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Identidade de Gênero

Por:   •  13/11/2018  •  3.202 Palavras (13 Páginas)  •  289 Visualizações

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Portanto é fundamental a escola, e a sua gestão, garantir um ensino que busque a formação plena do educado, discutindo a cerca de valores condutas sociais. A educação deve trabalhar nos alunos a tolerância e o pluralismo de ideias e respeito as varias culturas e vivencias sociais.

Buscamos para, além disto, a criação de materiais de referência e base, voltados para os trabalhos e discussões dentro da temática gênero, identidade, diversidades e diferenças a fim de fornecer apoio aos educadores e professores.

Entender as questões do gênero e da identidade é um processo que permite entender a nós mesmos. Buscar um entendimento sobre si, e entender profundamente quem somos e oque somos. Desvincular-se daquilo que nos é imposto como um padrão de normalidade, questionar aquilo que somos e como somos. Entender que somoente nos somos capazes de definir aquilo que somos.

Ao falarmos sobre gênero , estamos também abordando a questão da identidade. Esta por sua vez, se constitui por meio de discursos[b] e construções sociais, das relações pessoais e do entendimento próprio de si mesmo. Constituir uma identidade é manifestar quem sou e oque sou. É expressar-se através de falas, roupas, modos de agir, pensar e amar.

Ou seja, ao pensarmos nas construções sociais dos gêneros, nos apropriamos dos conceitos de identidade e de identidade de gênero formulados por Judith Butller. Entendemos estes conceitos em três dimensões: o processo de construção do sujeito, os modos pelos quais a identidade é construída e interpretada pelo discurso[c] (BUTLLER, 1999).

Nesse sentido, fazemos também a análise [d] das relações e diferenças entre a sexualidade e o gênero. Nota-se uma linha tênue, mas presente, entre os conceitos orientação sexual e identidade de gênero[e].

Sendo orientação sexual o entendimento afetivo e ou sexual pelo qual se sente atração. Identidade de gênero é a manifestação do gênero ao qual se identifica. Portanto a identidade de gênero não influencia a orientação sexual, assim como, a orientação sexual não ira influenciar a identidade de gênero.

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Gênero, Sexualidade, diferenças e diversidade

Ao falarmos do conceito gênero é preciso entender todo seu desenvolvimento e construção ao longo da história. Sendo o modelo de dois sexos em oposição, que se mantem ate os dias de hoje, surgi no final do século XVIII.

Alguns pensadores, motivados pelas descobertas da anatomia, o que permitiu conhecer os corpos e levantar diferenças, passam a construir uma distinção radical entre os sexos, afirmando inclusive que homens e mulheres diferem além de fisicamente também moralmente.

A partir de então, começam a se fortalecer e aumentar os estudos no campo das ciências naturais que reafirmavam diferenças entre homens e mulheres. Portanto, o sistema binário de dois sexos se fortalecia e ajudava a estabelecer as desigualdades morais, sociais e políticas entre homens e mulheres.

Nesse sentido, segundo Costa (1995) vemos ao longo do século XIX o surgimento de outra afirmação que trazia os entendimentos a cerca da noção do “instinto sexual”. Esta buscava entender as diferenças politico, econômicas e sociais dos sexos além dos papeis reprodutores. Esse entendimento vem trazer as diretrizes do comportamento tido como normal e patológico a cerca do se refere ao sexo em si. Estabeleceu-se então, sobre a ideologia evolucionista que vigorava na época a distinção entre a homossexualidade e a heterossexualidade, sendo a primeira sinônimo de patologia e a segunda aquilo que era correto e esperado para as relações sexuais. Conforme podemos ver nas falas de Costa:

Sua inversão será perversão porque seu corpo de homem será portador da sexualidade feminina que acabara de ser criada. O invertido apresenta um duplo desvio: sua sensibilidade nervosa e seu prazer sexual eram femininos. Seu sexo foi, por isso mesmo, definido como contrário aos interesses da reprodução biológica. (COSTA, 1995, p. 129).

Logo ao final do século XIX e inicio do século XX, os entendimentos a cerca do sexo como um sistema binário de oposição heterossexual se definiu e consolidou. Com as ciências biológicas afirmando epistemologicamente as diferenças sociais entre homens e mulheres, cada qual começa então a viver em mundos cada vez mais distintos. Cabendo a mulher, o papel de cuidadora do lar, e que vai criar os filhos e educá-los. E ao homem, a produção politica e a vida pública (Costa 1995).

Neste momento ainda se vigia a palavra gênero, ligada ao sexo anatômico. Somente por volta das décadas de 1930 a 1950 que se começa a conceber ao gênero uma ideia mais sócio cultural. Sendo em 1930, o surgimento de uma das teorias mais relevantes para as ciências sócias a cerca do comportamento social, a Teoria do Papel Social.

Esta teoria vai afirmar que o comportamento social humano é guiado por expectativas de conduta mantidas tanto pelo próprio individuo, quanto os outros a sua volta. Sendo que as expectativas sobre os indivíduos se dão cerca dos papeis que os mesmos adotam. Estes papeis são na realidade um grupo de regras que definem a forma de comportamento para cada definição social entendida por essa sociedade, como por exemplo, ser mãe, amigo, medico ou lixeiro. Sendo que o papel definira quais as metas a serem objetivas, quais, as condutas certas a determinadas ações para cada cenário ou situação. O processo de socialização seria o meio dentro do qual os indivíduos aprenderiam sobre as normas e condutas corretas a cada papel, ou seja, cada papel social teria suas noções pré-concebidas. Segundo essa logica, homens e mulheres viveriam em mundos distintos, estruturados e afirmados pelos seus diferentes papeis sociais.

Apesar dos estudos afirmando a cerca da organização sociocultural da sexualidade, a identidade sexual, com seus papeis e definições de comportamentos, ainda era vista como natural ao sujeito. Os comportamentos que diferiam dos órgãos genitais eram vistos como distúrbios emocionais ou desvios sexuais. No caso a ideia de diferença de gênero se afirmava ainda nas diferenças biológicas, encontrando em partes, apoio na comunidade cientifica do século XIX.

Somente no decorrer dos desdobramentos da denominada “Segunda onda”, que se inicia ao final da década de 1960, que o movimento feminista ira estudar e problematizar o conceito de gênero trazendo ao mesmo uma nova visão e um novo entendimento a cerca do gênero.

Nesse momento as feministas, começam os movimentos de pesquisa e abordagens problematizando

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