CRASH - FILME

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parceiro Ryan, que é tido como “moralmente correto”, ao estar numa determinada situação de adversidade é autor do homicídio de um jovem negro (Chris Ludacris Bridges). O policial dá carona numa estrada a esse jovem, sem saber que ele era um dos assaltantes do carro da mulher “rica”, mas que naquele instante estava “desarmado”. Num momento de impulso, medo e pré-conceito, ao tentar defender-se de uma possível investida do jovem (mão no bolso), Ryan atira em Anthony, sem saber o que fazer depois do equivoco cometido ele abandona o corpo. Ao final como numa retrospectiva de como se inicia o filme, percebe-se que o jovem morto era na verdade o irmão mais jovem do detetive de polícia interpretado por Don Cheadle. Dois irmãos e direções tão opostas, a mãe deles sempre cobrava o filho mais velho pela procura do seu filho Anthony e este dizia não ter tempo de procura-lo. Após o assassinato do seu filho mais novo, a mãe culpou Don Cheadle pela morte, pois ela alertava dos perigos que o mundo o oferecia, enquanto o seu filho dizia estar “ocupado” para sair á procura do irmão.

Com isso pode-se concluir que não são simplesmente histórias de vidas isoladas, mas sim “passos” que se cruzam na consonância diária da vida. A partir deste ponto, por diferentes perspectivas, temos a possibilidade de fazer múltiplas leituras e interpretações sobre a vivência das pessoas. No filme vê-se que o sentimento que serve de fio condutor é o do racismo que está presente na trama do inicio ao fim. Uma história enraizada na nuance de grupos sociais e de diferentes classes, que vivem em meio a regras e leis. O filme trás a logística de que nossas relações em sociedade perpassam as fronteiras do individual e fixam-se na vivência em grupo - coletivo - em ações que trafegam na mesma rodovia, e instalam-se em uma interdependência dos indivíduos. O filme trás o cenário de um encontro diário de subjetividades, que demarca ao longo do caminho as crenças e valores dos indivíduos, através das experiências semeadas no território de atitudes que contemplam o outro.