Geografia Crítica
Por: Evandro.2016 • 11/12/2017 • 1.652 Palavras (7 Páginas) • 321 Visualizações
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Introdução
Em oposição ao pensamento da Nova Geografia emerge, a partir da década de 70, a Geografia crítica. Essa corrente é calcada no materialismo histórico e na dialética marxista.
Suas origens remontam a fins do século XIX, quando foi proposta pelo francês Elisée Reclus e pelo russo Piotr Kropotkin, ambos anarquistas. Contudo não obteve expressão, submergida pela Geografia “oficial”, ligada aos interesses dominantes.
O agravamento das tensões sociais nos países desenvolvidos, aliado aos movimentos libertários nos países subdesenvolvidos, animou o surgimento da Geografia crítica, criticando severamente a nova Geografia. Os modelos normativos e as teorias de desenvolvimento foram reduzidos à discursos ideológicos.
A corrente crítica não foi apoiada pelo Estado capitalista como a quantitativa, visto que não podia mais desempenhar seu papel de controle, sustentado por informações oriundas de seus serviços de propaganda. Ao contrário da nova Geografia, a Geografia crítica descobre o Estado e os demais agentes da organização espacial: os proprietários fundiários, os industriais, os incorporadores imobiliários, etc.
As relações homem-natureza, refutadas pela nova Geografia, é retomada na corrente crítica, sob a luz do marxismo, assim como o tema da região, sob uma visão dialética. Neste momento surgem novos objetos de estudo, como, os problemas da produção do espaço, problemas sociais, políticos e econômicos, além da problemática da alienação dos geógrafos.
O 3º Encontro Nacional de Geógrafos, realizado no ano de 1978 em Fortaleza, marca o surgimento da Geografia crítica no Brasil. A contribuição dos geógrafos brasileiros para as discussões da Geografia crítica é muito importante, sendo que o livro Por uma Geografia nova, de Milton Santos, é um dos marcos dessa corrente, não só para o Brasil mas também para a Geografia mundial.
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