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Projeto de Pesquisa - Metodologia Cientifica

Por:   •  18/12/2018  •  2.084 Palavras (9 Páginas)  •  305 Visualizações

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Afinal não era muito ‘correto’ um homem já adulto, pai de dois filhos sair por ai se vestindo de mulher, pensariam que ele estava louco. Esse era o pensamento da própria Laerte antes de se assumir publicamente. Depois de um acontecimento que acabou causando um choque na vida da cartunista, ela decide voltar a sua transformação, decide assim assumir o seu ser, que já estava transparente em seus cartuns. Tornando mais visível a uma boa parte da população que não tinha um contato com essa situação de gay, trans, travestir. Levando a luta pela desconstrução do normal para aqueles que nem sabiam da existência dessa luta.

Uma forma para tentar sobreviver em sistemas obrigatórios, o gênero é uma atuação com efeitos visivelmente punitivas. As formas de gêneros diferentes faz parte do que une por serem humanos, porem os difere por ter várias formas de se enxergar na sociedade atual. É visto que, frequentemente são punidos aqueles que não cumprem de maneira correta seu gênero. Tida como correta, apenas aquela forma de gênero e opção sexual já imposta na sociedade a milhares de anos.

Aceitada e passada de geração a geração, essa forma de se viver foi sendo desconstruída por pessoas que não se sentiam confortável diante daquele aspecto já imposto desde o seu nascimento. Tornando se assim pessoas dispostas a lutarem para construir uma sociedade onde não é errado ser diferente dos demais.

3-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

Os autores trabalhados nessa pesquisa são: Judith Butler, Michel Focault, e Sandra Jathay Pesavento. Judith mostra de uma maneira própria a representação de um ser e seu corpo, questionando que alternativas restariam para compreender o ser que é representante de cada um, aquele eu próprio e sua forma de agir, sua autonomia e onde ela é ‘roubada’, por aqueles que não se sentem confortáveis com o conforto do outro.

Mostrando assim a grande hipocrisia que vivemos, onde a pessoa tem o seu direito de ir e vir, de agir como bem entender sem romper com as leis do estado, mas a partir do momento em que é usado esse direito, cria-se um grande problema, tornando a vida daquele que estavam simplesmente usando o direito de cidadão um empecilho. Essa representação entra com a representação da Laerte em querer mostrar aos leitores que esse corpo é somente poeira cósmica, e que um dia como o de todos sobre a terra, padecera. E que enquanto estiver vivo e consciente de si, poderá fazer dele o que bem entender.

Se o corpo não é um “ser”, mas uma fronteira variável, uma superfície cuja permeabilidade é politicamente regulada, uma prática significante dentro de um campo cultura de hierarquia do gênero e heterossexualidade compulsória, então que linguagem resta pra compreender essa representação corporal, esse gênero, que constitui sua significação “interna” em sua superfície? Sartre talvez chamasse esse ato de “estilo de ser”; Foucault, de “estilística da existência”. Em minha leitura de Beauvoir, sugeri que os corpos marcados pelo gênero são “estilo da carne”.[1]

A autora faz uma abordagem bem feminista e individualista sobre o ser e sua autonomia perante a sociedade. Deixando claro que a sociedade dava mais valor ao sexo do que ao gênero e que se o gênero fosse visto como um dado construído e não como um dado natural, isso daria mais essência ao ser, aquele que nasce mulher e é imposto ser do sexo feminino e ao que nasce com o sexo feminino mas se identifica, se enxerga como masculino.

O segundo autor a que faço referência é Michel Focault, que com sua obra mostra a maneira que a sociedade omite os desejos e curiosidades das pessoas desde crianças. Afirmando assim que essa falta de orientação gera adultos despreparados para os próprios sentimentos em relação ao seu ser.

Como a ideia abordada em alguns momentos por Focault temos aversão atual dessa ideia, que seria uma espécie de ensino mais apropriado sobre a sexualidade para as crianças. O que deixou muitos pais preocupados que os filhos seriam incitados a virarem homossexuais, que seria um ensino inadequado. Em quanto, na mesma faixa de período escolar onde os filhos aprenderiam sobre a sexualidade como um todo, aprendem somente a respeito do sexo hétero, tornando aqueles que já se sentem confusos em alguns aspectos, também se sentirem excluídos. Vivendo uma vida de mentiras sem saber o que está errado e como concertaria isso, vindo as vezes se descobrirem muito tarde na vida. Como foi o caso da cartunista Laerte, se descobrindo depois dos 50 anos e uma vida inteira.

As crianças, por exemplo, sabe-se muito bem que não têm sexo: boa razão para interditá-lo, razão para proibi-las de falarem dele, razão para fechar os olhos e tampar os ouvidos onde quer que venham a manifestá-lo, razão para impor um silêncio geral e aplicado. Isso seria próprio da repressão e é o que a distingue das interdições mantidas pela simples Lei penal: a repressão funciona, decerto, como condenação ao desaparecimento, mas também como injunção ao silêncio, afirmação da inexistência e, consequentemente, constatação de que, em tudo isso, não há nada para dizer, nem para ver, nem para saber. Assim marcharia, com sua lógica capenga, a hipocrisia de nossa sociedade burguesa.[2]

Focault mostra em seu livro que é preciso ir mais além do que só dados científicos, que deve mostrar, saber e expressar mais sobre a sexualidade pois a mesma não está supostamente contida, ele afirma a repreensão dela perante a sociedade conservadora. Mudanças teriam que ser feitas, e não só em termos mas em ações daquele que defendem a expressão.

Outra autora que busquei referencias de representação foi a Pesavento, que vinha com a ideia de representação das coisas e dos seres na sociedade, para que ficasse de um entendimento mais fácil a todos essa forma de representação humana. Como mostrar a forma de retratar o passado por representações do presente e a forma de tentar entender o comportamento do homem de auto expressão, e expressão do mundo em sua volta.

4-JUSTIFICATIVA:

O tema que apresento neste projeto de pesquisa está dentro do contexto de História Cultural e Social, com uma abordagem mais direta sobre o assunto sexualidade afastando do contexto tradicional. Tornando assim o componente metodológico e o objeto de pesquisa partes de uma pesquisa histórica de relevância.

Minha contribuição historiográfica com esse projeto será mostrar uma forma mais dinâmica sobre o contexto sexualidade em quesitos sociais, como nos cartuns da Laerte, dando destaque a situações abordadas pela cartunistas

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