Resumo: Expressões do conservadorismo na formação profissional

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- O ENFRENTAMENTO DO CONSERVADORISMO

Deu-se em dois ângulos fundamentais

- Na proposta de formação constante nas diretrizes curriculares da Abepss, fundada na teoria critica marxiana e em suas categorias centrais.

- E na regulação ético-politica da profissão estabelecida no Código de Ética, na Lei de regulamentação da profissão e nas legislações daí recorrentes.

- INFLUENCIA DO PROTOCOLO DE BOLONHA E A CONTRARREFORMA DO ENSINO SUPERIOR.

As tendências de mercantilização do ensino superior ganharam fôlego a partir do anos 2000, com recomendações das organizações Bm, OMC,FMI, como um requisito para a constituição da União Europeia o chamado processo de Bolonha foi desencadeado pela Declaração de Sorbonne/ paris/França (25 de Maio de 1998) subscrita por quatro países ( França, Alemanha, Itália e Reino Unido) e consistia em uma declaração de intenção para estabelecer novas diretrizes para o ensino superior na Comunidade Europeia, transformando-a na economia mais competitiva e dinâmica até 2010, a constituição do fórum vislumbra nitidamente a expansão mundial de suas diretrizes.

O ingresso do Brasil no fórum em 2009 parece ter contribuído para acelerar e aprofundar a incorporação dessas recomendações nos processos de contrarreforma do ensino superior, com graves implicações para o ensino em todos os níveis.

Todas as medidas previstas na LDB ( Lei de Diretrizes e Bases da educação) seguem as diretrizes do protocolo e favorece assustadoramente o ensino privado lucrativo. Cresce a cada ano o numero de alunos matriculados nessas instituições, o ensino a distancia vive um processo de expansão acelerada e em menor ritmo, também nas universidades publicas, sendo o serviço social o terceiro maior contingente de matriculados em graduação a distancia. Essa expansão atinge diretamente o serviço social no numero de pessoais formadas, acompanhadas de baixa qualidade, com formação rasa e superficial.

- TRAÇOS DO CONSERVADORISMO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL.

NETTO (2009) coloca que o pensamento conservador, sob a hegemonia do pensamento critico de viés marxiano após décadas de 1970, volta agora com força total e atravessa novas dimensões do fazer profissional.

O caráter, comportamento das Diretrizes Curriculares, tem revitalizado alguns traços conservadores balizados a seguir:

- O Metodologismo.

Que fortalece-se a suposição de que uma boa técnica, ou um arsenal de técnicas, pode substituir a analise critica e a ação politica coletiva na transformação do real.

- O teoricismo acrítico.

Trata-se da ênfase às abordagens abstratas que não desvendam o real em sua totalidade e reiteram a conservação e relações mercantis e mercantizadas. Abordagens que supõem, falsamente, que a neutralidade é possível e não percebem (ou escondem) que a suposta neutralidade ou acriticidade é uma poderosa arma da conservação.

- O aligeiramento da formação

O expansionismo superficial de cursos, conserva e mesmo agudiza a perspectiva de formação funcional ao mercado e subordina os conteúdos profissionais à demanda do mercado, ou seja, do capital.

- O pragmatismo

Tal postura leva à negação da teoria, a adesão ao praticismo acrítico, à ação imediatatista, desprovida de compromisso politico com a transformação estrutural das relações sócio econômicas.

- O voluntarismo

Alimenta-se da pobreza teórica que considera desnecessário estudar em profundidade as teorias e seus autores.

- O contentamento com o possibilismo.

Ambas são armas poderosas de conservação da ordem burguesa, ainda que possam ter algumas diferenças entre si.

- CONSTRUIR ESTRATÉGIAS

Muitos desses traços conservadores são fomentados pelo desencanto e pelas sucessivas perdas sociais históricas, submetidas à barbárie neoliberal. Enfrenta-las e supera-las exige construir estratégias coletivas pautadas no Projeto Ético-Politico Profissional, que possibilitou ao serviço Social sua maioridade teórico-politica.

Por isso, para debelar esses traços conservadores é necessário ir contra essas perspectivas, aligeirada, acrítica e tecnicista e defender a formação na perspectiva de totalidade sem nenhuma concessão ao possibilismo e ao reformismo. Exige recusar os modismo tecnicistas e pragmáticos na formação e no trabalho profissional e defender firmemente o trabalho como espaço de fortalecimento dos direitos da classe trabalhadora.

Reafirmar nosso Projeto Ético-Politico é necessário e não devemos nunca recuar diante da ofensiva conservadoras nem retroceder nas nossas conquistas alcançadas por tantas gerações. Lutar contra o naturalismo e pelo otimismo