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Adeus trabalho

Por:   •  26/5/2018  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  271 Visualizações

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Sem Terra, ONG’s – Organizações Não-Governamentais, além do crescimento do associativismo e do cooperativismo como novas formas de organizações do trabalho, as quais cresceram e se fortaleceram na década de 90 no cenário econômico, social e ambiental. Para Antunes, o trabalho abstrato e o trabalho concreto traduzem a reflexão

contemporânea sobre a crise do trabalho, o primeiro sendo entendido como mais intelectualizado e o segundo com características artesanais. E, ainda, à luz do pensamento marxista, reflete: o trabalhador já não transforma objetos materiais diretamente, mas supervisiona o processo produtivo em máquinas computadorizadas, programa-as e repara os robôs em caso de necessidade. Se a crise é do trabalho abstrato, não há novidade nenhuma, pois ela se traduz na redução do trabalho vivo e na ampliação do trabalho morto, indicado por Marx como tendência do capitalismo; e, embora haja quem considere essa tendência como perda da centralidade do trabalho, para o autor, não é assim, numa sociedade de mercado, reafirmando não haver risco de fim da classe trabalhadora. No entanto, parece entrar em contradição quando afirma haver uma ampliação do trabalho morto (abstrato), isto é, mais intelectualizado, com foco na produção de valor de troca (labour). Ora, se há uma tendência de ampliação dessa modalidade, logo, pode-se deduzir que há, sim, um risco de colapso no sistema de

trabalho, pois somente haverá ocupação e mesmo a possibilidade do resgate do valor do

trabalho se houver o crescimento do trabalho vivo (concreto) com foco na produção de valor de uso (work). O autor defende o trabalho como necessidade natural do homem e o intercâmbio homem/natureza para manter a vida humana e assegurar o verdadeiro sentido do trabalho. Ressalta a importância das rebeliões das classes trabalhadoras para dar sentido à emancipação do trabalho, a necessidade de convergência das classes para fazer frente à individualidade do trabalho lideradas pelas classes mais qualificadas e destaca a ameaça ao capitalismo pelo próprio capital considerando as desigualdades sociais existentes no mundo. Antunes sugere que a “revolução de nossos dias é, desse modo, uma revolução no e do trabalho. É uma revolução no trabalho na medida em que deve abolir o trabalho abstrato, o trabalho assalariado, a condição de sujeito-mercadoria, e instaurar uma sociedade fundada na auto-atividade humana, no trabalho concreto que gera coisas socialmente úteis, no trabalho social emancipado”.

Na expressão do autor, o capitalismo promove a redução das necessidades do ser

social que trabalha, a desqualificação biológica do indivíduo, a tal ponto que o resultado

do trabalho é um produto alheio ao trabalhador que o produz, é a alienação do ser social

e a perda de identidade própria e do sentido da vida pode ser entendida como o fim da

classe que trabalha para viver e o surgimento da classe que só vive para trabalhar. Nesse

contexto, surge a importância das instituições sindicais para funcionarem como alavancas para o gênero humano emancipado. Antunes ainda atribui ao trabalho a função de diferenciação entre o homem e os seres vivos, sendo, portanto, sua condição de ser social. No entanto, no capitalismo, o trabalho é transformado numa mercadoria, num valor de troca, isto é, sem sentido, sem significado social: o trabalho torna-se coisa e o trabalhador é desefetivado. Há uma desconfiguração do ser social, uma forma moderna de escravidão, pois o ser humano não exerce o seu direito de livre arbítrio. Segundo ele, a dimensão abstrata do trabalho contemporâneo mascara e faz desvanecer a sua dimensão concreta, de trabalho útil. Nesse ambiente de valor de troca, o vínculo social torna-se relação entre coisas. Isso ocorre porque o capital é totalmente desprovido de medida e de um quadro de orientações humanas. O autor pouco se refere aos impactos do capitalismo no segmento rural, especialmente o caso brasileiro na segunda metade do século XX, quase se omite em considerar o envelhecimento da população e a falência dos sistemas previdenciários, forçando o retorno ao mercado de trabalho em condições desiguais, e ainda não se refere ao papel das instituições de ensino. Estas estão formando para manutenção do sistema capitalista ou formando o ser social? O autor se refere ao fim da classe trabalhadora como se existisse uma linha de corte brusco, o que, a meu ver, não reflete a amplitude da questão trabalho, que é abrangente e antagônica. Entre as diversas formas de desvalorização, o estágio profissional não é

mencionado. A prática de contratação de estágio é a mais nova modalidade de precarização do trabalho. É necessário reconhecer que o estágio é uma ótima forma de preparação e formação profissional, mas,

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