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Estudo História Local

Por:   •  27/3/2018  •  1.892 Palavras (8 Páginas)  •  329 Visualizações

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No início da formação de Colatina, com a chegada do Vapor Adria em 1888 pelo Rio Doce com os primeiros colonos italianos, sendo a navegação o único meio de transporte até o local. Em 1906, a vila em pleno progresso já contava com a ferrovia, que ligava Colatina à capital Vitória, onde podia-se fazer a viagem através do trem. Com a estrada de ferro que avançava pelo território mineiro, o progresso se estendia por todo o vale do rio doce, porém somente nas margens do rio, onde passava a ferrovia. Até então, o lado norte colatinense era terra dos indígenas, mas, mesmo assim, habitavam alguns colonos. Colatina precisava se expandir, e o norte era a esperança, pois além de terras férteis, possuía madeira em abundância, que era a principal atividade econômica na época. Foi quando em 1925, por iniciativa do próprio Governo do Estado do Espírito Santo, “Florentino Avidos”, o Estado resolveu projetar a enorme ponte de 756 metros sobre o Rio Doce para a passagem de uma linha férrea, partindo do centro da cidade, rumo ao norte. Começando em 1926 o início das obras, sendo que em 1928 a ponte já estava concluída, juntamente com os dormentes, trilhos e outras obras da ferrovia. (Incrível como os homens do passado eram determinados e honestos; se fosse hoje, a ponte levaria mais de 20 anos para ser concluída!) Ao sair da ponte, no outro lado, o trem iria fazer uma curva em forma de laço, daí o nome daquele bairro até hoje: “Bairro Lacê”. Era uma época de grandes realizações e a construção de pontes e ferrovias em todo o ES, sendo a meta do ilustre governador; ocasião em que se deu também a construção da ponte metálica sobre a baía de Vitória (EFVM).

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Abaixo a foto da população colatinense aguardando a chegada do Trem:

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Ao mesmo tempo que as obras do lado norte do Rio Doce eram encaminhadas, outras obras também prosseguiam de forma acelerada sobre as águas do Rio Doce. Tratava-se da construção da ponte, que se tornava imprescindível para que a via férrea fosse levada a efeito. Para a construção da ponte, chegaram à Colatina vigas metálicas vindas da Bélgica; o “Dinossauro” (foi inventado em Colatina uma máquina que servia para transportar os pontilhões metálicos até os pilares da ponte), operários de várias partes do país, técnicos, autoridades da capital, inclusive o presidente do estado, que veio inspecionar as obras. Com o decreto da construção da ponte em vigor, de imediato foi destinado ao engenheiro Oscar Machado Costa a responsabilidade do projeto da construção da ponte sobre o Rio Doce, com 26 vãos de 25 metros, com longarinas de superestrutura metálica e pilares de concreto armado; sendo inicialmente construída uma ponte provisória com estacas de madeira para auxiliar a construção dos pilares de concreto. A Comissão de Melhoramentos do Estado, havia determinado que a ponte teria como fundação dos pilares, as estacas de madeira, mas observando-se que o empreendimento requeria maior segurança. Foi determinado a sua equipe novos estudos sobre a obra, chegando a conclusão da vantagem em substituir a estacaria de madeira por concreto armado, o que proporcionaria à ponte duração indefinida e maior rapidez na sua conclusão.

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Abaixo a montagem do 1º vão da ponte:

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Para esta nova iniciativa, precisava então novas tecnologias, quando foi contratada a firma “Christiano & Nielsen” para a construção da infra-estrutura da ponte, assim a obra teve início em abril de 1927, com a sua conclusão em março de 1928. A firma Christiano & Nielsen necessitou construir um viaduto em forma de rampa, com 70 metros de extensão, para a subida da linha, ligando a ponte. Esse viaduto foi demolido na década de 60. Com esse viaduto, a ponte que antes tinha sido projetada em 686 metros lineares, passou a ter depois de pronta 756 metros de comprimento, sendo uma das maiores do país na época. O DINOSSAURO - Durante a construção da ponte Florentino Avidos em Colatina, houve uma particularidade que chamou a atenção na época. É que o engenheiro Oscar Machado da Costa chegou a inventar em Colatina, um mecanismo denominado “dinossauro”, destinado ao lançamento dos pontilhões metálicos sobre os pilares, com vãos de 25 metros. Invento este que foi largamente aplicado no país em outras obras da mesma dimensão:

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O engenheiro Oscar Machado foi autor de livros técnicos da maior importância na época, entre eles “Vigas Armadas”. Oscar ainda foi fiscal do Governo da República Brasileira nas obras de construção da famosa ponte internacional, que liga as cidades de Uruguaiana, no RS a Passos de Los Libres, com 2 Km de extensão. O eng.º Oscar era mineiro, da cidade de Lambari. Após o desmanche da ferrovia, logo após a paralisação das obras, o piso da ponte foi feito com pranchas de madeira sobre a estrutura metálica, e destinado a passagem rodoviária; Sendo assim, um perigo para quem passasse sobre ela. Muitos caíram da ponte, relatou José Ribom, morador antigo de Colatina. José, que aos 5 anos de idade era vendedor de frangos e ovos em Colatina, relatou que logo após a construção da ponte Florentino Avidos, uma vez que o trem não passaria mais nela, a municipalidade teve que retirar os trilhos, e cobrir os dormentes com tábuas, dando assim passagem para veículos, porém um só de cada vez, tornando-se a travessia estreita e perigosa, tanto para carros como para pedestres. Nesta situação a ponte fez muitas vítimas e, cair dela não era novidade. Caíram da ponte: Horácio Pretti (comerciante), Pedro Gabirola, que caiu com carro e tudo, Pedro Negrelli (prefeito da cidade de Barra de São Francisco), Mário (mecânico), Gerônimo (caxeiro), Antônio Zago Filho (estudante), um ferreiro, um casal que passeava foi empurrado por um veículo e até um ônibus caiu fazendo vítimas. Fora estes que comentamos, tem os casos que ficaram no anonimato. Em 1941, o Estado reformou a ponte, construindo um piso de concreto armado, permitindo somente a passagem em uma direção de cada vez. No governo municipal do Dr. Raul Gilberti (1955/58) considerando o enorme fluxo de veículos na ponte, cuja largura não permitia mão dupla no trânsito, foi alargado o piso da ponte, permitindo desde então

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