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Rede social e Economia solidária

Por:   •  24/10/2018  •  3.044 Palavras (13 Páginas)  •  281 Visualizações

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Sendo assim, escolhe-se o materialismo histórico e dialético como método de interpretação, pois esse consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições que estão apoiadas na análise da produção do espaço. Tem-se a relação do sujeito com a natureza que permite verificar as influências na sociedade atual e suas implicações.

A pesquisa bibliográfica foi necessária para elaboração do texto, na qual foram utilizados fontes e autores que pesquisaram sobre economia solidária e redes. Também foi fundamental a realização de uma pesquisa documental, para levantamento de dados, feita em órgãos, bem como sites oficiais, em uma busca em arquivos com o intuito de investigar a ação dos agentes relacionados à ASCOOB, fomos a campo conhecer os agentes sociais, dialogando com eles a partir de uma entrevista para resoluções de questões que possam gerar pontos para análise minuciosa da pesquisa.

Os levantamentos de base cartográfica também foram realizados para elaboração de mapas a fim de mostrar a espacialidade das Cooperativas de crédito ASCOOB no estado da Bahia.

SURGIMENTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE

A economia solidária surge como reação ao empobrecimento de artesãos provocado pelo capitalismo industrial na Grã-Bretanha, segundo Singer (2002). No contexto da Revolução Industrial na Europa Ocidental dos séculos XVIII e XIX, numa conjuntura de substituição da força de trabalho humano pelas primeiras máquinas a vapor nas fábricas, ocasionando uma reestruturação das relações de produção.

Segundo Hobsbawn (2003), a Revolução Industrial representou uma das maiores transformações na organização social. Isso porque o ritmo do trabalho intensificou-se, marcando assim, a ocorrência da migração de indivíduos do campo para os centros urbanos em busca de empregos nas fábricas, com o objetivo principal de melhoria nas condições de vida. No entanto, Polanyi (1980) ressalta que ao contrario do intuito previsto, o que realmente houve foi o aumento em massa do desemprego, a precarização das relações de trabalho, bem como a pobreza que se intensificou nessa época, embora sempre tenha existido.

Considerado por Polanyi (1980) o inspirador do socialismo moderno, Robert Owen (1771-1859), foi o maior influenciador do movimento cooperativista. Nascido no País de Gales, Inglaterra. A proposta de Owen consistia em investir os fundos de sustentos dos pobres em compra de terras e construção de aldeias cooperativas com cerca de 1200 pessoas cada. Assim, a população pobre e desempregada era reinserida na economia, redistribuía renda, em pouco tempo o governo não precisaria custear essa população e ainda permitiria a devolução dos gastos para os cofres do governo (SINGER, 2002).

No Brasil existem registros que evidenciam o surgimento da economia solidária entre o final do século XIX e o início do XX, como formas de organização coletiva do meio rural, como resposta ao desemprego presente no país. Além da questão que envolve as “crises” estruturais no mercado de trabalho do Brasil, como variável impulsionadora da expansão da economia solidária vê também o fato dos movimentos sociais, no qual dentre eles temos alguns sindicatos e entidades civis, manifestarem ações que mobilizam agentes mediadores no sentido de encontrar soluções coletivas. Neste sentido, ocorrem também estímulos adicionais que decorrem do importante efeito demonstrativo das experiências já existentes, em particular naqueles segmentos populares dotados de substrato comunitário ou de identidade formada no trabalho (GAIGER, 2004).

Tendo este viés do pensamento coletivo, como forma de articulação e organização em rede, e mais especificamente caracterizada como rede social, a economia solitária é uma oportunidade de atuação mais direta da sociedade dentro da lógica de desenvolvimento capitalista, desempenhando um papel diferenciado daquilo que geralmente é reproduzido neste sistema econômico.

CARACTERIZANDO A AÇÃO DA ASCOOB NO ESTADO DA BAHIA

Nesse trabalho foi escolhida a Associação das Cooperativas de Apoio a Economia Familiar (ASCOOB), como exemplo de uma cooperativa de crédito localizada na região Nordeste no Brasil, que foi criada em 1999. Salientando que além da atuação desta cooperativa no estado da Bahia ela se especializa nos estados de Alagoas e Sergipe. (Figura 1)

Figura 1: Localização da área de atuação da ASCOOB

[pic 1][pic 2]

Com o apoio das entidades ligadas aos movimentos sociais do estado da Bahia como a exemplo do Movimento de Organização Comunitária (MOC), Associações dos Pequenos Agricultores (APEB) e como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, tem por objetivo unir forças para o cumprimento dos princípios do cooperativismo de crédito, tendo por base o fortalecimento da economia familiar rural, tornando um exemplo exatamente como descrito que expõe o cooperativismo da seguinte forma:

O cooperativismo visa ao aprimoramento do ser humano em todas as suas dimensões-social, econômica e cultural, preocupa-se com a qualidade de seus produtos e serviços, busca preço justo, preocupa-se com o seu entorno e com o meio ambiente e busca construir uma sociedade mais equitativa, democrática e sustentável. (VEIGA & FONSECA, 2001, p.17)

É dessa forma que a ASCOOB vem contribuindo com as transformações, no que diz respeito à facilidade ao crédito para com as famílias de pequenos agricultores como também no apoio ao Movimento de Organização Comunitária (MOC), difundido os princípios de uma sociedade igualitária e democrática que, segundo Eid (2003), a economia solidária é capaz de promover valores diferentes aos valores que predominam na economia capitalista, primando por democracia, solidariedade, autonomia e igualdade.

Com parceria com o Banco do Brasil, Banco do Nordeste atua a nível nacional juntamente com a Associação do Cooperativismo de Economia Familiar (ANCOSOL) firma parcerias com a Confederação Nacional das Cooperativas Centrais de Crédito e Economia Familiar e Solidária (CONFESOL), Confederação Nacional das Cooperativas Centrais de Crédito e Economia Familiar e Solidária (CONFESOL), União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFS) e Cooperativa de Crédito Rural de Poço Verde (ASCOOB COOPEC), segundo (ASCOOB, 2016).

Ainda conforme a mesma fonte de apoio informacional, após uma década do sistema ASCOOB, foi criada a Cooperativa Central de Crédito da Agricultura Familiar e

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