FAMÍLIA E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: AUSÊNCIA DE POLÍTICAS DE EMPREGO E DETERIORAÇÃO DAS CONDIÇOES DE VIDA
Por: Lidieisa • 27/8/2018 • 3.114 Palavras (13 Páginas) • 348 Visualizações
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pelo mercado de trabalho e aumento do desemprego, que afeta diretamente os componentes das famílias. Essas mudanças expressam-se nas alterações nos arranjos familiares de inserção no mercado de trabalho, nos diferentes momentos do ciclo de vida da família. Ocorreu nova crise econômica, resultando no crescimento do desemprego. O primeiro período em que se analisou a relação família-trabalho e sua transformação tem como marcas a crise econômica e o momento de acentuação da entrada da mulher no mercado de trabalho.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
A sociedade brasileira nas últimas décadas passou por grandes mudanças de ordem social e econômica. O crescimento da economia, da urbanização e o ritmo acelerado da industrialização, marcaram o momento do crescimento econômico, consolidando sua industrialização e modernizando o aparato produtivo.
A expressão divisão social do trabalho foi usada por Karl Max (1818-1883) para designar as atividades presentes em todas as sociedades complexas, independente dos produtos do trabalho circularem como mercadoria ou não. A divisão social do trabalho foi iniciada através das atividades produtivas, ou mesmo, através de ramos de necessidades para a reprodução da vida.
Para Karl Max, essa divisão do trabalho diz respeito ao caráter específico do trabalho humano. O ser humano tem a capacidade de produzir diferentes coisas em grupo, fazendo assim, a divisão do trabalho. Essa divisão de mão de obra sempre existiu, era feita de acordo com a sexualidade, idade e vigor físico.
O Capitalismo consolidou a divisão social e técnica do trabalho, ou seja, um determinado produto para existir, passa por uma grande quantidade de operações, executadas por trabalhadores especializados cada um na sua função.
2.2 AS RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE
Na década de 90, aumentou o número de desempregados, e consequentemente, a informalização do trabalho, ocorreu a redução do assalariamento e também do emprego industrial. Essas tendências, além de serem resultados das mudanças que foram introduzidas com a reestruturação produtiva, por outro lado, repercurtiu sobre a economia e nível geral de empregos.
Dessa maneira, a relação família-trabalho sofreram influências das atividades produtivas e da estruturação das famílias. As articulações entre a esfera da produção e da reprodução, e as estruturas produtivas e familiares eram feitas , segundo a lógica da divisão sexual do trabalho vigente, tanto no mercado de trabalho como na família.
A divisão do trabalho na sociedade industrial opera em conjunto, a relação entre família e trabalho é unificada. È atribuído ao homem e à mulher lugares específicos nessas estruturas. A construção teórica da relação família-trabalho funciona como elo de ligação entre as esferas produtivas e reprodutivas. As características da relação homem-mulher predominantes na sociedade que define as atribuições de ambos na família, quanto suas representações a cerca de sua inserção no mercado de trabalho.
Aconteceram algumas mudanças na família, nos anos 80, e se acentuou no início dos anos 90, na Região Metropolitana de São Paulo, algumas famílias passaram a ser chefiadas por apenas um dos cônjuges, aconteceram com uma grande frequência, as separações entre homem e mulher.
2.3 MULHER, MERCADO DE TRABALHO E AS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES DO SÉCULO XX
O crescimento das famílias chefiadas por mulheres, fez com que as mulheres fossem conquistando sua posição no mercado de trabalho, apesar de sua atividade permanecer concentrada em determinadas atividades e setores. A mulher passa a lutar pela sua subsistência e de seus filhos. Nesse momento, muitas famílias apresentaram um nível acentuado de pobreza.
Considerando o novo momento de reorganização das atividades produtivas e as tendências recentes de transformação da família, que se articulam através do conceito de divisão sexual do trabalho, os conceitos básicos para a interpretação da realidade, bem como os cortes de análise adotados. O crescimento das famílias chefiadas por mulheres reflete não apenas a transição demográfica e as alterações dos padrões de formação da família, mas também um conjunto complexo de fenômenos, com destaque para aqueles que se explicitam através da articulação entre estruturas produtivas e estruturas familiares. Neste sentido, as transformações da família estão relacionadas aos novos papéis que a mulher vem assumindo na sociedade e à mudança de expectativas em relação a ela.
Outro aspecto importante da situação da mulher é a manutenção da sua dupla carga de trabalho, ou seja, a quantidade de horas trabalhadas sem remuneração que se somam às horas dedicadas ao mercado de trabalho.No documento informativo de 2009, Panorama Social da América Latina, a CEPAL avalia que persiste a tradicional divisão sexual do trabalho nas famílias, ou seja, as tarefas domésticas, os cuidados com as crianças, com os idosos ou doentes continuam sendo tarefas pertencentes ao universo feminino.
3 CONCLUSÃO
O objetivo desse trabalho é mostrar de maneira articulada as transformações das famílias e como o mercado de trabalho reagiu sob o processo recente de reestruturação das atividades econômicas.
Com a crise econômica, os principais mantenedores da família estavam desempregados. Novos arranjos familiares de inserção no mercado de trabalho passaram a ser articulados. As mulheres passaram a chefiar suas casas, como mantenedoras do lar.
As reestruturações produtivas e as mudanças que elas
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