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Filosofia da Geografia - Kant na Geografia

Por:   •  5/7/2018  •  1.342 Palavras (6 Páginas)  •  292 Visualizações

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(KANT, 2005, p.56)

As leis naturais aparecem no texto como eternas, cujas consequências seriam os tremores de terra, os mares enfurecidos pelos abalos no seu solo e as montanhas vulcânicas. Observamos, ainda, o compromisso do autor em reforçar que os eventos naturais não seriam somente aqueles com os quais as pessoas estavam mais familiarizadas, como outras habituais causas de moléstia, mas também eventos naturais trágicos como este. Ou seja, o autor se esforça em naturalizar a tragédia, para depois investigar causas familiares a outros eventos que nada mais são do que naturais.

De fato, Kant já estava equipado com uma teoria para as interações físicas e dissertou com sucesso sobre os fenômenos da Natureza. Em pouco tempo, produziria obras sobre a origem do sistema solar (1755), os ventos (1756) e os terremotos (1756).

Porém para muitos, utilizar o pensamento de Kant a respeito de uma complementaridade entre a causalidade do homem (finalidade) e uma causalidade natural é insustentável, pois nós não temos capacidade de compreender as finalidades do mundo ou de todas as coisas que ali existem. Enfim nem tudo e carregado de intenções e passível de ser compreendido a partir delas, a complexidade existente no mundo exige uma maior abertura a outras possibilidades de pensamento.

Kant não pode ser considerado um liberal, porém os neokantianos apontam muito pontos que Kant e seu movimento atuariam. A natureza é vista como encadeamento e ordem dos acontecimentos no mundo e a liberdade como independência em relação às leis naturais. Ao tratá-las deste modo, caímos em contradição, pois não se pode dizer que as leis da liberdade na causalidade do curso do mundo tomam o lugar das leis naturais, pois, se a liberdade fosse determinada por leis, não seria liberdade, seria apenas natureza. Na verdade, para Kant, a idéia de liberdade é problemática, pois não admite causas.

O problema do desenvolvimento da cultura na humanidade se dá para Kant por duas vias, pela cultura da disciplina, de caráter negativo, e pela cultura da habilidade, que não se desenvolve bem devido a desigualdade entre os homens, pois “a maioria cuida das necessidades da vida, como que de forma mecânica, para comodidade e ócio dos outros, sem que para isso necessite de uma arte especial, cultivando estes as partes menos necessárias da cultura, ciência e arte, mantendo aquela maioria num estado de opressão, amargo trabalho e pouco gozo”. A “brilhante miséria”, nos termos de Kant, está ligada ao desenvolvimento das disposições naturais e ao fim da própria natureza, o qual, mesmo não sendo um fim colocado pelo homem, o atinge indiretamente.

Quanto a era pós moderna, Kant apresenta uma linha argumentativa até os dias atuais, que se não determina uma influência direta e exclusiva, ao menos, oferece um ponto de partida.

REFERÊNCIAS

COSTA, Fábio Rodrigues da; ROCHA, Márcio Mendes. Geografia: Conceitos e Paradigmas – Apontamentos Preliminares. Revista GEOMAE, v. 1 n. 2. 2010. p. 25-56.

PAES, Marco de Souza. Liberdade e natureza: o problema da causalidade nas críticas de Kant e sua influência na geografia alemã neokantiana. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Geografia. , 2008. P.158-180.

SANTOS, Renan Gauthier Cardoso dos. Nota: O Espaço em Kant e suas Influências na Definição do Conceito de Região em Alfred Hettner e Richard Hartshorne. Estudos Geográficos, Rio Claro, 7(1): 183-190, 2009. Acesso em 30 jun. 2011.

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