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Resenha sobre "Aura" de Carlos Fuentes

Por:   •  21/10/2018  •  1.244 Palavras (5 Páginas)  •  324 Visualizações

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latino-americana, uma vez que cada autor desenvolve o seu próprio estilo na narrativa.

No segundo momento do artigo, Carvalho liga os elementos que estruturam a narrativa de Aura com os aspectos do fantástico e do gótico. Para desenvolver a novela, Fuentes utiliza tanto o gênero fantástico, quanto o gótico, uma vez que durante toda a narrativa são abordados elementos sobrenaturais em ambientes sombrios e de terror. Na análise formal do texto, a autora conclui que a obra é considerada uma “inovação da forma de narrar”, já que o narrador em segunda pessoa permite ao leitor a possibilidade de testemunhar fatos e, ao mesmo tempo, pertencer à ação vivida pelas personagens.

No decorrer do trabalho, a autora descreve a diegese da obra preocupando-se, especialmente, com a simbologia dos elementos descritos na novela. Ela trabalha o significado da cor verde muito presente na narrativa, o único alimento oferecido a Felipe Montero em sua estadia na casa, os animais mencionados que vivem no espaço, entre outros. Para alicerçar sua pesquisa, a autora utiliza materiais como o Dicionário dos Símbolos (1982). Essa atenção aos elementos simbólicos da narrativa é um ícone muito importante trabalhado pela autora, afinal, são nesses aspectos que se dissimula o sobrenatural na obra e faz acontecer o fantástico. Além disso, a autora também se preocupa em destacar os elementos que descrevem o ambiente em que ocorre toda a narrativa, pois através deles é possível encontrar o aspecto gótico trabalhado por Fuentes.

Na sequência, a autora faz uma interessante ligação da proposta de temas do fantástico de Todorov (1975) com os elementos da obra analisada. “Na primeira, trabalha com a duplicação da imagem do sujeito em conflito, numa duplicidade entre o sonho e a realidade, entre espírito e matéria, isso exemplifica o que ele chama de temas do Eu. (...)Em uma segunda linha, há referências aos temas do Tu, como o desejo sexual que praticamente domina o personagem, capaz de realizá-lo através dos sonhos, e o desejo de possuir Aura para sempre, como seu verdadeiro amor”.

(CARVALHO, 2012). A descrição destes elementos é importante para melhor compreensão do fantástico trabalhado por Carlos Fuentes em sua obra.

Na perspectiva da autora, outro elemento importante na constituição do fantástico em Aura é a ambiguidade do real e do irreal que se constitui à medida que Felipe Montero se envolve mais com a leitura das memórias do General Llorente. Todorov (1975) embasa a perspectiva da autora quando diz que a sustentação do fantástico está na incerteza dos fatos, ou seja, as margens do gênero se encontram na indeterminação dos elementos descritos na narrativa. Assim, Carvalho consagra Carlos Fuentes por tramar em Aura essa ambiguidade capaz de prender leitor e personagens em sua ficção.

Na produção do seu trabalho, Maria S. Carvalho é feliz em diversos aspectos, desde a organização estrutural das suas ideias até a escolha teórica que melhor embasa sua análise da obra. Apesar da subjetividade dos gêneros, Carvalho constrói um bom conjunto teórico capaz de introduzir diversos conceitos que tratam de forma clara e objetiva os aspectos dos gêneros fantástico e gótico presentes na obra de Carlos Fuentes fazendo com que a totalidade do seu trabalho seja fluido e pertinente na sua proposta.

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