Resenha: A escola na ótica dos Ava Kaiowá: impactos e interpretações indígenas.
Por: Salezio.Francisco • 10/10/2018 • 1.050 Palavras (5 Páginas) • 326 Visualizações
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É importante destacar também que Benites utilizou muitas das vezes a escrita guarani que a meu ver preserva a originalidade de sua língua e sua cultura. Johannes Fabian também na entrevista para Mana fala que não há uma separação nítida entre a realização da investigação e o registro escrito porque, quando se olha para o que fazemos, vê-se que escrevemos desde o primeiro momento, então, vemos assim o valor de registrar essas falas guarani.
Concluindo assim a antropologia não seria uma ciência no sentido escrito, mas uma tentativa humanista de diálogo e aprendizado tanto para quem pesquisa quanto para os que recebem o pesquisador. (Peirano, 1982) e que o método etnográfico é um instrumento importante para a compreensão intelectual de nosso mundo e também tem uma utilidade prática na educação, a educação enquanto ato de comunicação, de diálogo, e de orientação (Fonseca, 1994). Em vista disso, o autor destaca que seus estudos são de grande importância para os povos indígenas "por fortalecerem a luta pela demarcação de terras e a efetivação dos direitos indígenas, [...] por ampliar o reconhecimento do direito dos indígenas à diferença, sobretudo de ser o próprio indígena capaz de narrar a sua história e compreender a sua cultura" (p.15). A importância de um indígena Ava kaiowá ser pesquisador está na possibilidade de ele próprio ser "um indicador de soluções possíveis para problemas atuais, colocado assim em uma posição de muita responsabilidade” (p.15).
Referências
- Caballero, Indira. 2013. Mana vol.19 no. 2 Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132013000200007. Acessado em 05 de novembro de 2016
- Fonseca, Cláudia. Quando cada caso Não é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educação. N.10, 1999, pp.58-78.
- Fabian, Johannes, A prática etnográfica como compartilhamento do tempo e como objetificação. Mana 12 (2): 503-520,2006.
- Peirano. Mariza. Além da ‘descrição densa’. Anuário Antropológico/80: 289-297 Fortaleza-Rio de Janeiro: Edições UFC, Tempo Brasileiro, 1982.
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