PORTFÓLIO DE PESQUISA E PRÁTICA PROFISSIONAL – ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

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Discutir a organização escolar perpassa por uma profunda análise da função da escola nos dias de hoje. Perceber o papel dessa instituição nos contextos da sociedade pressupõe o entendimento do que queremos da educação e aonde queremos chegar como sociedade.

(GROCHOSKA, 2011, p. 19)

A organização da educação começou desde as primeiras formas de escolarização em Roma e na Grécia. No entanto, foi somente a partir da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos, há mais de 200 anos, que essa educação se dirigiu para todas as camadas da população, pois antes disso somente os filhos das elites é que podiam freqüentar as escolas. Assim, a função da escola mudou, atendendo as reivindicações da população.

Porém, de acordo com a autora, a educação brasileira não teve grandes avanços, pois mesmo com esses acontecimentos lá fora, ainda havia resquícios do período colonial e jesuítico e o descomprometimento com a educação das camadas populares, deixando um legado que até hoje interfere nos processos de compreensão da função da escola. A atenção e discussão de uma educação para todos, só foi tomar fôlego no século XX, tornando-se um elemento de composição na modernização do Brasil.

Na Constituição de 1891, segundo Gonçalves (2011, p. 113) “a escola era compreendida como instituição fundamental no esforço de moralizar e civilizar a população do país e de estabelecer uma ordem social necessária para o progresso.”

No entanto, esse papel não abarcava todas as necessidades dos sujeitos para os quais a educação escolar era dirigida. Segundo Libâneo, citado por Grochoska,

a escola da qual a sociedade necessita hoje é aquela que inclui e que luta contra a exclusão econômica, política, cultural e pedagógica, provendo formação básica, como ler, escrever, formação científica, estética e ética e desenvolvimento cognitivo e operativo. É o espaço que sintética a cultura vivenciada no dia a dia, a cultura formal e o conhecimento sistematizado. A escola deve considerar o aluno como sujeito do seu próprio conhecimento. (GROCHOSKA, 2011, p. 23)

Diante disso, a escola se apresenta como um elemento de transformação social. E conta com a participação e cooperação de vários sujeitos que integram e lutam juntos para que o processo educativo aconteça. Esses sujeitos são: os alunos, os professores, o diretor, o pedagogo e os pais dos alunos.

De acordo com Grochoska, os alunos têm um papel fundamental na escola, pois sem eles a educação não poderia ocorrer. Estes sujeitos são os principais responsáveis pelas mudanças e transformações sociais, pois vão se constituindo e se transformando no decorrer do processo educativo. Porém, segundo a autora, a escola está vivendo um momento de crise, enfrentando grandes problemas de indisciplina, evasão escolar e repetência, além da violência cometida por alunos contra professores e colegas. “O aluno não sente mais necessidade de estar na escola, ela não mais corresponde às suas expectativas e aos seus interesses.” (GROCHOSKA, 2011, p. 25).

Assim, a instituição precisa criar projetos e estratégias de ensino que possa atender essa demanda. E o professor é o sujeito que pode fazer diferença nesse processo por estar mais próximo do aluno e convivendo todos os dias com ele. É o condutor do processo de ensino e aprendizagem.

O professor é um dos atores que propiciam ao aluno o desenvolvimento, promovendo o saber científico. É também na sala de aula que a aquisição dos conteúdos acontece. Por isso, políticas públicas de formação e planos de carreira que promovam a valorização dos professores são pressupostos essenciais para a melhoria da educação nacional. (GROCHOSKA, 2011, p. 27)

No entanto, o professor ainda enfrenta muitos empecilhos para conseguir um pouco de dignidade em sua carreira. Mas em momento algum, deixa de fazer seu trabalho com compromisso e dedicação, e está sempre buscando maneiras de atingir, positivamente, o interesse de seus alunos. Outros atores como o diretor, o pedagogo e a família, que também constituem a organização escolar serão abordados no item seguinte deste portfólio.

Grochoska aborda, com muita propriedade, os elementos que são essenciais para a organização do espaço escolar como Conselho de escola, direção, Setor técnico-administrativo, Setor pedagógico, Instituições auxiliares, Corpo docente e corpo discente. O Conselho de escola é responsável pela deliberação e fiscalização do que diz respeito aos aspectos pedagógicos, financeiros e administrativos. Além de servir para consultas. Devem fazer parte do conselho, docentes, especialistas, funcionários, pais e alunos. A direção se ocupa pela coordenação, organização e gerência das atividades da instituição de ensino, auxiliada pelos demais funcionários.

Quanto ao Setor técnico-administrativo é responsável pelas atividades que mantêm a escola em funcionamento. Fazem parte deste setor, a secretaria, a zeladoria e a vigilância. Já o Setor pedagógico é responsável pela coordenação pedagógica e orientação educacional. As Instituições auxiliares compreendem associações de pais e mestres, grêmio estudantil, caixa escolar. E auxilia na administração da escola. O Corpo docente e corpo discente são constituídos pelos professores e alunos que são responsáveis pelo processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com Grochoska, o elemento fundamental para a organização da escola é o Projeto Político Pedagógico (PPP), pois

É nele que se define o trabalho pedagógico, a missão da escola, as questões curriculares e metodológicas, as concepções, a avaliação, o tipo de gestão adotado, o perfil de aluno e do professor... O PPP é o documento dinâmico da escola: trata das diretrizes da instituição de ensino, tanto objetiva quanto subjetivamente; não só explicita o contexto educacional, como também evidencia a intensidade das relações que lá se dão, consolidando, assim, o planejamento da organização escolar, de forma coletiva e dinâmica. (GROCHOSKA, 2011, p. 54-57)

É por meio do PPP e do Regimento Interno que cada escola se organiza. O Projeto Político Pedagógico deve ser construído coletivamente, sistematizando os anseios e os objetivos de uma comunidade escolar. A autora discorre também sobre Avaliação institucional como uma das principais estratégias de gestão escolar, pois através da avaliação se faz um diagnóstico da escola, que pode ser de forma quantitativa e qualitativa. Assim, os resultados levam a instituição a tomar

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