Economia Solidária - Moeda Social
Por: YdecRupolo • 4/3/2018 • 1.541 Palavras (7 Páginas) • 386 Visualizações
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do Rio de Janeiro tem 5 bancos comunitários, que são localizados: um Cidade de Deus e um Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, um em Niterói, um em Duque de Caxias e um em Silva Jardim.
A seguir, veremos o exemplo do Banco Comunitário Capivari, na cidade de Silva Jardim – RJ, que foi pioneiro no Estado do Rio de Janeiro e teve como objetivo central, estimular a economia da cidade, que estava com níveis abaixo do esperado.
Banco Comunitário Capivari
Criada no fim de 2010, a moeda social Capivari faz uma alusão ao antigo nome da cidade e ao nome do rio que corta o município e foi criada a fim de movimentar a economia da cidade, trazendo de volta os consumidores locais que estavam realizando suas compras em outros municípios.
A ideia de criar uma moeda social na cidade teve como principal idealizador o prefeito Marcello Zelão, que defende o microcrédito para agricultores e outros setores produtivos, mudando assim a realidade econômica da cidade através das pessoas de menor poder aquisitivo, que não conseguem empréstimos em bancos convencionais.
Segundo o Censo do IBGE de 2010, a atividade econômica que move a cidade é a agricultura, o que faz com que a renda per capita seja de um salário mínimo e meio. Devido a isso, uma prática comum na cidade são as compras a crédito, onde se paga mensalmente o que é consumido. Tão logo, para que a ideia do banco comunitário tivesse sucesso em oferecer créditos a pessoas com este perfil, há uma flexibilidade na hora de contratar os créditos, como a não consulta ao Serasa ou SPC, mas sim aos vizinhos e pessoas próximas, para analisar o perfil daquela pessoa. Para uma melhor adesão da comunidade a essa nova prática econômica, são concedidos descontos aos usuários da moeda social Capivari em estabelecimentos comerciais da cidade.
Por não se vincular ao Serasa ou SPC, em casos de inadimplência onde seja constatada a má-fé do beneficiário do crédito, uma lista dos devedores poderá ser exposta na entrada do banco comunitário e até mesmo anunciada em um carro de som, conforme previsto no contrato assinado junto ao banco.
O Banco Capivari está ligado ao Instituto Palmas, que oferece o suporte técnico e consultoria à administração do banco, que é realizada pela Associação Comercial, sob a supervisão do Fórum da Economia Solidária de Silva Jardim. O papel do Instituto Palmas é fundamental no funcionamento do Banco Capivari, pois este faz aporte financeiro necessário para o funcionamento do Banco.
Para que fosse viável a implementação do banco, foi criada uma legislação própria de fomento a Economia Solidária, sendo a Lei Nº 1502, de 28/05/2010, que diz: “a Política de Fomento à Economia Solidária do Município de Silva Jardim é (...) considera a função social do Empreendimento, e o conjunto de ações públicas voltado, prioritariamente, para a população trabalhadora e destinado a auxiliar a criação, o desenvolvimento, a promoção, a consolidação, a sustentabilidade e a expansão de empreendimentos populares coletivos e solidários, redes e outras formas de integração e cooperação entre eles”.
Moeda Social Capivari
Como dito anteriormente, o nome da moeda social que circula na cidade é Capivari, que faz uma homenagem ao antigo nome da cidade e ao nome do rio Capivari. As cédulas da moeda são de cores e valores distintos, como apresentado abaixo:
• C$ 0,50 (Lilás)
• C$ 1,00 (Verde)
• C$ 2,00 (Vermelho)
• C$ 5,00 (Bege)
• C$ 10,00 (Azul)
A moeda social é produzida em uma gráfica de segurança localizada em Fortaleza – CE, que é parceira do Instituto Palmas em outras instituições de Economia Solidária.
Para identificação dos estabelecimentos que aceitam a moeda Capivari, é instalada uma placa na entrada, que identifica o estabelecimento.
Considerações Finais
A partir dos artigos abordados durante a disciplina Economia Solidária e o filme “Quem se importa?”, despertou em mim o desejo de aprofundar no tema, procurando exemplos que estariam próximos de onde resido.
A ideia de Economia Solidária no Brasil esta sendo difundida de modo a proporcionar uma melhora na qualidade de vida das pessoas que vivem em regiões com alto grau de exclusão e desigualdade social.
O projeto implementado na cidade de Silva Jardim – RJ e relatado neste artigo, me levou a acreditar que é possível mudar a realidade de uma população menos favorecida, inserindo ela na sociedade econômica em que vivemos. Como dito, Silva Jardim é um município onde grande parte da sua população vive da agricultura ou seja, são pessoas autônomas, que tem uma dificuldade a mais na hora de conseguir créditos para seus negócios, ou sejam com a implementação desse modelo de Economia Solidária, os pequenos negócios familiares que existem na cidade, tiveram um aporte financeiro necessário para atingir um patamar de qualidade e de finanças mais alto.
Diante de uma evidente melhora na saúde econômica das regiões onde existe este modelo de Banco Comunitário inserido, me traz a tona o questionamento do por que essa realidade não é implementada em várias outras regiões onde se tem uma necessidade por
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