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GESTÃO ESCOLAR

Por:   •  26/1/2018  •  13.937 Palavras (56 Páginas)  •  239 Visualizações

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Os contos de fadas são obras literárias muito antigas que mostra a realidade de uma forma diferente. Portanto este estudo vem para contribuir de forma relevante a importância de se trabalhar os contos de fadas com as crianças em âmbito mais abrangente. Pois, as histórias trazem consigo inúmeras possibilidades de aprendizagem e interação. E Bettelheim dedicou-se aos estudos dos conteúdos implícitos nos contos de fadas e a sua importância na vida da criança que é o objeto de estudo deste trabalho. Aprofundando o lado psicológico dos contos de fadas vai contribuir para análise de muitos problemas em diferentes contextos, considerando a criança como um todo.

Deste modo o objetivo principal deste trabalho é o de estudar o papel e a influência dos contos de fadas na formação da personalidade e desenvolvimento das crianças.

2 ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS

Desde o princípio dos tempos, a literatura infantil surge como uma forma literária menor, apenas expressando um ato de linguagem ou representação simbólica de alguns fatos, os quais, nem sempre eram reais. Pode-se dizer que a literatura infantil contém em seu abrangente conteúdo diversos tipos de textos representativos como é o caso das fábulas, a lenda, o conto maravilhoso, os contos de fadas dentre outros. Tendo a necessidade de indicar diante de tanta oferta em literatura a mais criativa e eficaz na alfabetização, a recomendada vem a ser os contos de fadas, os quais tratam de problemas humanos universais como, por exemplo, a solidão e a necessidade de enfrentar a vida por si só, mas de uma maneira simbólica.

Em sua origem, de acordo com Novaes (2003) os contos de fadas nada mais eram do que relatos de fatos da vida dos camponeses, recheados de conflitos, aventuras e pornografias sendo assim, pouco indicado a ser contado para as crianças. Esses relatos apenas serviam como entretenimento; anos mais tarde com a descoberta das fadas, que eram idealização de uma mulher perfeita, linda e poderosa, a qual era dotada com poderes sobrenaturais, vê-se a necessidade de utilizar tais estórias alienadas também à educação, já que as crianças gostavam muito desses contos e a fantasia inserida neles, estava ajudando a formar a personalidade dessas pequenas pessoas.

O reconhecimento da edição dos contos de fadas, surge na França no fim do século XVII sob iniciativa de Charles Perrault, ao contrário do que se possa ser pensado, Perrault não criou as narrativas de seus contos, mas as editou para que estas se adequassem à audiência da corte do rei Luiz XIV. Foram às narrativas folclóricas contadas pelos camponeses, governantas e serventes que forneceram a matéria prima para estes contos.

Apesar do distanciamento da camada popular e do desprezo pela sua cultura, a classe nobre só conhecia tais narrativas devido ao inevitável contato por meio do comércio ou pelas presenças das governantas e outros serviçais em suas residências.

Já no Brasil, a adaptação do modelo europeu que chegava, abrangia todo tipo de literatura até então usada, sendo assim também apropriada para o projeto educativo e ideológico que via no texto infantil, principalmente os contos de fadas, aliados indispensáveis para formação de cidadãos. Essa formação, que utilizava tais textos aconselhava em suas páginas principalmente o patriotismo, o amor e respeito à família e aos mais velhos, a dedicação aos mestres e à escola, a piedade pelos pobres e fracos.

Neste ambiente de valorização da cultura e da escola, numa produção literária variada, inicia-se um período de preocupação generalizada, devido à falta de material adequado à leitura para crianças brasileiras, já que, apenas era o começo da utilização dos contos, e histórias na escola, é o que documenta Silvio Romero, reclamando a precariedade das condições em sua alfabetização:

Ainda alcancei o tempo em que nas aulas de primeiras letras aprendia-se a ler em velhos autos, velhas sentenças fornecidas pelos cartórios dos escrivães forenses. Histórias detestáveis e enfadonhas em suas impertinentes banalidades eram-nos administradas nestes poeirantes cartapácios. Eram como clavas a nos esmagar o senso estético, a embrutecer o raciocínio e a estragar o caráter. (ROMERO, 1885, p.47).

Nestas ausências de material de leitura e de livros para infância brasileira, fica evidente a compreensão, da importância do hábito de ler para a formação do cidadão, formação que, a curto, médio e longo prazo, era o papel que se esperava do sistema escolar e da então utilização dos contos e histórias infantis.

A partir daí, dentro dessa intenção de mudanças surgiram vários programas de nacionalização, os quais aderem à temática urbana, tendo crianças como personagens centrais que, através de variadas situações e aventuras iam desenvolvendo o sentimento de família, noções de obediência, prática das virtudes civis, sendo formadas crianças moldadas e pouco críticas, cuja presença nos livros parece cumprir a função de contagiar todos com iguais virtudes e sentimentos.

2.1 COMO SURGIRAM AS FADAS

A palavra fada vem do latim fatum (destino, fatalidade, oráculo). As fadas fazem parte do folclore europeu ocidental (e dele emigraram para as Américas) e tornaram-se conhecidas como seres fantásticos ou imaginários, de grande beleza, que se apresentavam sob forma de mulher. Dotadas de virtudes e poderes sobrenaturais, interferem na vida dos homens, para auxiliá-los em situações limites, quando nenhuma solução natural seria possível.

Segundo Coelho (1991), as fadas também podem encarnar o mal e apresentarem-se como o avesso da imagem anterior, isto é, como bruxas. Vulgarmente, se diz que fada e bruxa são formas simbólicas da eterna dualidade da mulher ou da condição feminina.

De acordo com Coelho (2003) é impossível determinar com exatidão o ponto geográfico ou o momento temporal em que as fadas teriam nascido. Entretanto, o mais provável é que elas tenham surgido e se arraigado naquela fronteira ambígua entre o real e o imaginário, que vem, desde a origem dos tempos, atraindo os homens.

A autora afirma que têm sido grandes os esforços para descobrir o possível local de nascimento das fadas. Pacientes pesquisas de historiadores, arqueólogos, filósofos, etnólogos, cronistas ou compiladores, que através dos tempos se debruçaram sobre a literatura primitiva dos mundos oriental e ocidental, acabaram por tecer uma intricada rede de dados históricos, míticos e lendários, que pacientemente percorridos e confrontados entre si, oferecem algumas pistas plausíveis

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