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Dislexia: História, definição, diagnóstico, tratamento e discussões

Por:   •  24/11/2018  •  9.573 Palavras (39 Páginas)  •  271 Visualizações

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A atuação do professor, independentemente do tipo de aluno, é fundamental, pois sabemos que ele se torna mediador, aquele que ajuda ao aluno encontrar o conhecimento. O próprio professor, para alcançar seu aluno, necessita conhecer suas capacidades e limitações para assim superá-las mas, se lhe falta informação, como ele pode atuar com crianças disléxicas? Óbvio que ele necessita saber o que é esse transtorno, mas só saber basta? Vamos transcorrer durante esse trabalho o caminho da atuação do professor com crianças disléxicas e tentar responder nossa principal pergunta sobre os caminhos para aprendizagem desse determinado grupo de crianças. Para isso iremos utilizar de pesquisas bibliográficas e de campo para confrontar o que dizem os autores com o trabalho realizado dentro da sala de aula.

Trazendo o enfoque principal do trabalho ver atuação do docente de escolar regular o trabalho realizado em sala. É importante frisar que se somos profissionais da área da educação deve ser garantido a toda criança o direito à aprendizagem independente de suas limitações, sejam elas físicas ou psicológicas.

Se o professor visa ensinar, moldar, mediar o caminho entre seu aprendiz e o conhecimento é de extrema importância ele saber lidar com tal distúrbio de aprendizagem de forma significativa e eficaz.

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1 . Dislexia: História, definição, diagnóstico, tratamento e discussões.

O tema Dislexia nas últimas décadas tem sido discutido por diversos profissionais, sejam eles da área de medicina, psicologia, pedagogia, sendo importante abordar o histórico do transtorno, as pesquisas realizadas a respeito e os avanços alcançados através delas.

O que sabe-se, de forma geral, é que a Dislexia tem por característica principal a dificuldade especifica de aprendizagem da leitura e escrita, sem cura e que pode ser melhorada em até 80% desde que seja diagnosticada e tratada de forma adequada.

Dentre diversas definições a mais aceita pelos defensores da Dislexia é a que está presente no site oficial da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), de acordo com a ABD Dislexia é:

“A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno especifico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou frequente da palavra. Na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no comportamento fonológico da linguagem e são inesperados em relação a idade e outras habilidades cognitivas (Definição adotada pela IDA – International Dyslexia Association, em 2002. Essa também é a definição usada pela National Institute of Child Health and Human Development – NICHD)”.

O que é conhecido hoje por Dislexia do desenvolvimento foi descrita e ficou mais evidente a partir de um artigo publicado na British Medical Journal, em 1896 pelo Dr. Pringle Morgan, que falava a respeito de um adolescente de 14 anos que era inteligentíssimo porém, até o momento não aprendera a ler e o diagnóstico atribuído por Morgan foi de “cegueira vocabular congênita”.

Após essa fala de Morgan, 1896, acreditou-se por muito tempo que a dificuldade enfrentada pela pessoa disléxica atribuía-se à condição visual, e isso atraiu o interesse de diversos oftalmologistas, como por exemplo James Hinshelwood (1917). O fato de ter sido definido como algo clinico a Dislexia decorre da visão adotada no século XX de que problemas e dificuldades acadêmicas eram tratadas por médicos, o primeiro educador a abordar as dificuldades de aprendizagem dessas crianças foi Sir Francis Galton (1869).

Em 1918, Strauss que poderia tratar-se de uma lesão cerebral mínima a dificuldade enfrentada por pessoas disléxicas e em 1925, Orton, define o que atualmente é chamado de Dislexia como Strephosymbolia, que traduzindo do inglês seria: “distorção de símbolos”.

Então torna-se reconhecido o fator da linguagem na determinação da Dislexia com a importante obra de Samuel Orton, Reading, Writing and Speech Problems in Childrean, 1937 (Leitura, Escrita e Problemas da fala em crianças). Orton defendia que a Strephosymbolia teria tendência a ocorrer em famílias (hereditariamente) e as causas dessa dificuldade estariam associada a lateralização incompleta dos hemisférios cerebrais e que sua remediação requeria um ensino especializado.

Orton, 1937, afirmou ainda que a leitura especular (em espelho) seria um dos sinais da doença neurológica, porem essa afirmação não foi comprovada pois, de acordo com autores de alfabetização e letramento, durante a fase silábica e até na fase alfabética é possível a criança apresentar o fenômeno de espelhamento, seja ela disléxica ou não.

G. Mahec, 1951, explorou e especificou em sua tese o jogo da dinâmica da vista do papel na Dislexia. Para isso ele usou uma sequência de letras com 5 milímetros na altura e espaçadas também em 5 milímetros, as crianças com e sem a dislexia leram o formulário das letras da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. Os resultados mostraram que as crianças sem dislexia leram da esquerda para a direita mais facilmente, quando uma grande proporção de crianças que com dislexia não conseguiram ler as letras em velocidade igual, apesar do sentido. Além Disso, 10% daqueles com dislexia maior facilidade em ler direita para a esquerda o formulário.

Em 1962 o termo Strephosymbolia foi adaptado e substituído por DCM (Disfunção Cerebral Mínima) e junto com ele surgiu o termo “Dislexia Especifica de Evolução”, o segundo nome foi dado por conta de se tratar de uma dificuldade de específica de aprendizagem e por se acreditar, ao menos na época, que, com o tempo, a dificuldade desapareceria.

Finalmente, em 1984, a Academia América de Psiquiatria considerou o termo DCM como inadequado pois o problema se originava por dificuldades de atenção, de dificuldades de aprendizagem e mesmo o diagnóstico do problema ainda era muito vago. Recentemente o que era conhecido como Dislexia Específica de Evolução tornou-se Dislexia do Desenvolvimento.

Então surge no campo de pesquisas a respeito da Dislexia Galaburda, um dos autores mais citados pelos estudiosos defensores da existência da Dislexia, ele publicou diversos estudos entre os anos 1970 e 1980 afirmando a comprovação de que o problema da dislexia seria a assimetria de neurônios no plano temporal e ectopisas neuronais em córtex, tálamo e cerebelo, ou seja, o lóbulo temporal esquerdo e o lóbulo temporal

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