Trabalho fundamentos teoricos

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Em 1888, a escravidão teve fim e em 1889 a República foi definitivamente instaurada, ficando conhecida como "república dos coronéis". Contudo, o quadro da cidadania não teve tantas mudanças - e até mesmo hoje são identificadas as mazelas deixadas pela escravidão. O cenário político era manipulado pelos poderosos e as fraudes ficaram gravadas na história do país, sendo o coronelismo um marco no que o autor chamou de "paraíso das oligarquias".

Os críticos da participação popular se equivocaram: acharam que a população, ao sair da colonização, pudessem se comportar como cidadãos; não identificaram as compras de votos, atas falsas e fraudes em geral; não abriram os olhos para a corrupção, que acontecia também nos países modelos; e como erro final era crer que o aprendizado dos direitos políticos pudesse ser feito sem sua continuada prática e sem a difusão da educação primária. Os valores da liberdade individual não tinham grande peso no país, mesmo sendo a base dos direitos civis, e estes, a base da cidadania.

Os direitos civis e políticos eram precários e os sociais ficavam por conta do assistencialismo de irmandades religiosas e instituições privadas de caridade. O povo não era um eleitor ideal e dificilmente tinha papel central nos grandes acontecimentos, tudo porque a população estava sem o amparo necessário para a adaptação ao sistema de representação.

Até 1930, quando teve fim a Primeira República, o povo não era organizado politicamente e o sentimento nacional quase não existia. A participação era limitada e a relação com o governo era distanciada. Em outras palavras, como o autor define: "cidadania em negativo".