Concepção Historica das Politicas Sociais Brasileiras no periodo de 1960 ne 1980 e o Serviço Social

...

Os objetivos das politicas sociais estão direcionados a responder as demandas, principalmente das classes desfavorecidas, por estas apresentarem maior vulnerabilidade. Estas necessidades são reconhecidas pelo Estado, porém recebem influencia da sociedade civil por meio de pressão e mobilização social.

Tem por finalidade ampliar e tornar efetivos os direitos de cidadania e promover o desenvolvimento, criando alternativas de geração emprego e renda.

Quanto ao grau de intervenção as politicas sociais podem ser universais, segmentadas ou fragmentadas atendendo a todos os cidadãos; a um segmento da população caracterizado por um aspecto determinado ou a grupos sociais pertencentes a cada segmento, respectivamente. Quanto aos efeitos causados estas podem ser distributivas, redistributivas ou regulatórias.

- A CONCEPÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS

A concepção das politicas sociais sofre mudanças de acordo com a orientação politica expressa pelas formas de poder, portanto, é importante elucidar na direção a ser tomada, no sentido de orientar a analise das politicas publicas a uma linha de pensamento econômico. Isto porque as concepções da politica social em uma perspectiva teórica metodológica possuem relações com o panorama politico e visões sociais do mundo.

Os sistemas de proteção social são formas mais ou menos institucionalizadas que as sociedades empregavam visando encarar uma instabilidade dos acontecimentos de caráter biológico ou social que coloca em risco uma fração ou uma totalidade de seus componentes.

Nas politicas sociais podem ser adotadas perspectivas teóricas diversas. Existem distintos tratamentos no sentido de conceituar e por em evidencia as questões relacionadas a estas políticas.

- AS POLÍTICAS SOCIAIS FACE À QUESTÃO SOCIAL

Com o incremento do processo de industrialização os movimentos operários começaram a surgir no país com crescente frequência. Surgiam sinais evidentes do descontentamento e frustração da classe média e dos grupos de intelectuais, ocorrendo também movimentos políticos contra a administração pública, considerada ineficiente, retrógrada e inábil, movimentos de protesto contra a falta de soluções para as crises sociais, políticas e econômicas.

Getúlio Vargas, que estava no poder temia a ascensão e o acirramento desses movimentos, a exemplo que acontecia com os movimentos operários europeus. Para conseguir a adesão e o consenso dos trabalhadores, Vargas estabeleceu uma série de medidas de política social de caráter preventivo, integradas no conceito de progresso social e institucional. Conseguiu, assim, estabelecer uma política de compromisso e conciliações entre os grupos dominantes, as camadas da classe média e operária.

Que sustentavam a ideologia da “PAZ SOCIAL”, que deu suporte à expansão capitalista no Brasil. A questão social que antes era encarada como questão política passou a ser considerada questão de Estado.

- O SERVIÇO SOCIAL “PROFISSÃO”

O Serviço Social enquanto profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho situando-se no processo de reprodução das relações sociais, aliado a capacidade de construir conhecimento e de estabelecer um olhar critico da realidade, isso faz da pesquisa um instrumento de fundamental importância para o desvelamento das demandas sociais.

Dessa forma, pressupõe-se que o conhecimento é fruto das experiências sociais do homem no seu cotidiano, resultado da busca em satisfazer suas necessidades naturais e históricas. Portanto, destaca-se a importância da pesquisa no serviço social enquanto profissão interventiva atuante nas relações sociais, na busca de um respaldo teórico, técnico e critico da realidade, podendo levar a uma interferência transformadora.

A formação profissional supõe um solido suporte técnico metodológico, necessário à reconstrução da pratica e estabelecimento das estratégias da ação. Presume-se ainda que a preparação no campo de investigação como eixo privilegiado para o aprimoramento da qualificação cientifica do assistente social e da produção teórica sobre as questões pertinentes a seu campo de atuação e a uma realidade social mais ampla.

- O SURGIMENTO

Fica claro que a industrialização, acompanhada da urbanização, contribuiu e constituiu para o processo desencadeador da questão social, em que as relações sociais e econômicas pré-industriais foram quebradas pelo avanço das forças produtivas que respondem primariamente pelas mudanças estruturais.

A pobreza para ser a pré-condição estrutural da questão social precisou ser politicamente problematizada, deste modo, a questão social, somente se tornará “questão social” se considerada problematizada, reconhecida e assumida por um dos setores da sociedade, com o objetivo de enfrentá-la, torná-la pública e de transformá-la em demanda política no sentido de “solucionar” o problema.

Não basta reconhecê-la enquanto realidade bruta da pobreza e da miséria; é preciso se problematizada em seus dilemas, mas no cenário da crise do nosso Estado de bem-estar, da justiça social, do papel do Estado e do sentido da responsabilidade pública. A questão social se apresenta em suas objetivações, em projetos que determinam prioritariamente o capital sobre o trabalho, em que o objetivo é acumular capital e não garantir condições de vida para a população.

- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante muitos anos a atuação profissional esteve fundamentada numa ação assistencialista, doutrinaria e conservadora. O processo de ruptura com o conservadorismo representou um momento significativo para a profissão, levando ai questionamento da sua formação e atuação, manifestando sua insatisfação e a necessidade de um referencial teórico-crítico que possibilitasse decifrar a realidade para uma intervenção competente frente às exigências da sociedade.

Hoje ainda se encontram profissionais arraigados ao conservadorismo, apesar da significativa influencia do movimento de reconceituação da década de 60. No entanto, é notória a inserção da pesquisa no currículo escolar, na formação