniformes, dentre outros devido à escassez dos recursos que a família possui.

Em relação a alimentação, Viviane faz o possível para manter a crianças alimentadas, relatou que sempre tentar comprar frutas e verduras para tentar equilibrar a alimentação, mas que nem sempre é possível garantir a qualidade da mesma e também adquirir a quantidade ideal de alimentos para todos os onze membros da família.

Nos relatou também que a garantia de uma alimentação adequada depende de doações de cestas básicas e outros alimentos e que não contam com nenhum outro benefício governamental que não o Bolsa Família.

Um dos fatores agravantes da realidade dessa família observado pelo grupo, foi a ausência de visitas de equipes de agentes de saúde, vistorias e orientações acerca da dengue, visto que o local é propicio para o desenvolvimento de focos do mosquito transmissor, para aparecimentos de escorpiões e cobras, que também foi uma das reclamações da entrevistada, colocando assim em risco todos os residentes da ocupação.

Durante a realização da entrevista foi possível perceber que a Sra. Viviane possuía um conhecimento raso do que é o trabalho do assistente social, mas que ainda sim, teria acessado o CRAS uma vez, mas que não realizava acompanhamento nenhum na

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