Resenha Bandeirantes Pioneiros
Por: Sara • 21/8/2018 • 3.760 Palavras (16 Páginas) • 361 Visualizações
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Com todos esses questionamentos, percebe-se que o Brasil sim é grande vencedor em poder ter conquistado a civilização, apesar de obstáculos climáticos, hidrográficos e de solo pobre. Tudo isso devida inexistência discriminação racial dos brasileiros.
Outro fato interessante é que os americanos que aqui vieram logo após a Guerra da Secessão não queriam viver de acordo os antigos escravos e resolvem repovoar, elaboraram incialmente um relatório.
Quando vieram foram bem acolhidos, havendo um grande êxito e iniciou um enorme processo migratório e também um empreendimento extraordinário. Enriqueceram com a criação de fábricas, ânimos progressistas e competência técnica.
Os sulistas aqui vinham achando encontrar segregação entre brancos e negros, não havia racismo, e não encontraram mão-de-obra barato quanto eles imaginaram.
Em suma, esse capítulo sugere que não há superioridade entre raças, não há uma superior ou inferior, todos os seres humanos são iguais fisiologicamente, não havendo em nenhuma ciência antropológica, psicológica ou sociológica uma relação entre raça e habilidades e conhecimento.
Ética e Economia
Logo após a justificativa da discrepância entre os Estados Unidos e o Brasil, iniciam as explicações nas estruturas econômicas e as técnicas de produção. Dessa forma, a diferença entre ambos se daria exclusivamente pelo fator econômico.
E os marxistas entram agora para justificar que tudo e o produto de grande comércio dos americanos foi o carvão. Lá construíram a maquina a vapor, visto que no início da era industrial, o carvão era de grande valia. Se estabelece uma regra onde não há carvão, não há progresso.
E as verdades eram estabelecidas e comprovadas na religião, nas verdades reveladas. Até mesmo a propriedade privada era justificada pela doutrina como necessária, embora acreditava-se que o ideal é que se desse apoio ao pobre.
Há uma diferenciação entre o artesão, que trabalha para se sustentar e o comerciante que trabalha pela busca do lucro. No entanto, a explicação marxista dava ao lucro uma legitimidade de salário, uma renumeração do salário do comerciante.
A Igreja ia de encontro ao acúmulo de dinheiro pelo lucro era um pecado, e maior que esse pecado somente o de cobrança de juros. Segundo São Tomás de Aquino não se pode emprestar dinheiro e cobrar juros, pois é contra a justiça natural.
O autor ressalta a importância de se conhecer a história, o passado e defende uma multicasualidade de fatos envolto ao passado.
Os processos de formação religiosa e suas origens no Brasil e nos Estados Unidos também aparecem como fatores determinantes da discriminação racial do segundo e para indiscriminação do primeiro, pautado no cristianismo. Embora tudo isso sob uma pano de fundo de doutrina, posto que na prática a igreja também apresentava ações capitalista, a venda no lugar no céu, comprova tal atitude.
Apesar de todo esse contexto, o protestantismo americano reforça o capitalismo. Dentro desse cenário, vem Calvino afirmando que o lucro e a acumulação de riquezas não é ilegal, e é totalmente a favor dos ricos em detrimento dos pobres, estes últimos sendo considerados ociosos, e para ele o trabalho e o esforço dignificam o homem.
O autor passa a diferenciar o calvinismo do catolicismo, sendo o primeiro um potencializador do capitalismo, e o segundo legitima o pobre e é totalmente contrário ao acúmulo de bens.
Com relação à indiscriminação racial brasileira, ela tem origem na cultura lusitana que por oito séculos foi dominada por mouros, e acreditavam que a civilização superior acontecia nas raças com maior pigmento. E quando aqui chegaram vieram descasados e juntaram-se às índias. E estas achavam que os filhos iriam ter parentesco somente paternos, portanto a linhagem branca iria prevalecer.
Já os americanos, os exemplos de conquista são os brancos, e os contatos que eles tinham era com homens de pouco pigmento na pele.
O autor exemplifica os comportamentos anglo-saxônico e o brasileiro em meio a dois personagens Diogo Álvares(passado mourista) e o John Smith( tradição ariana), o primeiro de prisioneiro torna-se um herói, graças as suas armas de fogo. Ambos ficaram enamorados por índias, com uma diferença o primeiro casou-se, e o segundo teve que voltar para Inglaterra.
Outro fator interessante abordado é o fato que os portugueses não vieram para cá organizados em comunidades e por isso justificava à procura por mulheres índias. E de início, o casamento do branco com índio era visto como prolongamento do moura, já a união da negra com branco não era bem vista.
Os anglo-saxônicos migravam em comunidade, e apresentavam receio das sanções tribais. Sendo assim, a justificativa para diferença racial entre o Brasil e os Estados Unidos está na religião, na comunidade e nos fatores econômicos e éticos.
Até mesmos os padres e jesuítas se juntavam às mulatas e caboclas brasileiras. São os católicos transviados que se prevalecem, e a consciência ainda está em segundo plano.
Posteriormente coma chegada do Barroco, conflitos iriam surgir na tomada de consciência formada uma raça triste a partir da mistura de três raças.
Enquanto os Estados Unidos estabeleciam a lei da procura e da oferta, a livre concorrência, título ao portador, o Brasil depois de uma fase mercantilista e capitalista o retorno ao campo, ao feudalismo. Surgindo uma crise entre passado e futuro, formando uma economia indefinida.
Em suma, pode-se entender que a história dos dois países muito tem a dizer sobre as diferenças no progresso, envolvendo aspectos étnicos, geográficos, econômicos e éticos, fatores históricos e culturais.
Conquista e Colonização
Outro fator a ser considerado na discrepância no progresso dos dois países é o nível instrução, que o americano é bem mais elevado. Os protestantes eram alfabetizados para lerem a bíblia. Os Estados Unidos apresentam documentação e o Brasil, descoberto por acaso ou proposital nada possui de registro. Nesse aspecto, os bandeirantes ultrapassaram os pioneiros.
E cada vez mais os contrastes entre os dois países só intensificam. Os primeiros povoadores só queriam trabalhar e prosperar para agradar a Deus. Já no Brasil, os primeiros portugueses queriam buscar, extrair riquezas(primeira esperança foram pedras preciosas),
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