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A EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE.

Por:   •  15/11/2018  •  2.401 Palavras (10 Páginas)  •  292 Visualizações

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Quando se fala em diversidade são envolvidos vários outros fatores que precisam ser compreendidos para se ter um entendimento geral de toda a complexidade por trás deste assunto. Um exemplo disto é a multicultura, que pode ser entendida como a integração de diferentes culturas em um determinado lugar, sem considerar uma em detrimento de outra, mas interagindo-se e complementando-se para uma convivência pluricultural pautada na tolerância e no respeito.

Evidentemente, nem sempre esta desejada integração funciona, porque acolher uma determinada cultura não significa simplesmente recebê-la e sim aceitá-la e envolvê-la no contexto em que se convive com o devido respeito. Quando este processo de acolhimento não acontece, acabam sendo gerados diversos conflitos sociais, geralmente em razão dos preconceitos, que como a palavra já diz, são pré-conceitos que as pessoas têm por não conhecer de fato aquilo que acabam julgando precipitadamente.

Para que estes conflitos não ocorram, é necessária a prática do multiculturalismo, ou seja, uma prática acompanhada de ações e estratégias políticas para administrar os problemas gerados pelas sociedades multiculturais e apoiar toda a diversidade existente. Assim, discute-se a complexidade da diversidade não somente a respeito das diferenças, mas abrangendo todo um contexto social, educacional e político, contemplando os desafios atuais da sociedade.

2.2 EDUCAÇÃO, POLÍTICA E O DIREITO À IGUALDADE

A educação é um direito de todos, independentemente de raça, gênero, classe social, ou qualquer outro fator. Dessa forma, em uma sala de aula encontram-se vários indivíduos, cada um com suas diferenças, que precisam ser respeitados por seu individualismo e ao mesmo tempo valorizados coletivamente. E essa questão de entender o aluno de forma individual e coletiva simultaneamente torna-se um desafio para os professores, sendo que é preciso considerar as diferentes maneiras de aprender, pois cada um possui seu modo de pensar e expressar-se.

Diante deste desafio, precisa-se considerar que “(...) temos o direito a ser iguais quando a diferença nos inferioriza, temos o direito a ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza”. (SANTOS; 1999, p. 62). Visto que o problema não se encontra na diferença propriamente dita, mas sim quando esta se torna motivo de desigualdade e exclusão social. Por isso, é necessário o reconhecimento da diversidade como algo essencial para a humanidade, que a faz ser singular e ao mesmo tempo plural, sabendo que apesar das diferenças pessoais, todos possuem a igualdade de direitos e condições, assim como igualdade perante seus deveres como cidadão.

Assim, a diversidade no contexto escolar deve sempre estar em processo de transformação coletiva. Os alunos devem ser respeitados e valorizados pela cultura e experiências que trazem e no contato com os outros devem criar laços culturais, ampliando os significados e aprendendo novas formas de entender o mundo. Tudo isso é possível através da tolerância e do respeito mútuo, e o professor que consegue repassar estes ensinamentos aos alunos, principalmente através de seus atos, já que não adianta esperar dos outros aquilo que ele próprio não exerce, estará contribuindo para um melhor comportamento individual e coletivo que irá afetar positivamente toda a sociedade. Portanto, percebe-se a importância do papel social exercido pelos professores, pois é através da educação que se molda a sociedade e o contexto vivido por ela.

Contudo, sabe-se que educar para a cidadania, contribuindo para que exista igualdade de direitos e deveres, não é uma tarefa fácil. Diante de tantas formas de pensar, torna-se muito difícil encontrar um consenso, uma forma de fazer prevalecer a justiça e o equilíbrio na sociedade. Como fazer alguém superar suas opiniões discriminatórias sem desrespeitar o seu direito de assim pensar? É realmente algo complicado de se lidar, visto que o ser humano é complexo e consegue tornar tudo ao seu redor igualmente complexo, mesmo as coisas que parecem mais simples. Mas, como costuma afirmar-se seguidamente, o direito de um termina onde começa o de outro, então toda opinião ou atitude discriminatória deve sim ser combatida com todas as forças, pois estará afetando seriamente a vida de alguém.

Se tratando de atitudes discriminatórias, uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) apontou em 2009 que o maior nível de preconceito atinge as pessoas com necessidades especiais, seguido por questões étnico-raciais. Mas é importante ressaltar que outras questões relativas ao gênero, idade, situação econômica, sexualidade e territorialidade também possuem altos níveis de preconceito, sendo que a pesquisa monstra que 99,3% das pessoas demonstram algum tipo de atitude preconceituosa.

Dificilmente alguém admite este fato, mas mesmo que inconscientemente, todos têm algum tipo de pensamento ou, pior ainda, atitude preconceituosa ou discriminatória. O melhor dos sujeitos teria preconceito com aquele que discrimina alguém. Nesse sentido, o importante é que estes pensamentos e práticas sejam repensados, buscando sempre superá-los, pois no momento em que se para para refletir sobre algo, já ocorre um avanço significativo. Então, as escolas devem trazer estas questões à tona, informando, questionando e fazendo todos – alunos, professores e demais pessoas envolvidas neste ambiente – repensarem seus pré-conceitos e visões de mundo, de forma a tentar produzir uma consciência coletiva que seja mais aberta às diferenças e cresça com elas.

É evidente que o preconceito ocorre em grande escala. No entanto, tão difícil quanto superá-lo, é compreender as razões pelas quais ele ocorre, sendo que para isto se faz necessário entender a origem dessa problemática que certamente não é atual.

2.3 CULTURA E PRECONCEITO: UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL

Desde as primeiras civilizações formas de discriminações já ocorriam, já que era preciso lutar pela sobrevivência, caçando e enfrentando diversos perigos sem os inúmeros recursos que temos atualmente. Sendo assim, aqueles com algum tipo de deficiência não eram aceitos pelo grupo por não poder sustentar-se e se comportar conforme os outros. Além disso, as mulheres, embora ainda sofram com a desigualdade, naquele tempo eram muito mais desvalorizadas, tendo suas determinadas tarefas obrigatórias para exercer e sofrendo com abusos de todos os tipos. Ao longo do tempo, mesmo com algumas evoluções, esta situação ainda acontece, sendo que os deficientes e as mulheres, assim como tantos outros, continuam sendo

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