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Relatorio de estágio

Por:   •  11/4/2018  •  4.259 Palavras (18 Páginas)  •  242 Visualizações

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Introdução

A deficiência intelectual é um termo utilizado para designar pessoas que apresentam limitações no funcionamento mental e desenvolvimento de tarefas que envolvem: comunicação, relacionamento social, habilidades, entre outros. Tais limitações provocam um retardamento na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.

Na antiguidade, as pessoas com deficiência eram abandonadas ou exterminadas, por não corresponderem aos ideais de homem para aquela sociedade, cujos referenciais de perfeição e beleza eram determinantes.

Em resumo, Cardoso (2004) explica que em Esparta, crianças com deficiências eram consideradas sub-humanas, o que legitimava as políticas de extrema exclusão a que eram submetidas. Além de suas vidas ameaçadas, eram significativas as resistências quanto à aceitação das pessoas com deficiência na sociedade. Na Idade Média, sob a influência da Igreja, predominava a crença de que a deficiência era um fenômeno metafísico e espiritual e, assim, a deficiência era, ao mesmo tempo, uma questão divina ou demoníaca. Essa concepção, de certa forma, influenciava a forma de tratamento dispensado às pessoas com deficiência, o que lhes colocavam, numa “mesma categoria, a dos excluídos” Cardoso (2004, p. 16).

No entendimento de Aranha (1991, 1995, p.3), para o sistema econômico capitalista, a deficiência é sinônimo de improdutividade e desvio,

[...] multideterminada por fatores que, aliados aos valores do sistema vigente na sociedade, levam à segregação e estigmatização dos indivíduos deficientes. Estes, por sua vez, são considerados incapazes e fracos, pois não se enquadram nos moldes produtivos do sistema capitalista. Portanto, a deficiência é vista como uma condição desvalorizada em nosso contexto social.

Para Glat (1995), tanto a forma de comportamento das pessoas com deficiência na sociedade como a interação da sociedade com essas pessoas são determinantes no que diz respeito à construção dos rótulos e dos valores pelos quais passarão a ser identificados. Isso é de certa forma, indicativo de responsabilização do contexto social pela construção da deficiência. O autor chama a atenção para o fato de que a deficiência não existe unicamente inerente às pessoas, descontextualizada do meio social. Para tais pesquisadores, deficiência é um conceito que deve englobar o contexto socioeconômico e político de nossa época, bem como as influências culturais presentes na construção desse sujeito concreto.

Mesmo em processo de evolução constante, a sociedade não rompeu totalmente com sua história conceitual e preconceituosa, especialmente quanto à convivência e aceitação das diferenças ou das condições de deficiência das pessoas. Pessoas significativamente diferentes geram impacto no “olhar” do outro, provocando: “[...] sentimentos de comiseração (com diversas manifestações de piedade, caridade ou tolerância, seja porque o “diferente” é cego, surdo, deficiente mental, deficiente físico, autista, ou deficiente múltiplo...)” (CARVALHO, 2004, p, 40).

Desta forma, no centro espirita Nosso Lar Casas André Luiz, é possível observar e acompanhar o desenvolvimento e evolução de cada assistido, através do seu envolvimento nas propostas multiprofissionais que lhe são ofertadas. Para isso, o individuo inserido nos programas, culturais, educacionais e sociais, tem a oportunidade de se socializar e se desenvolver. O nível de desenvolvimento que o assistido poderá apresentar irá depender tanto do grau do comprometimento da deficiência intelectual, haja vista que esta pode ser leve, moderada, severa ou profunda; e da sua história de vida, contexto familiar, e vivências. Por isso através dos métodos utilizado e das dinâmicas das relações, o assistente social terá o papel de entender para intervir aproximando o assistido de seus direitos como cidadão.

Metodologia

Os procedimentos metodológicos para a realização desse relatório de estágio consistem num primeiro momento na avaliação e acompanhamento da atuação da assistente social na instituição Nosso Lar Casas André Luiz. Em resumo, Ludke e André (1996), dizem que para desempenhar uma pesquisa é preciso avaliar os dados, as evidências, as informações sobre um determinado tema e o conhecimento teórico a respeito dele.

Com a intenção de conhecer a atuação do Serviço Social na instituição, uma das pesquisas empregadas, é a exploratória, pois procura aumentar o conhecimento por meio de entrevistas e leituras críticas. Segundo Alencar (1999, p.125) “a observação é um instrumento muito importante quando se pretende compreender uma determinada realidade social em que os fatos, valores, razões e ideias não são sempre expressos verbalmente”.

Também será utilizada ao decorrer do relatório a pesquisa bibliográfica. Segundo Köche (1997, p. 122) “o objetivo da pesquisa bibliográfica, portanto, é o de conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema”. Assim, esse método será aplicado através da relação dos dados colhidos com os temas abordados em sala de aula.

SOBRE A INSTITUIÇÃO

Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz

Como Resultado do trabalho assistencial do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, foi inaugurado em 26 de janeiro de 1958 a Casa da Criança André Luiz em Vila Galvão, para a assistência de crianças portadoras de deficiência mental. Após quatro anos a personalidade jurídica da Entidade muda para Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz e no intuito de atender a enorme demanda por vagas foi construída a Casa 2 (hoje classificada como Unidade de Longa Permanência), no bairro Picanço.

A unidade de longa permanência- sobre a qual se esboça o resultado desse estudo- abriga hoje cerca de seiscentos e quatro assistidos, sem restrição de faixa etária. A instituição se enquadra no terceiro setor, têm por área de atuação a Saúde e público alvo os deficientes intelectuais.

Como procedimento para internação, é encaminhado pelo tutelo, responsável legal ou um órgão publico/privado, um relatório descritivo sobre a situação geral do indivíduo. Em seguida, são realizas visitas domiciliares para colher dados sobre a família, o assistido, e o seu contexto histórico e avaliar junto à psicologia e médicos, se o mesmo

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