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Gestão Escolar

Por:   •  22/5/2018  •  4.244 Palavras (17 Páginas)  •  248 Visualizações

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REFERENCIAL TEÓRICO

A mediação mostra-se como um andamento espontâneo e reservado em que um outro, imparcial, auxilia dois ou mais indivíduos em conflitos a encontrar uma solução reciprocamente aceitável ao seu problema. Entende-se que o conflito como uma resistência de interesses, podendo ser inevitável, mas com uma ação intencional de intervenção pode-se antecipar, conduzir e administrar.

Ortega, (2002:147), defende que:

A mediação é a intervenção, profissional ou profissionalizada, de um terceiro – um especialista – no conflito travado entre duas partes que não alcançam, por si mesmas, um acordo nos aspectos mínimos necessários para restaurarem uma comunicação, um diálogo que, é necessário para ambas (...) com o reconhecimento da responsabilidade individual de cada um no conflito e o acordo sobre como agir para eliminar a situação de crise com o menor custo de prejuízo psicológico, social ou moral para ambos os protagonistas e suas repercussões em relação a terceiros envolvidos.

A partir daí, a função do mediador afigura-se como uma ferramenta favorável à conversa com discussão bem preparada e socialização de ideias e equilíbrio entre as partes envolvidas. Deste modo, o mediador não deve tomar partido e favorecer a comunicação entre os envolvidos no momento da crise, com a intenção de amenizá-la. É importante frisar que ele é apenas facilitador e organizador da tomada de decisões, compromisso único dos envolvidos no conflito.

O conflito não é um fenômeno simples. Pelo contrário, é complexo, pois embora possa ser revelado de uma forma pura, geralmente se compões de uma combinação de fatores que, por sua vez, geram outros conflitos. Depende da escolha da melhor forma para resolver o problema, à medida que se afastam da percepção de nocividade do conflito, porque, às vezes, apresenta-se a oportunidade para aprender e melhorar uma situação problemática. Entende-se então, que o conflito não tem o porquê de significar o caos em nenhum sentido, pelo contrário, uma oportunidade de aprendizagem, maturidade e aperfeiçoamento pessoal.

O mediador tem a obrigação de ser um sujeito preparado metodológica e psicologicamente para dirigir os encontros de mediação, auxiliando o desenlace equilibrado da situação problemática e para a qualidade das afinidades interpessoais entre os envolvidos. Para que isso aconteça, o indivíduo precisa saber ouvir, estimular a conversa, ter estabilidade emocional para não se envolver no conflito e administrar as sessões em um ambiente de aceitação entre as partes envolvidas. Conforme o Projeto Escola de Mediadores, organizado pelos institutos Viva Rio, Mediare e NOOS, (p.5), o mediador precisa ter como atributos principais “integridade absoluta, imparcialidade constante e competência técnica em comunicação e no processo de mediação”. É necessário que se sinta capacitado para desenvolver esse trabalho e quando não, dispor da liberdade para se ausentar ou rejeitá-lo, assimilando a sua função social.

Nos dias de hoje, a atuação é uma ferramenta valiosa para a resolução de conflitos nos centros educacionais. A presença de profissionais de áreas profissionais como educadores, trabalhadores sociais, pedagogos e psicólogos formados em mediação se fazem cada vez mais imprescindíveis neste contexto. Sua perspectiva integrada e global permite a pesquisa de soluções viáveis e eficazes a partir da análise das necessidades e interesses reais de todas as pessoas que formam a comunidade escolar.

Contudo, o mediador escolar não só deve conhecer as técnicas de solução de conflitos, mas também a cultura institucional do lugar onde ocorreu e estar familiarizado com a situação em que o problema tenha sido gerado, pois somente deste modo poderá conhecer com mais exatidão o conflito.

O profissional deve estar preparado tecnicamente e conhecer os passos a seguir, deve saber articular o processo de mediação técnica e o conhecimento do contexto. Assim, o mediador não deve intervir, sem fazer uma análise profunda da realidade em que o conflito foi originado.

O mediador não tem nenhum tipo de poder de decisão, sua função é orientar e servir de catalisador em um processo de negociação entre as partes. Tem que tentar chegar a um acordo satisfatório. Não deve tomar partido, por meio de manifestações de comportamento, seja verbal ou não. Deve mediar a ponto de chegar a um bom termino.

Moore (op. Cit.) cita os atributos necessários para desempenhar a função de mediador. Entre algumas características a serem destacadas, o mediador deve ser:

- Neutro (ajudar ambas as partes sem preferências nem identificações);

- Imparcial (não pode ter nenhum tipo de relação com as partes fora da mediação nem tomar partido, nem fazer acordos que tragam lucro para o mediador);

- Respeitoso perante as partes envolvidas e, também, deve haver confidencialidade;

- Empático e flexível (promover a fluidez das discussões);

- Hábil comunicador e facilitador do diálogo (entender, reiterar ou reinterpretar);

- Persuasivo e firme (convencer de que sejam razoáveis e flexíveis, além de evitar ofensas);

- Criativo (ajudar que desenvolvam sua criatividade para um resultado positivo com senso de humor (ajuda a reduzir a tensão);

- Paciente (o processo não é linear, nem sempre se move diretamente para a solução. Dedicar o tempo é necessário).

Depois da seleção do mediador ideal, que pode ser realizada através de um questionário com fins de encontrar valores e características básicas, e até por conversa individual; é imprescindível a capacitação que inclui conhecimentos psicológicos e técnicos, com etapas teóricas e práticas. Para isso, propõe-se uma jornada de aproximadamente quarenta horas semanais, com dinâmicas e linguagem clara e objetiva. Nesta habilitação deve conter temas assuntos como: fases e processos de desenvolvimento, afetividade, empatia, habilidade de diálogo, conhecimento do caráter do conflito e escuta.

A habilitação tem que ser ministrada por um grupo de apoio, que pode ser composta por diferentes núcleos da comunidade escolar, como direção, professores, alunos, pais e agentes educacionais. Entretanto, faz-se importante o acompanhamento de profissionais com uma formação que inclua a psicologia, dentre os quais se pode citar o psicólogo, orientador

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