Linguagem, Tecnologias e Produção Textual

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Ramozzi-Chiarottino (1984, p. 47) comenta que “para Piaget, conhecer não é simplesmente comtemplar, imaginar ou representar o objeto; conhecer exige uma ação sobre o objeto para transformá-lo e para descobrir as leis que regem suas transformações”.

- Segundo Piaget, o desenvolvimento passa por quatro períodos:

- Sensório motor (0 a 2 anos)

Jean Piaget denominou o período sensório-motor o ciclo evolutivo que compreende desde o nascimento até os dois anos de idade. Nesse período, incluem-se seis subestágios que dão conta dos diferentes processos e aquisições do bebê à medida que ele vai crescendo.

Segundo Davis e Oliveira (1994, p. 40) a aquisição mais importante do período sensório motor seria a construção do “eu”, pela qual a criança diferencia o mundo externo do seu próprio corpo.

- Pré-operatório (2 a 6 anos)

Por volta dos 24 meses, a criança estará desenvolvendo ativamente a linguagem de maneira que se inicie, assim, a capacidade de representar uma coisa por outra. O alcance do pensamento aumentara de maneira lenta e gradual e a criança dessa fase ainda continuará bastante egocêntrica, presa às suas ações.

De acordo com Piaget (1996), o egocentrismo acontece devido a uma ausência de esquemas conceituais e de logica, pois nesse momento o pensamento da criança é caracterizado por uma mistura de realidade com fantasia.

No que se refere a linguagem, de acordo com a teoria piagetiana, o pensamento não é o resultado de uma simples relação causal, ele reconhece que a formação de pensamento é correlativa à aquisição da linguagem.

-Operatório-concreto (7 a 11-12 anos)

Esse estágio se desenvolve entre 7 e 12 anos, as crianças começam a utilizar operações mentais para raciocinar e solucionar problemas.

Essas operações dão ao pensamento operatório-concreto a lógica e as regras que no pré-operacional não eram encontradas. O egocentrismo desaparece à medida que as crianças tem experiências com irmão e com o grupo de amigos.

De acordo com Flavell (1996, p. 98) é possível observar que as crianças dessa fase ainda não conseguem pensar de forma hipotética e abstrata.

- Operatório formal ou hipotético dedutivo (dos 12 em diante)

Ao atingir esta última fase, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue aliançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta. Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas a partir do ápice adquirido na adolescência.

Piaget (apud PAPALIA; OLDS, 1981, p. 464) descreve o pensamento adolescente como a capacidade de considerar as possibilidades e testá-las.

2.3 Lev Vygotsky: o Mozart da Psicologia

Outro tipo de Interacionismo é o proposto por Vygotsky, ao contrário da teoria piagetiana, que acredita que a criança faz a jornada sozinha, a teoria de Vygotsky refere-se ao desenvolvimento infantil como uma jornada que pose ser seguida por vários caminhos. Segundo o autor, as crianças progridem quando andam de mãos dadas com um parceiro mais hábil e desenvolvido.

De acordo com Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo se dá pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura.

Os processos mentais surgem mediante interação da criança com os elementos mediadores e a forma como ela os utiliza. (MATIAS; MACIEL, 2009)

Segundo Vygotsky (2000), as relações reais entre o processo e o desenvolvimento e a capacidade de aprendizado podem ser divididas em dois níveis diferentes:

- Nível 1- desenvolvimento real: é o nível de desenvolvimento das funções mentais do indivíduo que se estabeleceram como resultado de certos ciclos de desenvolvimento já completados, a partir de sua atuação independente.

- Nível 2- desenvolvimento potencial: é a capacidade de aprender com outra pessoa ou com algum instrumento de apoio.

De acordo com Vygotsky, a aquisição da linguagem por meio das relações sociais é o resultado entre o raciocínio e o pensamento em nível intelectual. A interação e a linguagem têm destaque no pensamento de Vygotsky uma vez que é por meio da ação desta que ocorre o desenvolvimento dos processos psicológicos.

Segundo Vygotsky (apud SAYEGH, 2009), a linguagem é essencial no processo de transição do interpessoal em intramental; na formação do pensamento e da consciência; na organização e planejamento da ação; na regulação do comportamento e em todas as demais funções psíquicas superiores do sujeito, como vontade, memoria e atenção (SAYECH, 2009).

2.4 Henri Wallon: afetividade no processo ensino-aprendizagem

Henri Wallon, interacionista e marxista convicto, em sua base teórica baseada na ideia de que o psiquismo humano foi e continua sendo produzido historicamente pelos próprios homens no interior das relações que estabelecem entre si e com a natureza, aprimorando-se cognitivamente e desenvolvendo, assim, suas condutas e personalidade.

De acordo com Dantas (1983), Wallon afirma que o pensamento e toda função psíquica supões um equipamento orgânico, mas esse não é condição suficiente, pois o objeto da ação mental vem de seu ambiente. Por isso considera que o homem é determinado fisiológica e socialmente, e nesse processo dialético se dá a psicogênese da pessoa completa. Na psicogenética de Wallon. Emoção e afetividade são conceitos importantes.

- Segundo Wallon, o desenvolvimento passa por cinco estágios:

- Impulsivo-emocional (primeiro ano de vida)

A emoção é o instrumento de interação do bebe cm o meio e com o outro. A predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê em relação às pessoas, que intermedeiam sua relação com o mundo físico (GALVÃO, 1993). O bebê não diferencia o seu eu do outro.

- Sensório-motor e projetivo (até os três anos)

Ocorre o desenvolvimento motor da marcha, da apreensão, da função simbólica e da linguagem. Isso possibilita à criança uma maior autonomia na manipulação do objetos, na exploração dos espaços