A Conquista Religiosa da América Espanhola Colonial
Por: Jose.Nascimento • 5/12/2018 • 1.282 Palavras (6 Páginas) • 449 Visualizações
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sendo eles patrocinados pela própria Coroa. Foram criados centros de educação missionários, na Península Ibérica, com o objetivo de receberem jovens religiosos que estivessem interessados em atuar nas colônias ibéricas.
Na América, os índios, eram excluídos das ordens religiosas até pelo fato de que a maioria dos frades missionários serem etnocêntricos e acreditarem que os índios não tinham aptidão para o sacerdócio católico. Assim como os mestiços que também eram, em grande parte, excluídos da ordenação por terem seus nascimentos considerados ilegítimos. Posteriormente, no século XVIII, teremos grandes números de índios e mestiços sacerdotes encaixados em dioceses, mas eram vistos como um “clero de segunda classe”, por terem poucas esperanças de ascensão.
Carmelitas, franciscanas e agostinianas eram as ordens religiosas femininas, que eram formadas por crioulas e mestiças, mas que não possuíam uma vida exclusivamente missionária e nem atrelada à educação. Esta ordem desempenhou um papel muito relevante na vida das filhas da sociedade crioula, evangelizando-as, elevando-as culturalmente, preparando às para se casarem ou recebendo àquelas que não se casasse ou que não podia se casar. As casas eram transformadas em conventos por mulheres que se dedicavam a oração e a obras de caridade. Grandes partes das nativas não eram aceitas no convento, e as que eram, constituíam uma camada inferior dentro da instituição.
A Igreja Católica terminou sendo transplantada da Península Ibérica para a América, devido esses processos de transformações que acabaram ocorrendo na colônia espanhola, e a partir dos investimentos que foram feitos desde o século XVI na colônia, a Igreja então iniciou seu processo de solidificação já no século XVII. Com a criação de universidades pelas ordens religiosas e pelo episcopado para difundir, principalmente, os conhecimentos teológicos e filosóficos no clero, a Igreja usava o ensino para conferir legitimidade ao sistema colonial.
Mais uma reação da Igreja para tentar corrigir falhas anteriores do sistema evangelizador na colônia, foi à criação da Inquisição. Foram impostas medidas contra as práticas idólatras que ainda eram vistas na sociedade colonial, como o aprisionamento, a destruição física de todo símbolo considerado idólatra e duros castigos aos chamados feiticeiros. Esta criação também tinha por finalidade bloquear as práticas protestantes e judaicas, que acabava dificultando e competindo com a cristianização dos nativos. Muitos dos judeus chegavam à colônia espanhola via Brasil, pois quando estes foram expulsos da Espanha na criação do Estado espanhol, se refugiaram em Portugal. Com a colonização portuguesa na América, os judeus acabaram indo para o Brasil sendo que de lá partiam para as colônias espanholas para iniciarem suas campanhas religiosas e muitas vezes acabavam sendo reprimidos pela inquisição. Com isso, bastava-se ser português para atrair suspeitas de serem judeus.
As ordens religiosas e as paróquias seculares conseguiram várias propriedades e grandes fortunas provindas de testamentos que os colonos varias vezes deixavam após morrerem em nome da Instituição em troca de “serviços espirituais” a serem prestados pelo falecido. A Igreja secular possuía também um patrimônio agrário e, além disso, arrecadava dízimos dos brancos e mestiços e mesmo, em certo grau, dos índios. Com isso, a Igreja acumulava cada vez mais bens e propriedades e se tornava uma instituição com um considerável poder financeiro e econômico. As dioceses se sobressaíram na hierarquia da Igreja por conseguirem arrecadar um montante abundante de dízimos, que logo depois seria convertidos em grandes quantias em dinheiro. Com toda essa estrutura financeira, o bispado se tornaria a principal instituição de crédito, emprestando dinheiro e efetuando cobranças de juros.
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