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Os EUA e a II GM

Por:   •  3/11/2018  •  5.654 Palavras (23 Páginas)  •  297 Visualizações

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1 - A crítica marxista à epistemologia pós-moderna - Com base em Malerba, a partir da década de 60, a fé na ciência e no progresso, base não só do marxismo, mas também da new economic history, foi abalada pelo maio de 1968 (tal ano é símbolo ápice de uma crítica ao capitalismo, à sociedade de consumo, ápice de uma civilização predominante e sua derrocada – a partir da derrota dos movimentos de 68, o pensamento se modifica consideravelmente). O contexto histórico mundial cada vez mais diverso fornecia possibilidades múltiplas à história e os modelos macro-históricos e macrossociais não serviam mais para explicar os anseios do momento. A visão pessimista ocupa lugar dentro que do se entende por “nova história cultural”. E, neste sentido, pode-se falar em temas cada vez mais marcados pela fragmentação e diversidade historiográfica, que encontram eco nas relações interpessoais, que vão tirando foco de uma realidade de exploração e dominação marcada por estruturas institucionalizadas, como a política ou a economia. Por exemplo, inicia-se a abordagem de questões como o gênero, numa realidade historiográfica em que Foucault passa a substituir Marx. Surgia o pós-estruturalismo, precursor do pós-modernismo (que surgirá 20 anos mais tarde). O pós-modernismo sustenta a chegada de uma nova época, que substitui a moderna. Este repudia os ditames do período da ilustração, sobretudo, a crença na razão e no progresso. Portadora de uma multiplicidade de discursos e jogos de linguagem lança críticas diretas ao esquema da metanarrativa. Tal panorama vai se consolidar nos anos 80 e início dos 90. É possível falar de uma defragmentação de objetos. Todo este processo de mudança influencia no processo historiográfico latino-americano. A fragmentação de objetivos afasta o modelo de escrita da história do modelo econômico e social e isso acontece no atual contexto historiográfico latino-americano. O marxismo (que teve sua primeira fase na AL entre 1920 a 1935 e teve ênfase no anti-imperialismo; a segunda entre e 1930 a 1959, marcada pelo stalinismo e a terceira a partir da Rev. Cubana e almejada a luta armada como forma de alcançar o socialismo) foi de importância considerável para o desenvolvimento da escrita da história latino-americana, pois, no contexto de Guerra Fria, especialmente das décadas de 50 e 60, ele respondia aos acontecimentos inerentes aos processos do cenário político mundial. Ajudou, neste sentido, a compreender a realidade político-econômica da AL. O marxismo floresceu na AL, com mais força, na segunda metade do XX e ambicionava fornecer uma visão global da formação histórica dos povos latino-americanos, com sua dimensão econômica e social. Entretanto, com a virada lingüista de 68, houve uma proliferação de objetivos que derrubou a episteme não só do padrão do século XIX, mas também o marxismo, com sua percepção de realidades teoricamente totalizantes. É justamente a esta pluralidade excessivamente compartimentada que o Marxismo critica. Surgia uma realidade plural, compartimentada e com inúmeros novos objetos. Essa proliferação de objetos evidencia a fragmentação histórico-social: escravos, índios, população rural, os trabalhadores urbanos, os fora-da lei, as mulheres, os gays, a sexualidade, entre vários outros. O grande problema é interpretativo. A idéia de totalidade em Marx é a síntese de variadas manifestações/determinações sociais e não TUDO. E, sim, é diferente da linha pós-modernista que pensa a sociedade fragmentada. O ser social é total e deve ser respeito e abordado como tal. A crítica pós-moderna é justamente da que o marxismo quer abarcar tudo. Isto é equivocado. No pós-modernismo, a sociedade passa a ser compreendida pela relativização/diversificação da linguagem. É esta quem define a realidade p/ os indivíduos, num universo intelectual em que tudo é discurso. O conhecimento se dá por representatividade discursiva e se estuda justamente essas representatividades. Neste sentido – e esta é outra crítica marxista – não se tem objetividade. E se não há objetividade, não há conhecimento objetivo, pois, se qualquer discurso representa a realidade, todos são válidos. E assim é impossível o conhecimento objetivo da realidade. A crítica marxista ao pós-modernismo se coloca a dizer que há um conhecimento, sim, mais objetivo. É possível falar de uma defragmentação de objetos. Todo este processo de mudança influencia no processo historiográfico latino-americano. A fragmentação de objetivos afasta o modelo de escrita da história do modelo econômico e social e isso acontece no atual contexto historiográfico latino-americano. Com a linguistic turn, tem-se um panlinguísmo regendo a escrita da história. A linguagem passa a definir a realidade para as mentes. Não existe realidade enxtranlinguista ou independente de nossas representações na linguagem ou discurso. O pós-modernismo avança justamente pela lingüística estrutural. Neste sentido, o pós-modernismo nega a possibilidade de um conhecimento objetivo da realidade. O pós-modernismo nega que a linguagem ou o discurso possam se referir a um mundo independente de fatos e coisas. O mundo pós-moderno é visceralmente anti-marxista. Surge, deste modo, uma visão fragmentada, individual egoísta e niilista, na qual se perde a crítica ao capitalismo, pois não existe verdade absoluta. Com relação ao diálogo da Escola dos Annales com o Marxismo, pode-se dizer que este, até os anos 80, ainda tinha força. A primeira e a segunda geração dos Annales tiveram considerável influência marxista, mantendo o foco no econômico e no social. Entretanto, com o nascimento da Nova História Cultural, movimento que marcou a terceira geração, a produção dos Annales passa a ser marcado pela linha pós-modernista e pela fragmentação/diversidade de abordagens não totalizantes, um ecletismo exagerado.

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