FAMÍLIA E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E AUSÊNCIA DE POLÍTICAS DE EMPREGO E DETERIORAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE VIDA
Por: Lidieisa • 8/2/2018 • 1.861 Palavras (8 Páginas) • 446 Visualizações
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Algumas tendências do mercado de trabalho nos anos 90 já se faziam presentes na década de 80, nesta última década eleva-se o nível de desemprego, cresce a informação do trabalho, assim diminuindo a parcela do ocupados que se inserem no mercado através de emprego regular e regulamentado, ocorre então a redução do assalariamento e também do emprego industrial. Essas tendências são resultados das mudanças introduzidas com a reestruturação produtiva, refletem por outro lado, a dinâmica do nível de atividade da economia nacional, cuja oscilação ao longo das últimas décadas repercutiu negativamente sobre o nível geral de emprego .
As transformações regionais associadas à instabilidade de economia nas duas décadas têm provocado desde então, a redução do emprego industrial o crescimento das ocupações ligadas ao terciário de caráter formal ou informal e o progressivo empobrecimento da população. Estas tendências definem portanto, o perfil atual das atividades econômicas de emprego os familiares de inserção no mercado de trabalho, e as condições de vida da população.
Através de estudo podemos constatar também a tendência observada na RMSP de crescimento da taxa de participação feminina simultaneamente à queda de axa de participação masculina é comum a outros países, tanto da América Latina como da Europa nas últimas décadas, mais especialmente nos anos 90 (Posthuma e Lombarde, 1997; Hirata , Abnamo, 1997, Gonzales de La Rocha, 1997). Nota se uma diferença entre a natureza da participação dos homens e das mulheres na maioria dos países do mundo : a taxa feminina da força de trabalho aumentou tanto nos períodos de prosperidade como nos de recessão, enquanto a participação masculina tem decaído.
A adoção de novas formas de gestão e profução, por suaves, afeta de forma semelhante homens e mulheres muito qualificados (Matesco, 1995; Lavinas e Matesco, 1996).
Assim, a divisão sexual do trabalho vigente na indústria que têm sido objeto de muitos estudos. (Lobo, 1991) que denunciam a desigualdade entre homens e mulheres, especialmente quando as oportunidades de treinamento de acesso a chefias, tem possibilitado, nesta etapa da reorganização das atividades econômicas, a redução menos drástica da atividade da atividade feminina no mercado de trabalho ainda que favoreça uma maior fragilidade das formas de veiculação das mulheres a este mercado.
A divisão social do trabalho é aparentemente inerente característica do trabalho humano tão logo ele se converte em trabalho social, isto é, trabalho executado na sociedade e através dela” (Braverman, 1981, p. 71-72). A produção da vida material e o aumento da população geram relação entre os homens e divisão do trabalho. Os vários estágios da divisão do trabalho correspondem às formas de propriedade da matéria, dos instrumentos e dos produtos do trabalho verificados em cada sociedade, nos diversos momentos históricos (Marx, 1982).
A divisão do trabalho sempre existiu. Inicialmente, dava-se ao acaso, pela divisão sexual, de acordo com a idade e vigor corporal. Com a complexidade da vida em sociedade e o aprofundamento do sistema de trocas entre diferentes grupos e sociedades, identifica-se a divisão do trabalho em especialidades produtivas, designada pela expressão ‘divisão social do trabalho’ ou divisão do trabalho social. Esta forma de divisão do trabalho ficou bem caracterizada na estrutura dos ofícios da Idade Média. Os artesãos organizados nas guildas, ou corporações de artífices, constituíam uma unidade de produção, de capacitação para o ofício e de comercialização dos produtos. Apesar de existir, entre mestres-companheiros-aprendizes, divisão do trabalho, hierarquia e também atividades de coordenação e gerenciamento do processo de produção, estas eram diferentes da divisão parcelar do trabalho e da hierarquia verificada na emergência das fábricas e do modo de produção capitalista. No artesanato, os produtores eram donos dos instrumentos necessários ao seu trabalho, tinham domínio sobre o processo de produção, sobre o ritmo do trabalho e sobre o produto, e também, quase certamente, havia ascensão a companheiro e muito provavelmente a mestre (Marglin, 1980).
Um aspecto importante a ser destacado é o de que nas famílias ditas pós modernas, o foco primordial não está na forma de organização das famílias e sim no modo pelo qual os seus membros vinculavam-se uns aos outros, de forma que o passa a ocupar um outro espaço no imaginário parental. Relata ela em seus estudos que se pode distinguir a evolução de família em três períodos. Em um primeiro momento, a família dita tradicional assentava-se na preocupação com as tradições.
As transformações sociais construídas na segunda metade do século XX e reconstruídas nesse início do século XXI, redefiniram também os laços familiares. A afirmação da individualidade pode sistematizar o sentido de tais mudanças com explicações nas relações familiares.
Na sociedade contemporânea, a conjugalidade, muitas vezes, não é verdadeira. Oque encontramos é a busca pela estabilidade financeira, a satisfação pessoal e a realização de um sonho: casar-se, oque acaba conduzindo a um casamento no qual os projetos individuais são esquecidos, em que um se anula em relação ao outro.
A grande dificuldade está em compatibilizar a individualidade e a reciprocidade familiar, pois ao abrir espaço para tal individualidade, renovam-se as concepções das relações familiares.
O impacto desses desafios influenciam o cotidiano dessas relações. Apesar de os conceitos de família terem sido aprimorados ou ainda, inseridos dentro da realidade concreta de cada época, atualmente ainda encontramos conceitos que se repetem com outra roupagem. Além de todos esses fatores adicionamos também o número de filhos, a modificação do conceito de maternidade e o impacto dessas transformações na sociedade. O filho e a maternidade são experiências diferenciadas para cada membro da população.
No Brasil, a família sempre ocupou um lugar de destaque, seja como de socializadora de seus membros, aportes psicológico, afetivos e emocionais, onde são absorvidos os valores éticos, humanitários, solidários e culturais, suporte material e financeiro, proteção diante das situações de violência e vulnerabilidade social, saúde. Verifica-se, assim, que as desigualdades sócio-políticas e econômicas em que vivem muitas famílias restringem o acesso a uma cidadania formal plena. Sendo constituída um outro tipo de cidadania que rege suas relações, que se dá na esfera do informal, fora do alcance do poder público. E, que se torna
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