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Tróia (filme)

Por:   •  21/12/2017  •  3.834 Palavras (16 Páginas)  •  241 Visualizações

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Por que París carregava a sina de ser o responsável pela ruína do seu país?

Um dia, Hécuba, a esposa do rei de Tróia, teve um sonho pavoroso; ela, que estava grávida e em breve daria à luz, acordou de repente no meio da noite. Logo contou a seu marido Príamo o pesadelo: sonhara que o filho esperado finalmente parecia querer sair de seu ventre, mas, ao invés de uma criança, paria uma tocha. O mais inquietante era que o fogo acabava por se espalhar pela cidade inteira, consumindo tudo. O rei tentou em vão acalmá-la e minimizar aqueles terríveis presságios; por fim, para não restar dúvidas, dirigiu-se a um de seus filhos, que sabia como ninguém a arte de interpretar os sonhos. A resposta que os pais receberam foi uma horrível notícia e um conselho tétrico:

— Vai nascer uma criança que causará a ruína de Tróia! Matem-na assim que nascer!

Pode-se imaginar como o prognóstico destruiu a tranqüilidade de Príamo e de Hécuba. A criança finalmente nasceu, Páris, um belo menino, robusto e de traços encantadores. (VASCONCELLOS, 1998:39)

Quem era Aquiles, apresentado como destemido e maior dos guerreiros gregos?

Tendo sido conquistado à participação na empresa, Ulisses tratou de prestar ajuda para convencer outros chefes relutantes, especialmente Aquiles. Este herói era filho de Tétis, em cujo casamento o pomo da discórdia fora atirado entre as deusas. Tétis era ela própria uma das imortais, uma ninfa do mar, e sabia que seu filho estava destinado a morrer diante de Tróia se participasse da expedição, pelo que tratou de evitar que ele fosse. Mandou-o, então, para a corte do rei Licomedes e convenceu-o a esconder-se entre as filhas do rei, disfarçado de mulher. Sabendo que ele ali se encontrava, Ulisses, disfarçado de mercador, foi ao palácio, oferecendo à venda ornamentos femininos, entre os quais colocou algumas armas. Enquanto as filhas do rei se deleitavam com os outros artigos apresentados pelo mercador, Aquiles manejava as armas e se traiu, assim, aos olhos atilados de Ulisses, que não teve grande dificuldade em persuadi-lo a desrespeitar os prudentes conselhos maternos e juntar-se a seus patrícios na guerra. (Bulfinch, 2002:256-257)

3. A GUERRA

No longa-metragem de Wolfgang Petersen, o espaço de tempo entre a fuga de Helena e o início da guerra é curto, porém na obra de Homero, tais preparativos duram cerca de dois anos.

Após dois anos de preparativos, a frota e o exército gregos reuniram-se no porto de Áulis, na Beócia. Ali, Agamênon, caçando, matou um veado consagrado a Diana, que, em represália, assolou o exército com a peste e provocou uma calmaria que impediu os navios de deixar o porto. O adivinho Cauchas anunciou, então, que a ira da deusa virgem somente poderia ser aplacada pelo sacrifício de uma virgem em seu altar e que somente seria aceitável a filha do ofensor. Agamênon, embora relutante, deu seu consentimento e a donzela Ifigênia foi mandada, sob o pretexto de que iria casar-se com Aquiles. Quando ia ser sacrificada, a deusa abrandou-se e arrebatou-a, deixando em seu lugar uma vitela, e Ifigênia, envolta numa nuvem, foi levada a Táuris, onde Diana fê-la sacerdotisa do seu templo. (Bulfinch, 2002:258)

A exclusão do sacrifício da própria filha, por parte de Agamênon, toma do personagem a imagem de terrível e inescrupuloso general. Tal fato está ligado a um outro desvirtuamento da "Ilíada" por parte do roteiro. A diminuição, quase eliminação, da participação dos deuses no conflito. Algo surreal para uma história vinculada às bases da civilização grega, bastante influenciada por sua mitologia.

O conto homérico conta que o conflito em Tróia é repleto por intervenções divinas. Os deuses do olimpo atuaram ativamente na guerra. Para José Francisco Botelho, 2011, "Atena (Minerva para os romanos) e Hera (Juno para os romanos) não haviam esquecido a desfeita de París, por isso posicionaram-se em favor dos gregos. Por outro lado, Afrodite (Vênus para os romanos) retribuía com seu apoio a escolha do príncipe troiano. Apolo também teria se prontificado a ajudar os troianos, inclusive seria aquele que revelaria a fraqueza de Aquiles. Poseidon e Zeus, por possuírem protegidos em ambos os lados, ora tendiam para um lado ora tendiam para o outro. Tornando assim a guerra de Tróia num gigante e sangrento jogo de xadrez para os deuses".

Os deuses e deusas interessavam-se tanto por esta guerra famosa como as próprias partes. Sabiam muito bem que o destino decretara que Tróia cairia, afinal, se seus inimigos perseverassem e não abandonassem a empresa voluntariamente. Havia, contudo, bastante oportunidade para o acaso, de maneira a excitar, alternativamente, as esperanças e os temores das divindades que se colocavam de um lado ou de outro. Juno e Minerva, em conseqüência do menosprezo manifestado por Paris para com sua beleza, eram hostis aos troianos; Vênus, pelo motivo contrário, favorecia-os e arrastou para o mesmo lado seu admirador Marte, ao passo que Netuno era favorável aos gregos. Apolo ficou neutro, tendendo às vezes para um lado, às vezes para outro, e o próprio Jove, embora amasse o bom Rei Príamo, demonstrou um certo grau de imparcialidade, não sem exceções, contudo. (Bulfinch, 2002:260)

Outra diferença: será que um conflito entre os gregos, bravos guerreiros e em maior número, contra os troianos, que possuíam as muralhas nunca antes ultrapassadas e incríveis arqueiros, duraria pouco tempo? No filme, a guerra dura menos de 15 dias, algo incrível para a adaptação de uma guerra que durou 10 anos.

A guerra prosseguiu, sem resultado decisivo, durante nove anos. Ocorreu, então, um acontecimento que pareceu fatal à causa dos gregos e que foi a disputa entre Aquiles e Agamênon. É nesse ponto que se inicia o grande poema de Homero, "A Ilíada". Os gregos, embora sem êxito contra Tróia, haviam tomado as cidades vizinhas e aliadas, e, na divisão dos despojos, uma cativa chamada Criseis, filha de Crises, sacerdote de Apolo, coubera a Agamênon. Criseis, levando os emblemas sagrados de seu cargo, fora implorar a libertação da filha, e Agamênon recusara. Crises, então, rogou a Apolo que afligisse os gregos até que eles fossem forçados a desistir de sua presa. Apolo atendeu à prece de seu sacerdote e mandou a peste ao acampamento helênico. Foi, então, convocado um conselho para deliberar sobre a maneira de apaziguar a ira dos deuses e evitar a peste. Aquiles, atrevidamente, atribuiu a causa dos infortúnios a Agamênon, por conservar Criseis cativa. Agamênon, enfurecido, concordou

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