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ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM HISTÓRIA

Por:   •  11/5/2018  •  4.217 Palavras (17 Páginas)  •  502 Visualizações

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volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente com essa finalidade”. (Buriolla, apud, Pimenta e Lima 2004, p. 62).

Segundo Osvaldo Mariotto Cerezer, o Estágio Supervisionado oportuniza aos acadêmicos refletir sobre o processo da formação humana, nos mais variados aspectos que aí estão presentes e atuantes e, que a tarefa do professor é grande e desafiadora, não funciona como uma receita pronta e acabada, pois a profissão exige constante revisão do seu papel. É nesse momento particular do estágio, que o futuro professor se aproxima da realidade, em que fica claro “a importância de um suporte teórico que auxilie na análise e percepção reflexiva sobre a realidade do cotidiano escolar”. (CEREZER, 2007, p. 27).

Nessa linha de raciocínio. é que o professor Fernando Seffner da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, alerta: o ambiente escolar é o lugar onde “necessariamente” se aplica a teoria e a metodologia e, que:

... orientações teórico-metodológicas constitui uma caixa de ferramentas preciosa para análise de situações contemporâneas, e se caracteriza, em termos de métodos de trabalho, por construir um intenso diálogo entre o presente e as diferentes modalidades de construção do passado, com evidentes reflexos nas discussões sobre o futuro. Reitera, ensinar História na escola é, fundamentalmente, ensinar elementos de teoria e metodologia... (SEFFNER, 2000, pp. 258 e 260).

Cabe ao professor de História no uso dessas ferramentas ensinar aos alunos, não somente datas e fatos, o que não deixa de ser importante, mas principalmente colocar os alunos em proximidade com os processos de (re) construção do passado, envolve-los num diálogo em torno do presente, construir uma ponte, possibilitando-os fazerem uma reinterpretação dos conteúdos apresentados em sala de aula, de maneira que possam produzir conhecimentos históricos. (SEFFNER, 2000, p. 260).

Ainda segundo Cerezer, Paulo Freire chama a atenção sobre o relevante papel do professor no que diz respeito aos perigos que a profissão pode representar aos sujeitos/alunos presentes no recinto escolar, quando não tomamos o devido cuidado, uma vez que a atuação do educador causa efeitos positivo ou negativos na vida dos alunos. Freire admoesta que:

A responsabilidade do professor, de que às vezes não damos conta, é sempre grande. A natureza mesma de sua prática eminentemente formadora sublinha a maneira como a realiza. Sua presença na sala de aula é de tal maneira exemplar que nenhum professor ou professora escapa ao juízo que dele ou dela fazem os alunos, e o pior talvez dos juízos é o que se expressa na “falta” de juízo. O pior juízo é o que considera o professor uma ausência na sala. (FREIRE, apud, CEREZER, 2007, p. 27).

Nesse sentido, diante dos desafios e responsabilidade que a professoralidade exige, como já referido, o professor de história tem o compromisso com o social que a profissão representa. Entendo que a formação inicial deve proporcionar a esse profissional a construção de concepções sobre o que significa ser educador. Por conseguinte é no Estágio Supervisionado que o futuro professor toma ciência do seu papel como agente transformador no recinto escolar e na sociedade, ou seja, para além dos muros da escola, como argumenta Antônio Nóvoa, “hoje, a realidade da escola obriga-nos a ir além da escola. Comunicar com o público, intervir no espaço público da educação, faz parte do ethos, conjuntos dos costumes e hábitos do profissional docente”. (2009, p. 31, grifos nossos).

Com base na discussão acima, é que a realização da prática de ensino/aprendizagem teve início com a turma do 7º- ano B, no já citado estabelecimento de ensino, no período matutino. Esta turma era composta de 23 alunos, com faixa etária que vai dos 12 aos 13 anos de idade. O conteúdo tratado em sala de aula durante o estágio nas seis primeiras aulas da referida turma foi: “Povos indígenas da América”. Partindo do princípio que no estágio supervisionado de regência, o professor titular da escola campo deve estar presente no decorrer das aulas, como agente formador dos futuros professores, vale ressaltar que fui abordado pela professora titular no final das duas primeiras aulas com a seguinte observação, “sua linguagem precisa ser mais simples, para que os alunos possam compreender, você está usando uma linguagem acadêmica”.

É nesse sentido que NÓVOA (2009), argumenta que; a formação do professor deve ser construída dentro da profissão, isto é, (...) concedendo aos professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens”. Ainda conforme o mesmo autor:

Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais experiente. É na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão. O registro das práticas, a reflexão sobre o trabalho e o exercício da avaliação são elementos centrais para o aperfeiçoamento e a inovação. São estas rotinas que fazem avançar a profissão. (NÓVOA 2009, p. 30).

Outro ponto importante a ser considerado com relação as aulas na mesma turma supracitada, foi um documentário “Índios no Brasil” com o fim de mostrar a realidade dos povos indígenas na atualidade em nosso país, e uma reportagem que veiculou na internet, com a seguinte manchete, “Após 53 anos, cidade do Acre tem primeiro prefeito indígena da história”. Com relação ao documentário foi aplicado um questionário para que os alunos respondessem de acordo com as informações obtidas no documentário, para que os mesmos pudessem interagir e obter um melhor aproveitamento.

Com relação à reportagem sobre o prefeito indígena eleito para prefeito, buscamos fazer um debate com os alunos a partir da seguinte questão: os povos indígenas deve ter os mesmos direitos que os não índios, inclusive de votar e ser prefeito ou deputado, para representar seu grupo no cenário político? Parte dos alunos disseram que sim, que os povos indígenas devem ter os mesmos direitos, outra parte, a minoria não concordaram.

A importância dessa proposta pedagógica foi mostrar para os alunos que “índio não é coisa do passado”. Também foi questionado se havia algum aluno na sala que conhecia ou era descendentes de índios, não houve nenhuma manifestação por parte dos alunos, nesse momento a professora da escola campo contribui com a discussão e, relatou que sua avó era uma descendente indígena, consequentemente ela também era descendente indígena, o que surpreendeu os alunos, pois a mesma é loira de olhos azuis.

É por isso que o professor

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