RESENHA – “O QUEIJO E OS VERMES: O COTIDIANO E AS IDEIAS DE UM MOLEIRO PERSEGUIDO PELA INQUISIÇÃO”

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A condenação de Mennochio é dada em 1584, sendo esta causada e pelas heresias que eram cada vez mais proferidas pelo moleiro, tornando suas ideias cada vez mais próximas dos outros camponeses, o que era uma forte ameaça à Igreja. Após isso, teve sua pena diminuída e, em 1597 teve o direito de deixar o local, porém suas ideias heréticas não haviam mudado em nada, e continuaram sendo pregadas. Tal atitude fez com que um segundo julgamento, realizado quatorze anos após sua primeira condenação fosse feito. Com isso, em 1598, o moleiro que era uma forte ameaça para a Igreja com suas ideias cada vez mais hereges foi condenado novamente, porém dessa vez de uma maneira mais árdua: também fora torturado e morto na fogueira da Inquisição.

Com isso, após a leitura dessa fantástica obra de Carlo Ginzburg, que não só é recomendada a estudantes da área da História, mas também aos estudiosos da religião, concluímos que mesmo após ser condenado, Mennochio - o pobre moleiro morador de uma pequena aldeia nomeada Montereale, localizada aos arredores de Udinese, Itália – não teve uma mudança de postura em relação a suas ideias que contrariavam os dogmas da Igreja e a fé absoluta vigente na época. Afrontando uma época em que a liberdade de expressão não existia – muito menos espaços para debates sobre a fé – e disseminando suas ideias hereges, o moleiro foi condenado pelo Tribunal de Inquisição do Santo Ofício não só uma, mas duas vezes. Porém sua primeira pena de nada serviu, visto que nenhuma transformação em suas ideias e pensamentos contrários à cultura da época ocorreu.