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DIVERSIDADE E EDUCAÇÃO

Por:   •  1/6/2018  •  3.535 Palavras (15 Páginas)  •  319 Visualizações

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2 DESENVOLVIMENTO

A interdisciplinaridade é uma “exigência” não somente no que tange às atividades escolares, mas também às práticas do dia-a-dia com as quais frequentemente nos deparamos. O mundo encontra-se em constantes e aceleradas mudanças.

As tecnologias de comunicação integram povos de diferentes partes do mundo em questão de segundos, e para lidar com essa nova fase, decorrente de um mundo globalizado, precisamos saber integrar as diversas concepções e realidades. Esta integração deve complementar as diversas disciplinas e a possibilidade de acesso à pesquisa, motivando o educando e o educador a buscarem novos conhecimentos sobre um determinado assunto, problema ou questão. Ano IX nº 16 (Jul./Dez. 2011) Revista da Faculdade de Educação 97 Antes de abordar o tema interdisciplinaridade e suas facetas é preciso primordialmente conhecer sua origem etimológica:

A palavra interdisciplinaridade é formada por três termos: inter – que significa ação recíproca, ação de A sobre B e de B sobre A; disciplinar – termo que diz respeito à disciplina, do latim discere – aprender, discipulus – aquele que aprende e o termo dade – corresponde à qualidade, estado ou resultado da ação. (O mundo da Saúde, 2006, p. 107-116).

Segundo Fazenda (apud CARLOS s.d), a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em meados da década de 1960 do Século XX, em meio a reivindicações estudantis favoráveis a inserção dela na resolução dos problemas políticos, sociais e econômicos, na educação, a fim de que pudessem ajudar a solucioná-los da melhor forma.

Foi assim que surgiu o conceito de interdisciplinaridade, pois estava relacionado a diversas áreas do conhecimento.

Se definirmos interdisciplinaridade como junção de disciplinas, cabe pensar currículo apenas na formatação de sua grade. Porém se definirmos interdisciplinaridade como atitude de ousadia e busca frente ao conhecimento, cabe pensar aspectos que envolvem a cultura do lugar onde se formam professores, seu aspecto Humano! Assim, na medida em que ampliamos a análise do campo conceitual da Interdisciplinaridade surge à possibilidade de explicitação de seu espectro epistemológico e praxe logico.

Somente então, torna-se possível falar sobre o professor e sua formação, e dessa forma no que se refere às disciplinas e currículos. Reportamo-nos à questão: como a Interdisciplinaridade se define quando a intenção é formar professores? Servindo-nos, por exemplo, de uma definição clássica produzida em 1970 pelo CERI – Centro para Pesquisa e Inovação do Ensino onde Interdisciplinaridade é definida como interação existente entre duas ou mais disciplinas, verificamos que tal definição pode nos encaminhar da simples comunicação das ideias até a integração mútua dos conceitos chaves da epistemologia, da terminologia, do procedimento, dos dados e da organização da pesquisa e do ensino relacionando-os.

Tal definição como se pode constatar é muito ampla, portanto não é suficiente nem para fundamentar práticas interdisciplinares e nem para pensar-se uma formação humana de professores.

Podemos nesse caso proceder a uma decodificação na forma de conceber a interdisciplinaridade. Fourez (in LENOIR, RAY, FAZENDA, 2001) apresentamos duas ordens distintas, porém complementares, de compreender uma formação interdisciplinar de professores, uma ordenação cientifica e uma ordenação social onde o caráter humano se evidencia. A científica nos conduziria à construção do que denominaríamos saberes interdisciplinar.

A organização de tais saberes teria como alicerce o cerne do conhecimento científico do ato de formar professores, tais que a estruturação hierárquica das disciplinas, sua organização e dinâmica, a interação dos artefatos que as compõem, sua mobilidade conceitual, a comunicação dos saberes nas sequências a serem organizadas. Essa proposição conduziria à busca da cientificidade disciplinar e com ela o surgimento de novas motivações epistemológicas, de novas fronteiras existenciais.

Por isso, entendemos o seguinte cada disciplina precisa ser analisada não apenas no lugar que ocupa ou ocuparia na grade, mas, nos saberes que contemplam, nos conceitos enunciados e no movimento que esses saberes engendram, próprios de seu lócus de cientificidade.

Essa cientificidade, então originada das disciplinas ganha status de interdisciplinar no momento em que obriga o professor a rever suas práticas e a redescobrir seus talentos, no momento em que ao movimento da disciplina seu próprio movimento for incorporado do mundo.

A segunda, então denominada ordenação social, busca o desdobramento dos saberes científicos interdisciplinares às exigências sociais, políticas e econômicas. Tal concepção coloca em questão toda a separação entre a construção das ciências e a solicitação das sociedades. No limite, diríamos mais, que esta ordenação tenta captar toda complexidade que constitui o real e a necessidade de levar em conta as interações que dele são constitutivas.

Estuda métodos de análise do mundo, em função das finalidades sociais, enfatiza os impasses vividos pelas disciplinas cientificas em suas impossibilidades de sozinhas enfrentarem problemáticas complexas. No referente à primeira ordenação, científica, diríamos com Lenoir (in LENOIR, REY, FAZENDA, 2001) o seguinte: a cientificidade aqui revelada estaria em conformidade com a forma de pensar de uma cultura eminentemente 11 francófonas na qual o saber se legitima pela beleza da capacidade de abstração – um saber/saber.

Ainda apropriando-nos dos escritos de Yes Lenoir aqui citado, diríamos que a segunda classe de ordenação, social, se aproximaria mais de uma cultura de língua inglesa na qual o sentido da prática? Do para que serve? Impõe-se como forma de inserção cultural essencial e básica – saber fazer. Duas culturas diferentes, duas formas diferenciadas de conceber conhecimento e organizar seus currículos de formação de professores. Porém Yves Lenoir aponta para o surgimento de uma terceira cultura legitimada como a do saber ser. Refere-se a uma forma brasileira de formar professores. Sua conclusão fundamenta-se na análise de estudos e pesquisas sobre Interdisciplinaridade na formação de professores produzidos no Brasil. Sem abdicarem das duas anteriores, um denominador comum: a busca de um saber ser interdisciplinar.

Essa busca explicita-se na inclusão da experiência docente em seu sentido, intencionalidade e funcionalidade diferenciando o contexto científico do profissional e do prático (LENOIR, REY, FAZENDA 2001). Abarcar a questão da experiência docente

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