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A evolução dos materias de artilharia antiaérea após a Segunda Guerra Mundial

Por:   •  29/4/2018  •  11.963 Palavras (48 Páginas)  •  446 Visualizações

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ou mesmo no Território Nacional.

A presente monografia está assim estruturada:

No segundo capítulo procura-se mostrar a evolução da ameaça aérea no após Segunda Guerra Mundial até os dias atuais, ressaltando as características mais marcantes e de maior importância para a defesa antiaérea.

O terceiro capítulo traz a evolução histórica dos materiais de artilharia antiaérea do Exército Brasileiro no período após a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais, analisando principalmente as características técnicas quanto o alcance das armas e sensores, cadência de tiro, teto de emprego, precisão dos elementos de tiro, sistemas de guiamento e capacidade de acompanhamento. Além disso, será abordado a influência desses materiais adquiridos na formação das Unidades e Subunidades de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro.

No quarto capítulo e último capítulo faz-se referência às inovações apresentadas pelos principais fabricantes de materiais de defesa do mundo propostas para entrar em operação nos próximos anos e que evidenciam um grande salto na maneira de se conduzir a defesa aeroespacial.

2 AMEAÇA AÉREA

No presente capítulo será abordada a evolução da Ameaça Aérea do Pós Segunda Guerra Mundial até os dias atuais, procurando demonstrar quais foram os avanços técnicos e tácticos dos armamentos e o papel no conflitos que ocorreram.

2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A moderna ameaça aérea é definida de forma bastante ampla pelo manual de campanha C 44 -1 como sendo todo vetor aeroespacial, cujo emprego esteja dirigido a destruir ou neutralizar objetivos terrestres, marítimos (submarinos) e outros vetores aeroespaciais. Assim, a Força Terrestre deve modernizar-se face às novas ameaças aéreas. “A Força Terrestre Brasileira dimensionada para o primeiro quartel do século XXI deverá estar em condições de assimilar a evolução da ameaça aérea como fator decisivo no combate moderno” (SANTOS, 1999, p. 7).

A atual ameaça aérea caracteriza-se por sofisticadas aeronaves de asa fixa e rotativa, utilizando-se de mísseis, foguetes, canhões e metralhadoras, que devem ser empregados contra as tropas no terreno e instalações de campanha. Constituem-se também como ameaça aérea, as aeronaves de guerra eletrônica (GE), empregadas para interferir no comando e controle das peças de manobra e de apoio ao combate e logístico das brigadas, as aeronaves de reconhecimento e os veículos aéreos não-tripulados (VANT), destinados, principalmente, ao levantamento de informações sobre a localização, natureza e dispositivo das unidades desdobradas.

2.2 AMEAÇA AÉREA PÓS-II GUERRA MUNDIAL À GUERRA DA COREIA

No transcorrer da II Guerra Mundial já existiam os aviões a jato (os alemães Messerschimitt 262 ou Me 262 e os britânicos Gloster Meteor), contudo esta tecnologia ainda era incipiente e seu surgimento se deu próximo ao fim do conflito, nos anos de 1943 e 1944, tornando-se predominantes desde então nos conflitos mundiais.

Após o término da II Grande Guerra, os Aliados fizeram a partilha do espólio do Eixo. No tocante à evolução da ameaça aérea, principalmente dos aviões, os Estados Unidos absorveram a herança alemã através da captura de cientistas ligados ao projeto da bomba V-2, o que resultou no desenvolvimento da propulsão a jato aplicada aos aviões americanos (Werrel, 2005). Nesta época, os britânicos já haviam desenvolvido o seu Gloster Meteor. Dois anos após o fim da Guerra, os soviéticos introduziram o seu primeiro avião com propulsão a jato, o MiG-15.

Figura 2.1: MIG-15

Fonte: http://parrotheadjeff.com/blog/archives/3007/more-planes-in-black-white/

O motor a jato possibilitou aos aviões de combate atingir velocidades nunca antes vistas com os motores a pistão. Porém ainda havia uma limitação estrutural: as asas retas usadas até então não permitiam um grande aumento na velocidade das aeronaves. O novo conceito de asas enflechadas, introduzido pelo MiG-15, impulsionou ainda mais a velocidade dos aviões, o qual foi utilizado mais tarde no avião norte-americano F-86 Sabre.

Foi o emprego feroz do MiG-15, durante a guerra da Coreia, que forçou os Estados Unidos a usar contra-medidas eletrônicas, que, apesar de conhecidas desde a II Guerra Mundial, era resguardada com receio de que se revelasse aos comunistas as táticas e equipamentos americanos (Werrel, 2005). Foi ainda o MiG-15 que forçou o emprego de bombardeios noturnos, baseados em aviões B-29, e, após o aumento de perdas durante as operações noturnas, colocou em cena uma ferramenta da II Guerra efetiva ainda nos dias de hoje, o Chaff.

2.2.1 Guerra da Córeia

A Guerra da Coréia pode ser considerada o último conflito antes da utilização dos modernos aviões de Caça, dado o fato de ter como vetores, aviões de pouco avanço tecnológico, que seriam vistos na Guerra do Vietnã.

Durante o conflito, a Força aérea Norte Coreana possuía um efetivo composto por 1700 homens, com apenas 76 pilotos, que haviam lutado ao lado dos Japoneses durante a segunda guerra mundial e ainda havia recebido treinamento na URSS. Dentre as aeronaves que possuíam destacam-se a Il-10 Sturmovik, Pó-2, Yak-18, Yak-9 e Yak7, em um total de 178 aviões, fornecidas pela União Soviética fruto da sobra da Segunda Guerra Mundial, não incluindo aeronaves à jato. Com o início do conflito, os norte coreanos receberam os Mig-15 que se tornaram a principal aeronave do lado comunista.

Por outro lado, as Forças da Coréia do Sul possuíam no início da guerra os P-51, sendo mais tarde reforçados pelos P-80 com a entrada dos norte-americanos no conflito, e no transcorrer dos embates aéreos os Estados Unidos utilizaram diversas aeronaves como os B-26, B-29, P-51, F-80, F-82, F84 e F86.

A Guerra da Coréia teve a utilização de diversos vetores aéreos atuando pelos dois lados do conflito, contudo pode-se verificar como principais aeronaves envolvidas nos enfretamentos foram o Mig-15

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