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Urupês - trabalho de literatura

Por:   •  1/1/2018  •  1.810 Palavras (8 Páginas)  •  374 Visualizações

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Em Urupês, Monteiro Lobato faz uma referência ao sujeito do interior, o “novo índio”, como ele deixa a entender, o chamado “caboclo”. Ele cria o personagem Jeca Tatu, para representar essa figura.

Começa o conto colocando de frente Jeca com o personagem índio Peri, de José de Alencar. Peri era para Alencar, um protótipo da perfeição humana, e Lobato coloca Jeca como exatamente o oposto disso. Mas caracteriza os dois como parecidos no sentido de orgulho e valentia. Ao longo do conto, Lobato vai desleixando suas ideias sobre o viver de Jeca. Um sujeito pacato, preguiçoso por natureza, que defende o mais simples como sempre o melhor. Era de fato tão indolente que sua posição corporal mais usada era de cócoras. Se vendia algum produto na feira, era apenas algo que a natureza o podia oferecer sem necessitar de trabalho por parte dele. Não se importava ou preocupava-se em melhorar sua casa de sapé, em buscar entendimento sobre qualquer coisa. Mas adorava votar, nem se quer sabia em quem votava, mas votava com orgulho. Era extremamente supersticioso, se a medicina oferecia uma cirurgia, para ele, havia sempre um método de crendice eficaz e melhor. Não usava talheres, pois a munheca era mais servil, não se metia a colocar sequer quatro pernas em um banco, pois isso o obrigaria a nivelar o chão, então se limitava a colocar apenas três. De comida da terra só precisava da mandioca, do milho, e da cana. Com isso já sobrevivia.

Esse era o caboclo, a imagem real do ser idealizado no romantismo.

“Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!”

Narrador

“O comprador de fazendas”

A narração é predominantemente em 3ª pessoa, sendo um narrador onisciente intruso, (característica da maioria dos narradores de Monteiro Lobato), mas que apresenta diálogos também em 1ª pessoa.

Exemplos:

Narrador em 3ª pessoa:

“Pior fazenda do que a do Espigão, nenhuma. Já arruinara três donos, o que fazia aos preguntes: Espiga e que aquilo e!”

Narrador em 1ª pessoa:

“Geia por aqui”? ’’.

“Coisinha, e que isso mesmo só em ano brabo”.

“O feijão da bem”

“Nossa senhora! Inda este ano plantei cinco quartas e malhei cinquenta alqueires. E que feijão!”

“Urupês”

O conto é narrado em 3ª pessoa, e o narrador é observador.

Exemplos:

"Jéca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epítome de carne onde se resumem todas as características da espécie.”

"Para comer, negociar uma barganha, ingerir um café, tostas um cabo de foice, fazê-lo noutra posição será desastre infalível. Há de ser de cócoras."

"De pé ou sentado as idéias se lhe entramam, a língua emperra e não há de dizer coisa com coisa."

"Nada o esperta. Nenhuma ferrotoada o põe de pé."

Personagens

“O comprador de fazendas”

Protagonista:

Moreira; homem, na meia idade, proprietário da fazenda, marido de dona Isaura, pai de Zilda.

Antagonista:

Pedro Trancoso; homem, vigarista, de aparência jovem de linguagem refinada, se mostra uma pessoa inteligente que já viajou para fora dos pais como a Argentina.

Personagens coadjuvantes:

Dona Isaura; mulher de Moreira, mãe de Zilda, de meia idade.

Zilda; jovem, de beleza rara, mas que não consegui um marido.

Zico; jovem, travesso que ajuda seu pai na fazenda tanto na plantação quanto na venda fazenda.

Jose bezerra; não se tem informações sobre ele, somente que ele e amigo de Moreira e mora na mesma cidade de Pedro Trancoso.

“Urupês”

Na obra “Urupês”, Monteiro Lobato apresenta apenas um personagem como o formador da história, que no caso é Jeca Tatu, ou o caboclo em si.

Tempo

“O comprador de fazendas”

O tempo é linear constante e se passa em torno de duas semanas.

Exemplos:

“Daria a palavra definitiva dentro de semana”

“O amigo respondeu sem demora”

“O grande dia chegou.”

“Atriste menina viu desaparecer para sempre”

“Urupês”

O tempo é em sua maioria cronológico, mas também apresenta momentos de tempo psicológico. Podem ser consideradas as duas primeiras décadas do século XX como o tempo do conto.

Exemplos:

"Em sonetos, contos e novelas, hoje esquecidos, consumiram-se tabas inteiras de aimorés sanhudos”

“Isso, para o futuro. Hoje ainda há perigo em bulir no vespeiro: o caboclo é o ‘Ai Jesus! ’ nacional.”

“Anos atrás o orgulho estava numa ascendência de tanga, inçada de penas de tucano, com dramas íntimos e flechaços de curare.”

“Quando Pedro I lança aos ecos o seu grito histórico e o país desperta estrouvinhado à crise duma mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia e acocora-se de novo.

Pelo 13 de Maio, mal esvoaça o florido decreto da Princesa e o negro exausto larga num uf! o cabo da enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, ‘magina e deixa que do velho mundo venha quem nele pegue de novo.

A 15 de Novembro troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal. O país bestifíca-se ante o inopinado da mudança.

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