Ensino da Gramática nos dias atuais
Por: kamys17 • 25/5/2018 • 2.763 Palavras (12 Páginas) • 545 Visualizações
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Diante dessa realidade, o professor de língua portuguesa, deverá adotar novos recursos didáticos, a fim de garantir um ensino eficaz que leve o aluno a ter uma aprendizagem significativa.
Não há dúvida de que deve ensinar a gramática normativa nas aulas de língua portuguesa, embora se saiba perfeitamente que ela em si não ensina ninguém a falar, ler e escrever com precisão (Antunes, 2007 p. 53). O dever da escola é ensiná-la oferecendo condições ao aluno de adquirir competência para usá-la de acordo com a situação vivenciada. Não é com teoria gramatical que ela concretizará o seu objetivo, pois isto leva os estudantes ao desinteresse pelo estudo da língua, por não terem condições de entender o conteúdo ministrado em sala de aula, resultando assim frustrações, reprovações e recriminações que iniciam pela própria escola e o preconceito lingüístico.
É importante enfatizar que a assimilação crítica dos estudos linguisticos e a necessidade de se estabelecer um maior contato do professor com a língua materna e a proposta da linguística; valorizar a língua falada pelo aluno. Considerando que a gramática não deve ser tida como uma verdade única, absoluta e acabada antes, porém seus conceitos devem ser relativizados, para que alcance o educando do século XXI.
Segundo (BAGNO, 2000 p. 87): "A gramática deve conter uma boa quantidade de atividades de pesquisa, que possibilitem ao aluno a produção de seu próprio conhecimento lingüístico, como uma arma eficaz contra a reprodução irrefletida e acrítica da doutrina gramatical normativa".
Através dessa consigna, Bagno afirma que a gramática em si não justifica seu papel de única fonte para o ensino da língua nas escolas, tanto do ponto de vista teórico quanto do prático, bem como o código normativo da linguagem, tomado no geral. Os gramáticos levam ao estágio da angústia os professores e os alunos, para o estudo gramatical em virtude das divergências entre os mesmos. Então o professor deve deixar de lado o comodismo e a repetição da doutrina gramatical e ser mais dinâmico ministrando o conteúdo de forma reflexiva em atividades contextualizadas, interdisciplinares, individuais ou coletivas de forma que o aluno passa a conhecer as variedades da língua através de pesquisas, as quais envolvam a leitura e produção textual, construindo seu próprio conhecimento lingüístico.
O ensino de gramática nas escolas acontece de forma tradicionalista, devido à aplicação de métodos totalmente teóricos, sem significação na vida dos alunos que, por sua vez, não conseguem estabelecer relação entre a teoria gramatical e a prática social.
A concepção de que língua e gramática são uma coisa só deriva do fato de, ingenuamente, se acreditar que a língua constituída de um único componente: a gramática. Por essa ótica, saber uma língua equivale, a saber, sua gramática; ou, por outro lado, saber a gramática de uma língua equivale a dominar totalmente essa língua. Na mesma linha de raciocínio, consolida-se a crença de que o estudo de uma língua é o estudo de sua gramática (p.39).
É importante ressaltar que o ensino de gramática, não deve ocorrer apenas para proteger ou conservar a composição da língua, mas para auxiliar o usuário e falante no conhecimento de sua própria língua materna, possibilitando-lhe as características essenciais que pertencem à sua cultura. Deve ser também, um ensino harmonioso na relação entre o ensino da gramática normativa e a contextualizada, sem descartar as nomenclaturas, terminologias e regras, as quais são fundamentais para o desenvolvimento social e cultural dos alunos.
Mediante a algumas situações ocorridas em sala de aula, relacionadas à aprendizagem, faz-se necessário algumas mudanças nos procedimentos adotados em relação ao ensino de língua portuguesa, pois sabe-se que os alunos pertencem a diferentes culturas e devem ser atendidos de acordo com suas necessidades, baseando-se em suas possibilidades de leitura e escrita levando em consideração o potencial gramatical que cada um tem ampliando, ou seja, enriquecendo o poder lingüístico através do ensino da gramática que tem por objetivo preparar o aluno para uma produção textual obedecendo à norma padrão.
Percebe-se que o ensino de língua portuguesa perpassa por muitas dificuldades, não apenas com a forma de ensinar a gramática, como também a maneira que o professor atua em sua prática, ou seja, além de fornecer aos alunos uma orientação válida para a prática de produção de textos respaldadas pelas regras gramaticais, então deve-se encontrar métodos dinâmicos e eficientes ao transmitir o conteúdo. Não há uma receita mágica nem respostas milagrosas, o que deve ser feito são novas práticas de ensino que vão propiciar ao corpo discente uma aprendizagem significativa.
Há várias maneiras para que ocorram mudanças no ensino tradicional, uma delas é o professor tornar-se o mediador do conhecimento ao aluno, fragmentando a distância entre o mesmo e o ensino de gramática, tornando-a prazerosa e não somente obrigatória. Pois, será realmente um professor, independentemente do conhecimento que possua se puder transmitir tais informações de forma interativa e criativa, estabelecendo a relação professor-aluno, acreditando sempre que o aluno é capaz de aprender e compreender a gramática. O aluno somente interioriza o conhecimento da estrutura gramatical, se ela for contextualizada em situações ou contextos comunicativos. O professor poderá utilizar recursos metodológicos, bem como, tecnológicos como cartazes, textos de embalagens, revistas, jornais, oficinas, carta comercial e pessoal, bilhete, romance, horóscopo, receita culinária, cardápio, outdoor, lista de compras, resenha, inquérito, edital de concurso, piada, carta eletrônica, bate-papo online, data show, dentre outros. É importante despertar nos alunos a consciência da funcionalidade da leitura e escrita, e isso só será possível quando os professores levarem em conta a bagagem que o aluno traz consigo, a respeito de sua língua materna. Dessa forma pode acontecer a união da norma culta e da norma coloquial sem criar traumas ou defasagens na aprendizagem dos alunos, basta que os educadores busquem a formação continuada, não apenas teórica, mas também na prática e no contexto da realidade em que ele está inserido, respeitando assim as diferenças.
Para Vygotsky (apud: www.ufsm.br/linguagem_e_cidadania/02_03/Liane.htm. Acesso em: 22/09/2015) "O estudo da gramática é de grande importância para o desenvolvimento mental da criança". A criança, embora domine a gramática de sua língua muito antes de entrar na escola,
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