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Resenha - Deuses do México Indigena

Por:   •  17/11/2018  •  1.899 Palavras (8 Páginas)  •  286 Visualizações

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Através de achados arqueológicos, acredita-se que a agricultura se iniciou na região da Mesoamérica por volta do quinto milênio a.C. Os principais produtos eram a abóbora, pimenta malagueta, feijão e o milho, levando a “um processo de transição entre a simples apropriação do que a natureza oferecia e a produção sistematizada” (Santos, 2002, pag. 47) que acarretou no modo de vida e crenças dessas populações, como entidades e explicações para a origem da vida ligadas ao milho. O autor cita como exemplo uma crença maia de que o mundo começara aproximadamente em 3113 a.C., próximo ao inicio da agricultura nessas regiões.

Com a prática da agricultura, ocorreu um aumento da população, acompanhado de novas técnicas “de armazenamento e transformação dos alimentos” (Santos, 2002, pag. 49), como cerâmicas, usadas tanto na pratica de armazenar e cozinhar alimentos colhidos, as pedras de moer grãos de milho, levando a sedentarização desses povos, seguida de uma urbanização por volta de 1300 a.C., nas regiões de Tabasco e Veracruz, no México, chamada na época de Olman, terra dos olmecas.

Essa tribo, a partir de seu processo de urbanização, desenvolveu práticas de comércio, ritos funerários, artesanato e sua religião, ligada a sacrifícios humanos. O autor afirma que essa cultura se difundiu para as regiões vizinhas, e o período ficou conhecido como Pré-clássico, entre 1500 a.C. e 200 a.C. Através dessa difusão, centros urbanos e cerimoniais surgiram nas regiões vizinhas, sendo uma das que mais chamam atenção a cidade de Teotihuacan, a cidade dos deuses, construída no Altiplano central do México, que servia para como enterramentos funerários, por exemplo. Sua importância na historia se deve a tradição oral vinda das lendas e códices, que registram as migrações dos primeiros povos que vieram a habitar essa região.

Outro centro urbano que floresceu na região do altiplano mexicano, foi Monte Albán, cidade zapoteca e de suma importância para cultura mesoamericana. “Nessa cidade (...), no Templo de los Danzantes encontram-se os glifos calendários mais antigos da Mesoamérica” (Santos, 2002, pag. 58), mostrando a importância histórica da cidade.

As populações maias se organizavam e cidades-estados, independentes umas das outras, sempre próximas aos litorais e margens de rios, por conta da agricultura. E, como o autor afirma, “Apesar de possuírem muitos traços culturais comuns - como a região habitada, a família linguística, o cultivo do milho e suas práticas rituais relacionadas, a organização social e a cosmo visão baseada no calendário, na centralidade do Sol e do sangue como fluido vital” (Santos, 2002, Pag. 60), os maias nunca de fato se organizaram em um grande império, competindo militar e comercialmente entre si, muitas vezes se unindo em confederações, encabeçadas por cidades maiores, que tinham influencia política e comercial sobre seus vizinhos.

Teotihuacan entrou em decadência a partir do século VII, e um povo chamado toltecas, de língua nahuatl, migraram para o Sul, seguidos por “chichimecas, termo que na Mesoamérica era sinônimo de bárbaro” (Santos, 2002, pag 64), como afirma Eduardo, e tiveram contato com maias, do Altiplano Central, recebendo parte da cultura mesoamericana. Junto a isso, além do Altiplano central, Tula, uma cidade fundada pelos toltecas, que substituía Teotihuacan, incentivou o crescimento de pequenos reinos maias, como Uxmal e Tulum.

Eduardo, em seguida nos apresenta as origens dos povos mexicas, conhecidos popularmente como astecas. As fontes usadas são seus próprios códices e crônicas indígenas como Tezozomoc e Ixtilxochit, além de crônicas escritas pelos próprios colonizadores espanhóis. Essas histórias fazem questão de exaltar o povo asteca, nas palavras do autor: “feitos estes que sempre os encaminharam para um destino já determinado: tornarem-se os senhores dos outros povos na atual e quinta idade” (Santos, 2002, pag. 69). Os astecas reelaboraram as narrativas históricas e lendárias dos mesoamericanos quando assumiram o papel de destaque na Mesoamérica.

Os astecas migraram de suas terras de origem no inicio do século 12, sobre as promessas de um sacerdote, problemas populacionais e pela condição de servidores, vivendo sob o comando de outros povos. Sua migração só viria a terminar com a fundação de Tenochtitlan, onde viriam a se tornar os governantes dos outros povos da região. “Mas, os astecas eram chichimecas?” (Santos, 2002, pag. 70) questiona o autor. É um termo constantemente debatido na comunidade acadêmica, apresentando várias respostas, sendo um povo especifico, ou um termo pejorativo ligado aos povos que viviam na fronteira da Mesoamérica.

Seja como for, os astecas eram considerados bárbaros pelos outros povos da região, porém estes prosperaram e acabaram por se tornar conquistadores da Mesoamerica, controlando rotas comerciais e recebendo tributos das outras tribos. Sua grande cidade, Tenochtitlan, passou a ser a nova Grande Tula.

Abordando sobre os pensamentos e métodos de escrita, Eduardo faz uma breve critica, afirmando que “não é muito comum à tradição histórico-filosófica ocidental admitir a existência de um pensamento indígena de uma determinada região” (Santos, 2002, pag. 79), e faz um breve raciocínio sobre os possíveis motivos de termos esse pensamento seriam a falta de interesse por uma analise mais profunda desses povos e ideia de que a falta de métodos considerados modernos não permitissem que estes conseguiam produzir um trabalho elaborado como os dos ocidentais. Porém, os mesoamericanos produziram muitos sistemas que influenciaram em suas culturas em geral como o do calendário.

Não há documentos que provem quando ou quem criou o calendário em sua forma definitiva, porém acredita-se que se iniciou com os olmecas e se desenvolveu com os outros povos posteriores a estes. O calendário se baseava em 20 signos, nomeados tonalli, representados por plantas, animais, artefatos entre outros, combinando com 13 números. O primeiro signo recebia o numero 1, seguido pelo segundo signo com numero 2, indo nessa sequencia, até que o primeiro recebesse 1 de novo, compondo 260 dias, como o exemplo que o autor dá:

“1cípactli; 2 ehecatl; 3 calli; 4 cuetzpalin; 5 coatl; 6 miquiztli; 7 mazatl; 8 tochtli; 9 atl; 10 itzcuintli; 11 ozomatli; 12 malinalli; 13 acatl; 1 ocelotl; 2 cuauhtli” (Santos, 2002, pag. 80)

Esse ciclo era chamado de tonalpohualli, e eram registrados em livros pictográficos,

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