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FAMÍLIA E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

Por:   •  20/7/2018  •  2.878 Palavras (12 Páginas)  •  359 Visualizações

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outras manifestações culturais, legais, valorativas e administrativas dessa sociedade. Weber pôde identificar elementos que justificassem o desenvolvimento do que ele chamou de espírito do capitalismo a partir da ética protestante. Essa ética, particularmente asceta, conduzia os indivíduos da sociedade a realizarem os seus papéis de trabalho (em suas divisões de trabalho social) de forma a sempre buscarem a acumulação e a eficiência e evitarem o desperdício ou a preguiça.

O interesse de Durkheim encontrava-se principalmente nas mudanças que transfiguravam a sua sociedade contemporânea. Centralizava na solidariedade social e moral, ou seja, naquilo que une a sociedade e impede o seu declínio ao caos. O indivíduo não teria prestigio nesse contexto de análise, já que ele não ergue a sociedade e suas instituições, mas as herda e deve se ajustar ao contexto que elas proporcionam, ou seja, o indivíduo não influencia na divisão social do trabalho, apesar de executá-la.

A divisão do trabalho social permite uma maior especialização e qualificação dos indivíduos no trabalho, o que se traduz numa via de realização pessoal. Ajuda o crescimento da força produtiva e para a habilidade no trabalho, assim como também permite o rápido crescimento intelectual e material das sociedades. Além disso, promove a coesão e a organização social, mantendo o equilíbrio da sociedade.

2.2 AS RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE.

É ao redor da família que a vida, inicialmente, se estrutura, sendo o primeiro espaço de relações sociais, o qual o indivíduo tem contato, além de ser o lugar onde a história do mesmo começa a ser escrita.

As várias transformações ocorridas no plano socioeconômico culturais, pautadas no processo e globalização da economia capitalista, vêm interferir na dinâmica e estrutura familiar contemporânea, trazendo mudanças em seu padrão costumeiro de organização. Na atualidade a família é mais variada e mais complexa do que a família nuclear (onde pai, mãe e filhos moram na mesma casa).

Facilmente podemos encontrar diferentes tipos de famílias que fogem ao modelo habitual formado por pai, mãe e filhos biológicos como: mães ou pais divorciados que criam seus filhos sozinhos, crianças cuidadas e educadas por avós; babás, professoras e vizinhos que assumem o papel de cuidadores; pais que trabalham fora e deixam seus filhos aos cuidados de creches e escolas; crianças que são criadas com duas mães ou com dois pais, crianças órfãs ou adotadas, etc. Outro aspecto que vem passando por mutações nas famílias contemporâneas é quanto ao papel dos homens e mulheres.

Atualmente, ambos saem às ruas na disputa por um espaço no mercado de trabalho, mudando a ótica e a ética das relações entre homens e mulheres, e entre pais e filhos. Com os pais trabalhando para nutri a família, acaba ficando longe da convivência dos filhos, que ficam em casa sendo cuidado por outras pessoas passando grande tempo diante da televisão, computadores e vídeo games, isso reflete no comportamento e desenvolvimento infantil.

Podemos dizer que a Revolução Industrial, foi um acontecimento de grande dimensão, pois, foi a partir deste referencial histórico que as mudanças se tornaram mais óbvia no que se refere ao conceito de “família”. Antes da criação das máquinas as economias eram artesanais e agrícolas, e os papéis familiares eram divididos e subdivididos de tal maneira que, o homem, pai de família, era responsável pelo alimento da sua esposa e de seus filhos. A mulher por sua vez, era criada para zelar da casa e de seus filhos, ser bondosa e obediente ao seu esposo.

Os filhos do sexo masculino eram vistos dentro da economia agrícola como soma ao trabalho na lavoura, um número a mais nas plantações agrícolas. As filhas eram criadas desde sua meninice a zelar da casa e dos irmãos mais novos para assim serem futuras boas esposas e mães.

Depois da Revolução Industrial essa visão foi se transformando, a agricultura não era mais o ponto indispensável da economia, várias famílias abandonaram os campos agrícolas para viverem nos centros urbanos industriais. O salário proposto pelas indústrias já não eram mais justo para o sustento da família, sendo necessário que as mulheres e crianças trabalhassem, iniciando assim, a exploração da mão -de-obra das mesmas.

A partir da década de 1960, segundo Sarti, com o movimento feminista, a mulher iniciou a sua independência social e sexual, pois nesse mesmo tempo ocorre a oportunidade de escolha da mulher a maternidade, pois com a expansão dos anticoncepcionais, o trabalho remunerado da mulher, criou-se as exigências materiais para que a mulher deixasse de ter sua vida e sua sexualidade vinculada à maternidade como um “destino”, recriou o mundo subjetivo feminino e, um parceiro à expansão do feminismo, expandindo as possibilidades de atuação da mulher no mundo social (SARTI, 2005,p. 21).

Mundialmente vem crescendo a perspectiva de que as unidades de atuação, família‟ e comunidade‟ são pontos importantes da estratégia de globalização das diversas políticas sociais. A escolha do ano de 1994, como Ano Internacional da Família pela ONU exprimiu este movimento para priorizar a política da família (Carvalho, 1994:34).

Segundo Vasconcelos (1999) em muitos municípios brasileiros, serviços locais de saúde, escolas e órgãos de assistência social ligados a igrejas, entidades filantrópicas e organizações não governamentais já vêm ampliando programas de acompanhamento e apoio as famílias em situações de complexidade. Inicialmente essas atividades são isoladas e mudáveis de grupos de profissionais mais envolvidos com as instituições públicas ou atividades de entidades não governamentais desenvolvido para públicos restritos.

No entendimento das autoras Gomes e Pereira (2005), a questão principal é a imposição de promoção e apoio às famílias desamparadas, através de políticas sociais bem articuladas e focalizadas, visto que, o Estado vem reduzindo suas intervenções na área social e colocando na família uma sobrecarrega que ela não consegue suportar tendo em vista sua situação de instabilidade socioeconômica” (GOMES E PEREIRA, 2006, p: 361).

No Brasil a Proteção Social tem maior realce e garantia com a aprovação da Constituição de 1988, que vai compor legalmente como função do Estado provera Proteção Social, que inicia com o fortalecimento e aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em 1993, que vem estabelecer que “a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais,

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