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WOLFF, Robert Paul. O ideal da universidade. São Paulo, Editora da UNESP, 1993.

Por:   •  2/8/2018  •  1.163 Palavras (5 Páginas)  •  382 Visualizações

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“A universidade como agência de prestação de serviços” é o terceiro modelo apresentado e tem como suporte a obra de Clark Kerr, “Os usos da universidade”. Nessa perspectiva, a universidade é tida como um conjunto de instituições reunidas sob um mesmo nome que realizam diferentes serviços como ensino, pesquisa, consultoria, etc, dando origem ao conceito de “multiversidade”. Não se trata, no entanto, de uma simples receptora de benefícios sociais, mas é um elemento produtivo que serve a propósitos da sociedade de uma forma mais geral.

A maior crítica para esse modelo é a de que, ao beneficiar poucos aspectos da sociedade, todos os outros saem perdendo. Wolff, porém, refuta essa crítica com a justificativa de que o mesmo ocorre com o elitismo reacionário da educação. Ele acusa que o modelo se trata de um “aluguel da universidade” e que, por serem dependentes de repasses do governo federal, as universidades acabam ficando impedidas de assumir posições contrárias às orientações recebidas.

Já o quarto modelo, “A universidade como linha de montagem para o homem do sistema”, se refere a uma constituição feita por estudantes radicais em seu ataque à universidade americana. Tal ataque acabou resultando em um movimento sistematizado, pautado em três elementos: 1) Uma crítica à organização educacional da universidade e ao seu conteúdo; 2) A descrição do relacionamento entre a universidade e outras instituições como o governo, a indústria e as forças armadas e; 3) Uma teoria sobre como o primeiro momento (causa), se relaciona com o segundo.

Wolff (1993) explica que esse modelo é grotesco e deturpa a ideia de universidade, mas era agradável aos estudantes revoltosos porque lançava mão de retórica não original, a ideia de transformar os estudantes revoltados contra os exploradores capitalistas em vanguarda para o futuro e a ideia judaico-cristã de que o sofrimento purifica e enobrece.

Também defende que essa visão da universidade está equivocada porque universidades e faculdades nos Estados Unidos têm estado na reforma na vanguarda da reforma social progressista e da crítica social há mais de meio século.

Ao compararmos os modelos descritos por Wolff com as concepções de universidade dadas por DREZE e DEBELLE (1983)[1], é possível perceber que não existe um modelo ou concepção que seja dado como perfeito para a universidade, uma vez que cada país e cultura tem um posicionamento e o defende como o ideal. Nas duas primeiras partes da obra desses autores, é nítido que os quatro países apresentados possuem crenças totalmente diferentes em relação ao papel da universidade, o que gera uma reflexão, mas não uma conclusão.

Com base nas informações acima apresentadas, a obra de Robert Paul Wolf é recomendada para professores universitários ou pessoas interessadas na crítica sobre o conceito e o papel da universidade na sociedade, assim como parte de sua história.

Robert Paul Wolff (1933-) é um filósofo político e professor emérito na universidade de Massachusets Amherst. Em sua carreira, escreveu sobre muitos assuntos acerca da filosofia política como Marxismo, tolerância e democracia.

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