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ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E O USO DA TECNOLOGIA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Por:   •  19/12/2018  •  4.501 Palavras (19 Páginas)  •  295 Visualizações

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No terreno das emoções as coisas ficam ininteligíveis, escapam ao controle do leitor, que se vê envolvido por verdadeiras armadilhas trançadas no seu inconsciente.

A leitura emocional vem ao encontro de desejos, ameniza ou ressalta frustrações diante da realidade. Leva-nos há outros tempos e lugares, imaginários ou não, massa que naquelas circunstâncias respondem a uma necessidade, provoca intensa satisfação ou ao contrário, desencadeia angústia, levando a depressão.

Tudo se passa num processo de identificação: sentir o que sentiria caso estivéssemos na situação; é um processo de participação afetiva numa realidade alheia, fora de nós.

Quando o leitor debruça sobre o texto pretendendo vê-lo isolado do contexto sem envolvimento pessoal, orientando-se por certas normas preestabelecidas, está realizando uma “leitura” racional.

Esta leitura limita a noção de leitura ao texto escrito, pressupondo educação formal e certo grau de cultura ou mesmo erudição do leitor. Esta é a concepção intelectual.

Sensação, emoção e razão: são inter-relacionados, senão simultâneos, mesmo sendo um ou outro privilegiado. É a história, a experiência e as circunstâncias de vida de cada leitor no ato de ler, bem como as respostas e questões apresentadas pelo objeto lido, no decorrer do processo, que podem evidenciar certo nível de leitura.

Segundo Martins (2006), tudo que lemos, à exceção da natureza, é fruto de uma visão de mundo, de um sistema de ideias e técnicas de produção, caracterizando um comprometimento de autor com o que produz e, por certo, com seus possíveis leitores.

A leitura como prática social é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objeto, a uma necessidade pessoal.

Sendo a leitura um ato complexo, que realizamos a todo o momento de nossas vidas, onde compreendemos o mundo e o ressignificamos, é preciso ressaltar que assim o fazemos por meio de estratégias que nos possibilitam avaliar e fazer uso das informações que obtemos com as leituras realizadas.

Estratégias de Leitura

Muito antes de saberem ler e escrever convencionalmente, as crianças são capazes de reconhecer diferentes organizações discursivas. Mas, para isso, é necessária a experiência com textos escritos. O que só é possível se alguém ler para elas. É a partir dessas leituras que as crianças vão se familiarizando com diferentes gêneros. Enquanto escutam leituras, as crianças se iniciam como “leitoras”.

“[...] O fato de poder comportar-se como leitor antes de sê-lo, faz com que se aprenda precocemente p essencial das práticas sociais ligadas à escrita” (FERREIRO, 1997, p. 60).

O processo de leitura depende de várias condições: a habilidade e o estilo pessoal do leitor, o objeto da leitura, o nível de conhecimento prévio do assunto tratado e o nível de complexidade oferecido pelo texto.

Em uma aprendizagem natural da leitura, o aprendiz recorre a estímulos em seu meio, e através da decomposição progressiva desses elementos, vem a inferir as unidades que compõem a escrita de sua língua.

Uma criança só poderá aprender o sistema alfabético quando cada segmento sonoro de sua língua tiver para ela uma realidade psicológica, ou seja, a alfabetização se tornará possível quando a criança tiver consciência da relação símbolo gráfico e som oral de sua língua. Quando a escrita tiver significado para ela.

A palavra escrita é um signo arbitrário, não disponível na natureza, criado como instrumento de comunicação, registro das relações humanas, das ações e aspirações dos homens.

Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar ente os textos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua e que consegue utilizar estratégias de leitura adequadas para abordá-los de forma a atender a essa necessidade.

Uma estratégia de leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informação.

“A leitura é vista como uma atividade construtiva e criativa, tendo quatro características distintivas e fundamentais – é objetiva, seletiva, antecipatória e baseada na compreensão, temas sobre os quais o leitor deve, claramente, exercer o controle” (SMITH, 1991, p. 19).

É objetiva porque as pessoas leem por uma razão, para uma finalidade. É seletiva, pois prestamos atenção àquilo que é relevante aos nossos objetivos. É antecipatória porque nossos objetivos definem nossas expectativas – raramente surpreendemo-nos por aquilo que lemos. E a compreensão é a base, não a consequência da leitura.

A decodificação é apenas um dos procedimentos que utilizamos para ler: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias, isto é, de recursos para construir significado. Há estratégias de seleção que permitem que o leitor se atenha apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes.

As estratégias de antecipação que tornam possível prever o que está por vir, com base em informações explícitas e em suposições. Além de letras, sílabas e palavras, antecipamos significados.

Utilizamos também as estratégias de inferência, que permitem captar o que não está dito no texto de forma explícita. A inferência é aquilo que “lemos”, mas não está escrito. São adivinhações baseadas tanto em pistas dadas pelo próprio texto como em conhecimentos que o leitor possui. Às vezes essas inferências se confirmam, e às vezes não.

Além do significado, inferimos também palavras, sílabas ou letras. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser antecipada ou inferida em função do contexto.

O contexto na verdade, contribui decisivamente para a interpretação do texto e, com frequência, até mesmo para inferir a intenção do autor.

Já as estratégias de verificação, tornam possível o controle da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as especulações realizadas. Este tipo de checagem para confirmar – ou não – a compreensão é inerente à leitura.

Além destas estratégias, fazemos uso de outras, como a de localização de informações. Em certas práticas de leituras (para estudar ou trabalhar, por exemplo), o leitor constantemente buscando informação relevante, para armazená-la e reutilizá-la, posteriormente (por meio de cópia), de maneira reorganizada.

Também comparamos informações. Ao longo

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