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O Reconhecimento de Gêneros - Fábula

Por:   •  24/12/2018  •  2.137 Palavras (9 Páginas)  •  480 Visualizações

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4.2 Transcrição 2

Nome: E.C

Idade: 40 anos

Profissão: Vendedor

Cidade natal: Campo Maior

Cidade onde os dados foram coletados: Teresina

“Bom, eu sô de Campo Maió mais moro em Teresina..é..eu vô falá um pôco sobre minha rotina do dia a dia, assim..eu acordo muito bem cedo pra í ao trabalho né, trabalho um pôco cansativo só qui ao mesmo tempo é legau porque você tem dialugo cum as pessoas e é perto de casa..é..a noite chego cedo tenho tempo pra namorar qui é muito bom né...e essa pessoa vai passá seu dia a dia í vai né..num si abati cum aquilo, cum seu serviço cansativo..voce fica sempre cum a auto istima boa né.. se você passá o dia conversano cum as pessoas é muito bom isso pra gente podê tê convivência com ôtras pessoas porque oje em dia se as pessoas passá o dia sem convesá cum augueim você é capais até de aduecer..intão..é assim..voce tem seu trabalho nem que seje um poço cansativo ele le ajuda muito em certas coisas..voce tem seu dinhêro pra resolvê seus pobremas, comprar suas coisas, cria novas amizades e isso é muito impostante. Nos fim de semana tem sua folga prá saí ou discansá, conhecê pessoas novas..infim.. é muito bom a pessoa tê seu serviço.”

5 Análise das transcrições

As transcrições acima são de áudios coletados de pessoas reais em situações reais do dia a dia. Ao observá-las podemos constatar os tipos de variações que aqui foram mencionadas.

5.1 Transcrição 1

A primeira transcrição é da entrevista com uma garota de dezesseis anos. Ela nasceu e reside na cidade de São Paulo/SP.

Logo no inicio da transcrição, no trecho “... eu tenho dizesseis anos, sô..é..filha única e vô dizê como é um pôco da minha vida...”, podemos observar a presença da variação diamesica, ou seja, a diferença da língua falada para a língua escrita. Nesse exemplo, a língua falada é mais “relaxada”, enquanto a língua escrita seria mais formal.

No trecho “... eu vô de pêrua, porque eu sô cadêrante...”. no trecho citado, a entrevistada diz “pêrua”, enquanto em outras regiões do Brasil a “pêrua” é chamada de “van”. Essa é a variação diatópica.

“... nossa é meu amigo, meu “broder”...”. Nesse trecho observamos a presença de duas variações. A palavra “brother”, no momento da fala, é pronunciada “broder” (variação diamesica). Essa mesma palavra, geralmente é utilizada por grupos de jovens, dificilmente você verá uma pessoa de idade falando-a. Essa é a variação diastrática.

5.2 Transcrição 2

A segunda transcrição é da entrevista com um senhor de 40 anos, nascido e criado na cidade de Campo Maior/PI, mas atualmente reside em Teresina/PI.

“...eu vô falá um pôco da minha rotina...”. Nesse trecho observamos uma linguagem relaxada, seria essa uma variação diamesica.

“...você tê seu trabalho é muito bom, nem que seje um pôco puxado preserve, porque ele li ajuda muito em certas coisas..você tem seu dinhêro pra resolvê seus pobremas..e cria amizades ao mesmo tempo, intão isso é muito impostante...”. Nesse trecho, observamos claramente a linguagem de uma pessoa do interior, que muitas vezes não possuem uma educação de qualidade. Esse é um exemplo de uma variação social, decorrente de uma educação de má qualidade ou mesmo do ambiente onde o falante se desenvolveu.

6 Conclusão

Tendo em vista os aspectos observados, concluímos que, de fato, existem muitas variações lingüísticas em uma mesma língua, percebemos que essas variações decorrem de diversos fatores externos e psicológicos e concluímos que cada ser humano é diferente e possui uma maneira particular de comunicar-ser uns com os outros.

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7 Referências

MENEZES, M.C.(25 de outubro de 2007). Variação Linguística: Análise de uma comunidade de São Sebastião- DF. Disponível em: http://sociolingustica.blogspot.com.br/ >Acesso em 18 de junho de 2015.

BEVILAQUA, T.L. (s.d.). E por falar em sociolinguística... Disponível em: http://sociolinguisticaeensinouece2011ponto1.blogspot.com.br/p/e-por-falar-em-sociolinguistica.html> Acesso em 18 de junho de 2015.

Wikipédia, Sociolinguística. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociolingu%C3%ADstica> Acesso em 18 de junho de 2015.

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