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Roda de Escuta, Palavra e Vínculo: uma abordagem sócio comunitária

Por:   •  10/4/2018  •  4.586 Palavras (19 Páginas)  •  358 Visualizações

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e princípios da Política Nacional de Assistência Social, a qual define a assistência como direito à proteção social e objetiva a consolidação dos direitos sociais a todos que dela necessitam.

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública estatal descentralizada que atua como a principal porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social (Suas), dada sua capilaridade nos territórios e é responsável pela organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica nas áreas de vulnerabilidade e risco social.

O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública estatal responsável pela oferta de serviços continuados de proteção social básica de assistência social às famílias, grupos, indivíduos em seu contexto comunitário, visando à orientação e fortalecimento do convívio familiar é também “porta de entrada” dos usuários da rede de proteção social básica do Sistema Único da Assistência Social (SUAS). (BRASIL, 2012).

Tendo como o principal serviço ofertado, à Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), cuja execução é obrigatória e exclusiva de caráter continuado, o mesmo consiste no desenvolvimento por meio de serviços, ações e projetos socioassistenciais que visa fortalecer proteção às famílias, prevenindo o rompimento de vínculos com o propósito de garantir o acesso aos direitos sociais e a prevenção das situações de riscos, objetivando o desenvolvimento da qualidade de vida. (BRASIL, 2009).

A instituição tem o propósito de promover o acompanhamento socioassistenciais de famílias em determinados territórios; potencializar a família como unidade de referência fortalecendo vínculos internos e externos da sociedade; contribuir para o processo de autonomia emancipação social das famílias, fomentando seu protagonismo; desenvolver ações que envolvam diversos setores com o objetivo de romper o ciclo de reprodução da pobreza entre gerações e atuar de forma preventiva, evitando que as mesmas tenham seus direitos violados, recaindo em situações de risco.

O CRAS destina-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos discriminadas por questões de gênero, idade, etnia, ou por deficiência, visa promover a emancipação social, desenvolvendo a cidadania para cada um dos seus membros.

O principal objetivo é fazer a prevenção das famílias, em estado de vulnerabilidade social, trazer a geração de renda para que as mesmas consigam ter uma vida com mais dignidade, visar e garantir direitos e assistência para a população desamparada fazendo isso por meio de políticas sociais de forma organizada e planejada lutando contra os problemas das injustiças que pode afetar os menos favorecidos socialmente.

2 DADOS DO PROJETO

2. 1 TÍTULO DO PROJETO

Roda de Escuta, Palavra e Vínculo: uma abordagem sócio comunitária

2. 2 LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

A intenção é criar um espaço de escuta, palavra e vínculo, onde serão realizadas rodas de conversa, troca de experiências, partilhas e construção de redes sociais para os usuários do serviço no próprio local do estágio, o CRAS do Extremo Sul que atende os bairros de Belém Novo e Chapéu do Sol; sendo estendido aos SAFs (Serviço de Atendimento Familiar) pertencentes ao CRAS, que são: SAF Belém Novo que atende o bairro da Ponta Grossa e o SAF Lami que atende os bairros do Lami, Lageado e Boa Vista.

2.3 ÁREA DE ABRANGÊNCIA

A Região do Extremo Sul de Porto Alegre possui 34.873 habitantes, conforme dados oficial do último levantamento realizado em 2010, representando 2,47% da população do município, mas sabemos que hoje o número é outro. Através de um levantamento de dados realizado pelas equipes de Agentes Comunitários de Saúde da região, chegamos ao número de aproximadamente 54.000 habitantes. O elevado aumento dá-se pelo vasto investimento imobiliário na região, por ter muitas terras ainda não exploradas; e pelo índice elevado de violência nesta última década, muitas famílias que foram expulsas ou simplesmente estão fugindo do tráfico de outros bairros procuram a região rural de Porto Alegre para se refugiar. A área de abrangência da região é de 116,01 km², e representa 24,36% da área do município, sendo sua densidade demográfica de 465,50 habitantes por km². (IBGE, 2010).

3 PROBLEMA DIAGNOSTICADO

Com a globalização e o capitalismo contemporâneo multiplicaram-se os desafios: drogas, estresse, violência, conflitos e insegurança. Neste contexto encontramos não somente a pobreza econômica, mas a pobreza cultural, a fragilidade de laços sociais, a incapacidade de se organizar de forma mais democrática e, ainda, a autoimagem desvalorizada, a baixa autoestima que resulta na perda da própria identidade e dignidade.

A pobreza, além disso, constitui-se como uma condição social estigmatizada e desvalorizada, levando as pessoas a colocarem-se numa condição de isolamento e ocultamento de sua situação, procurando meios de dissimulação e dificultando o sentimento de pertencimento, uma vez que pertencer reverte em desqualificação. (GRANDESSO, 2003, p.3).

Durante o Estágio I, foi percebido que a maior demanda apontada pelos usuários, nos atendimentos em geral, foi o “sofrimento”, originado por conflitos pessoais, familiares e sociais, de pessoas que vivem em comunidades marcadas por grande desigualdade social; razão pela qual não têm fácil acesso aos recursos de saúde mental a que deveriam ter direito e isso reflete na desvalorização dos indivíduos diante de uma condição de vida marcada pela injustiça social e pelas diferenças.

Uma das grandes problemáticas é a “exclusão social”, numa sociedade onde predomina o individualismo, onde não nos reconhecemos como membros de uma comunidade global, acima de diferenças de raça, nacionalidade ou religião, onde não desenvolvemos os valores essenciais ao viver humano, produzimos a pobreza e ferimos a dignidade humana, criando cidades e favelas sem o real comprometimento dos governantes no enfrentamento das mazelas da sociedade, não produzindo senso de solidariedade e bem comum. (Carvalho, 2010)

A falta de acesso à renda, a desvalorização do trabalho humano, e a limitação do acesso a capacitações para a geração de renda priva o indivíduo das “necessidades básicas”,

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