AVALIAÇÃO DA EJA NO BRASIL
Por: eduardamaia17 • 8/2/2018 • 9.288 Palavras (38 Páginas) • 312 Visualizações
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PALAVRAS-CHAVE: ludicidade, ensino-aprendizagem e alfabetização.
INTRODUÇÃO
O início do século XX foi marcado por inovações tecnológicas e pedagógicas que objetivam tornar o processo educativo mais eficiente e mais significativo para o indivíduo. A criança ganha então destaque no modelo educacional que passa a ser amplamente defendida por educadores que criticavam o quanto a escola estava dissociada da vida e que, portanto, não atendia às reais necessidades de quem a frequenta.
Uma dessas necessidades infantis diz respeito ao lúdico, que é fundamental para o desenvolvimento da criança, não só físico como também psicológico e social. A partir desse entendimento, a escola contemporânea vem se preocupando em inserir o lúdico no processo educacional em prol de viabilizar o ensino-aprendizagem prazeroso, dinâmico, aguçando os interesses dos educandos em participarem de atividades diversificadas, com projetos voltados para a realidade social na qual estas se organizam. Portanto, faz-se necessário elaborar projetos com ações voltadas para atividades lúdicas, que proporcionem o espírito de cooperativismo, desenvolvendo gradativamente valores como respeito mútuo, auto aceitação e solidariedade, que são essenciais para a vida das pessoas em seu cotidiano.
Portanto, a atividade lúdica, no contexto escolar, pode ser um instrumento para que as crianças aprendam os conteúdos escolares de forma significativa, além de servir para compensar o esforço que as situações de ensino-aprendizagem dos conteúdos escolares implicam, levando-as a recuperar energia para continuar com as tarefas escolares. O jogo pode ser utilizado na aula como propósito de ensinar, como sucede com outras atividades, em que o corpo docente estabelece os objetivos que deseja atingir, isto é, toma decisões sobre as competências que pretende desenvolver nos educandos.
Esta monografia tem como principal objetivo discutir a ludicidade na alfabetização e suas contribuições na formação dos educandos, favorecendo a criatividade, a socialização e o despertar de suas potencialidades para a aprendizagem, contribuindo em sua formação. Escolhemos esse tema, por se tratar de questão ligada à nossa prática pedagógica em sala de aula. Nesta pesquisa, foi utilizado um estudo bibliográfico, embasado em autores como KISHIMOTO, PIAGET, WINNICOTT e outros. Estes autores mostraram o quanto é importante a riqueza do brincar na vida das crianças; portanto, buscamos discutir o ato do brincar na educação como prática pedagógica no processo ensino-aprendizagem, visando compreender a importância do lúdico para a formação dos educando.
Inicialmente, apresentamos a relação entre o lúdico e o desenvolvimento humano que se refere ao desenvolvimento mental e que é uma construção continua que se caracteriza pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais. Estas são as formas de organização da atividade mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando até o momento em que todas elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio superior quanto aos aspectos da inteligência, vida afetiva e relações socioculturais.
No segundo capítulo, discutimos os aspectos relativos ao lúdico na Educação. Para melhor compreensão, foram enfatizados aspectos históricos e sociais da Educação Infantil, demonstrando a presença do lúdico nesse nível de escolarização, além de explicitar as questões relativas à importância do lúdico no desenvolvimento da criança e no processo de alfabetização.
O terceiro capítulo trata sobre o jogo, brinquedo e brincadeira, sendo que todas as brincadeiras podem se transformar em jogo, dependendo de como a mesma será conduzida pelos participantes. No entanto, o brinquedo propicia diversão e prazer. O jogo inclui uma intenção lúdica, refere-se a todas as atividades lúdicas.
Nas considerações finais, demonstramos que o processo de aprendizagem da criança é pluricasual, abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, econômicos, políticos etc. As questões presentes no processo de aprendizagem, inclusive suas dificuldades, deixam de ser localizada somente no aluno e no professor, sendo entendidas como algo maior, com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante clareza pelo professor e demais educadoras.
1 O LÚDICO E O DESENVOLVIMENTO HUMANO
Para compreender a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento humano, é fundamental entender a origem e o significado da palavra lúdico. A referida palavra origina-se do latim ludus, que quer dizer jogo, ou luderes (ilusão), que está ligada a brinquedo, diversão e é o adjetivo que qualifica tudo que se relaciona a jogo ou a brincadeira e caracteriza-se por ser espontâneo funcional e satisfatório. De acordo JOHAN HUIZINGA (1993), os jogos infantis, as competições esportivas, representações litúrgicas e teatrais e jogos de azar concernem ao campo semântico de ludus.
Com relação à origem das atividades lúdicas, sabe-se que os egípcios, gregos e romanos já desfrutavam dessas atividades há tempos. Os jogos de tabuleiros, como dama, xadrez, ludo, gamão, são originados, em sua maioria, do Oriente, deixados como herança para outras culturas por alguns povos nômades e invasores.
Segundo KISHIMOTO (2006), a importância do jogo já fora destacada desde a antiguidade pelos filósofos Aristóteles, Tomás de Aquino, Sêneca e Sócrates. Ratificando o pensamento desta autora, Almeida (2003) comenta sobre a forma de pensar de filósofos na Grécia:
Na Grécia antiga, um dos maiores pensadores, Platão, afirmava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos praticados em comum pelos dois sexos, sob vigilância e em jardins de infância. (ALMEIDA, 2003, p.19)
Como sabemos, a educação grega consistia na formação de homem integral através da arte, literatura, as ciências e a filosofia. Na cidade de Esparta, predominava a ginástica e o esporte, sendo que os gregos acreditavam que através dos jogos também se educava por causa dos desafios nas competições, pelo uso da inteligência, pela imaginação e pela comunicação.
No período Medieval, a igreja cristã exerce não só o controle da educação como também a fundamentação dos princípios morais, políticos e jurídicos. Em relação à criança e a sua educação, nesse novo contexto histórico, direcionava-se ao objetivo de guiá-los para o caminho do bem, livrá-los do pecado. Não existia o
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