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RIO TAQUARAÇU: PRESERVAÇÃO X ANTROPIZAÇÃO

Por:   •  24/4/2018  •  3.818 Palavras (16 Páginas)  •  314 Visualizações

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5. Bacia hidrográfica

Bacia hidrográfica é definida como um sistema de rios formados por um rio principal, afluentes e subafluentes onde ocorre a captação de água oriundas de precipitações, no qual a formação topográfica e características geográficas, como clima e vegetação se torna determinante para sua formação (Tucci, 2001).

A bacia hidrográfica pode ser então considerada um ente sistêmico. É onde se realizam os balanços de entrada proveniente da chuva e saída de água através do exutório, permitindo que sejam delineadas bacias e sub-bacias, cuja interconexão se dá pelos sistemas hídricos (PORTO; PORTO, 2008, p. 3)

Em torno das bacias desenvolvem-se atividades antrópicas, com maior ou menor intensidade, de acordo com as áreas que elas se encontram e, principalmente o nível de urbanização. Por isso é importante considerar dentro do estudo das bacias hidrográficas as ações humanas ao longo de todos os córregos, rios e pequenos cursos d’águas que o compõe.

Sobre o território definido como bacia hidrográfica é que se desenvolvem as atividades humanas. Todas as áreas urbanas, industriais, agrícolas ou de preservação fazem parte de alguma bacia hidrográfica. Pode-se dizer que, no seu exutório, estarão representados todos os processos que fazem parte do seu sistema. O que ali ocorre é consequência das formas de ocupação do território e da utilização das águas que para ali convergem (PORTO; PORTO, 2008 p. 3)

Partindo dessa premissa a ameaça às bacias hidrográficas é eminente, pois o crescente uso dos recursos hídricos para o desenvolvimento de atividades antrópicas para fins econômicos e sociais da sociedade contemporânea geram cada dia mais impactos.

6. Atividades antrópicas e os impactos sobre as bacias hidrográficas

Diversos fatores contribuem para que ocorra impactos que acabam prejudicando ou danificando o ecossistema hídrico. Estes impactos ocorrem com mais intensidade nas áreas urbanas, mas a expansão das fronteiras agrícolas tem contribuído de forma considerável os danos às bacias hidrográficas. No mundo contemporâneo a origem da poluição dos rios pode ser diversa, como destinação final de esgoto urbano, lixo sólido, poluição química causada por dejetos industriais e hospitalares, e uso de agrotóxicos (PROJETO MANUELZÃO, 2012).

A poluição de cursos d’água quando ocorre de forma pontual, ou seja, quando o causador da degradação é facilmente identificado é possível intervir através dos meios legais para impedir que os responsáveis continuem poluindo. Quando a poluição ocorre de maneira difusa é mais agravante, pois é difícil verificar com clareza a origem dos poluentes (PROJETO MANUELZÃO, 2012).

A poluição pontual está relacionada às atividades agropecuárias, esgoto não canalizado ou clandestino, fezes de animais, enquanto que a poluição difusa está ligada a processo de erosão, atividades agrícolas, agrotóxicos (levados pela chuva) e fuligem de automóveis (PROJETO MANUELZÃO, 2012).

A poluição dos rios ocorre em função de vários agentes causadores de interferências antrópicas: O escoamento de esgoto doméstico que elevam a contaminação dos rios por partículas de coliforme fecal; processos erosivos que causam o assoreamento e a gradativa degradação do lençol freático; poluição por metais pesados oriundos das indústrias de mineração; contaminação de biomas e do lençol freático pelo uso de agrotóxicos advindos da prática agrícola, utilizado de forma inapropriada próxima a nascentes ou a rede fluvial; desmatamento pelo uso de pastagem que acelera a erosão desprotege o ambiente; e por fim a urbanização desordenada que acelera o desmatamento causando destruição de matas ciliar e nascentes (PROJETO MANUELZÃO, 2012).

7. Importância da conservação de bacias em espaços antrópicos

A água é um componente primordial à manutenção da vida humana, porém, apenas 3% do total de água do planeta é doce, sendo dois terços dela congelada (MOULTON; SOUZA, 2006).

A utilização dos recursos hídricos é imprescindível, cabe então otimizar sua exploração afim de minimizar os impactos negativos causados às bacias hidrográficas através de métodos de conservação ambiental. O uso sustentável de recursos naturais é um desafio.

Nas últimas décadas, a exploração insustentável de recursos naturais tem gerado previsões cada vez mais pessimistas sobre a exaustão até mesmo dos recursos mais abundantes e elementares, como a água para consumo humano e irrigação. Os problemas ambientais decorrentes da exploração dissociada de um gerenciamento adequado têm repercutido de forma negativa em muitas outras espécies além do homem (MOULTON; SOUZA, 2006, p 2)

O crescimento urbano sem planejamento e o saneamento básico deficiente são impactos negativos relevantes quando se refere à conservação de bacias hidrográficas em espaços antrópicos. Apesar das políticas ambientais intervirem com o intuito de mitigação de impactos ambientais, é impossível frear o desenvolvimento socioeconômico.

Em períodos chuvosos, rios e córregos canalizados ou contidos transbordam causando transtornos a população e propagando doenças como esquistossomose, causada por contaminação da água. Já nos períodos de baixa umidade, os mesmos exalam intenso odor e propiciam a proliferação de vetores.

Ainda sim, a intervenção humana segue em via de mão única, degradando e causando impactos irreversíveis às bacias, como canalizações, mudanças nos cursos dos rios, retirada de mata ciliar, despejo de dejetos, reduzindo a diversidade de espécies no ecossistema local e dificultando ainda mais sua recuperação. O uso do solo em atividades agrícolas também contribui negativamente, pois podem contaminar os lençóis freáticos com agrotóxicos e pesticidas usados de modo irregular.

O homem vem ocupando de forma cada vez mais desordenada as bacias hidrográficas no planeta, através de atividades de desmatamentos, queimadas, práticas agrícolas perniciosas, atividades extrativistas agressivas, ocupações urbanas generalizadas gerando a impermeabilização dos solos, lançamento de esgotos industriais e domésticos nos rios e lagos, etc. Enfim, todas essas atuações impactantes ao meio ambiente têm gerado uma deterioração da qualidade das águas naturais, com riscos de propagação de doenças de veiculação hídrica ao próprio ser humano (OTTONI, 1999, p.3731).

A ideia do uso sustentável dos recursos foi um grande passo

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