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Relatório de documentário " Quando sinto que já sei"

Por:   •  31/3/2018  •  1.654 Palavras (7 Páginas)  •  435 Visualizações

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Os estudantes também podem também se organizar para as oficinas oferecidas no espaço. Os processos de aprendizagem se dão em salões, onde os alunos se sentam em grupos. Caso precisem de ajuda, levantam as mãos e chamam algum educador. Na sala fica pendurado, um mural dividido por duas colunas: “Preciso de Ajuda e Posso Ajudar?”. Nele, as crianças e adolescentes podem pedir apoio aos colegas escrevendo o nome na primeira coluna. Aqueles que podem auxiliar dizem quando, onde e em qual horário podem se encontrar para o estudo, num processo de educação de pares. Para viabilizar esse e todos os outros processos de investigação autônoma, os estudantes têm acesso a diferentes formas de aprendizagem e estudo, como na biblioteca, nos computadores e internet. Segundo o Projeto Âncora, "se não somos todos iguais por que temos que aprender do mesmo modo, ao mesmo tempo, por que tratar as crianças como tabulas rasas, recipientes vazios que devem ser preenchidos por conteúdos?" Os estudantes gerem esses espaços de forma autônoma e decidem onde e como devem buscar a informação que precisam.

Rafael Parente ex-subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais, critica a importância dado a currículo de um estudante e o fato de a parte cognitiva ser a mais valorizada na vida do aluno, ignorando as diversas outras dimensões existentes no ser humano [...]. A ideia de currículo no projeto, se posiciona de forma muito individual para cada aluno, em diálogo com o mesmo. A escola dessa forma, se fortalece em sua pedagogia, reconhecendo cada estudante como único e igualmente integrante de uma cultura, origem e estrutura familiar singulares. Dessa maneira, a escola tem o intuito de apoiar que cada indivíduo se descubra e se conheça, a partir da interação com os outros, com os diferentes. E, essa mesma descoberta é o que motiva o próprio desejo de aprendizagem. O Projeto Âncora não vê a escola como um local de acúmulo de conteúdos teóricos, mas um espaço de humanização onde a criança é convidada a vivenciar, experimentar junto, os conhecimentos, as diversas formas de compreender e estar no mundo que a cerca. Um local que propicie oportunidades para desenvolver suas habilidades sociais, críticas, enfim, sua autonomia.

De acordo com a Carta de Princípios do Projeto Âncora esclarece que [...] educador não é sinônimo de professor ou mestre, não diz respeito àquele que dá aulas, que transmite ensinamentos prontos em uma sala fechada. Entendemos que a aprendizagem se dá na vida e na prática, e não fora dela, que é no encontro com o mundo e com os outros que se faz necessária. Portanto, todos que participam do Projeto Âncora, qualquer que seja a função específica que exerça – administrativa, operacional, pedagógica é igualmente responsável pelo educando e igualmente considerado educador.

O projeto Âncora tem como princípio cinco valores Âncora sendo eles:

Respeito. Respeito com o educando, sua especificidade, sua história e sua família, por isso não serão padronizados apertados em modelos, em níveis predefinidos [...].

Solidariedade. É preciso realmente enxergar a quem olhamos. [...]Primordial é enxergar cada uma das crianças com as quais convivemos, suas necessidades, suas carências. Todas passam por dificuldades, sofrimentos e o educador não pode fechar os olhos para isso, como também não pode ignorar as suas alegrias e nem suas conquistas [...]. Temos, por isso, que estar atentos a nós mesmos e aos nossos colegas, acolher e amparar sempre que alguém precisar, com humildade e carinho. O educador é solidário também com as famílias, busca manter uma relação de empatia, conhecendo sua história, pesando as dificuldades e as realidades que são tão díspares e por vezes tão duras. Suprimindo, ao máximo, um julgamento e uma postura condenatória, ao contrário almejam maneiras para auxiliá-las e confortá-las.

Afetividade. É a chave para construir as relações de confiança e parceria que buscamos, tanto com os educandos, suas famílias e com os membros da equipe [...].

Honestidade. Com os educandos se revela o não privilégio dos educadores: as regras e os acordos valem para todos, tanto para o adulto quanto para a criança, tanto para os pais como para os funcionários. Na medida em que o educador respeita os que o cercam busca tratá-los com a verdade. Também na relação com as famílias, o desenvolvimento de seus filhos é apresentado sempre com honestidade, sem atenuantes ou exageros. Entendemos que é direito dos responsáveis das crianças escolherem, conhecerem e opinarem sobre as formas e os métodos utilizados pelos educadores. Para que o trabalho que almejamos se concretize é fundamental que a relação entre os educadores seja pautada na confiança, uma das nossas premissas é que não se pode educar na solidão, pois é uma atividade que exige contato, apoio, incentivo mútuo, diversidade.

Responsabilidade. [...] Seja qual for a função específica que exerce no Projeto Âncora tem sempre em mente que sua responsabilidade primordial é com a criança, seu bem estar, sua proteção, sua humanização e seu desenvolvimento nos mais diversos âmbitos.

Referências

http://www.projetoancora.org.br/institucional.php?lang=port

http://educacaointegral.org.br/experiencias-internacionais/escola-da-ponte-radicaliza-ideia-de-autonomia-dos-estudantes/

http://porvir.org/projeto-ancora-se-inspira-na-escola-da-ponte/

http://novaescola.org.br/formacao/jose-pacheco-escola-ponte-479055.shtml

http://educacaointegral.org.br/experiencias/proposta-pedagogica-encoraja-autonomia-na-aprendizagem-de-criancas-e-adolescentes/

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